06 de agosto, 2018
Fátima "pelos seus voluntários é um colo do mundo", diz capelãoSantuário de Fátima promove passeio anual de voluntários, que contou com a participação de cerca de centena e meia de participantesO passeio anual de voluntários promovido pelo Santuário de Fátima, com o mote "Do olhar e do espanto", teve lugar esta segunda-feira, contou com cerca de 150 participantes, e teve como destino Arouca. No dia em que a igreja celebra a festa da Transfiguração do Senhor, o Santuário de Fátima agradece aos voluntários, que durante todo o ano prestam serviço nos vários departamentos- da liturgia à vigilância, sem esquecer as exposições e o posto de informações- proporcionando um passeio durante um dia. Para o reitor do Santuário de Fátima, Pe. Carlos Cabecinhas , é um momento de “grande felicidade este dia de encontro e de passeio coincidir com a festa da transfiguração do Senhor que já nos convida a subir ao monte, a olhar e a espantar-nos com este Deus que se nos revela". "Para os nossos voluntários o grande desafio é precisamente este", precisou o responsável lembrando que há aqui uma duplicidade: "por um lado da parte do Santuário há esta profunda gratidão por aquilo que é o contributo que os voluntários dão e, por outro lado , há este desafio da nossa parte de pedir aos voluntários que se deixem espantar por aquilo que Deus lhes revela e creio que este passeio, este momento de encontro e convívio, os ajuda também a ver o quanto Deus se transfigura diante deles e se manifesta e convida a interiorizar precisamente esta revelação de Deus”. O Santuário de Fátima contou, desde as suas origens com voluntários. Foram sempre numerosos aqueles que, por espírito de serviço aos outros e por devoção a Nossa Senhora, disponibilizaram o seu tempo para assumir as mais variadas tarefas neste lugar, e se entregaram generosamente ao serviço dos peregrinos. “O voluntariado é sinal profético do nosso tempo: quando tudo parece ter um preço e a gratuidade parece carecer de sentido, o voluntariado vem tornar presente uma outra lógica mais conforme à fé cristã, ao modo como Deus se relaciona connosco e como nos desafia a procedermos uns com os outros”, adianta ainda o Reitor. O passeio anual pretende manifestar gratidão, mas também proporcionar um momento de convívio e encontro fora das funções que cada um exerce no Santuário. A visita ao Mosteiro de Santa Maria de Arouca foi o primeiro ponto de um programa extenso, ao longo desta segunda-feira. Após conhecer melhor a história deste monumento do século XVIII, os voluntários puderam usufruir de um recital de órgão, pelo organista Sílvio Vicente. A manhã findou com uma missa presidida pelo reitor do Santuário de Fátima, com a animação litúrgica a cargo do Coro do Santuário de Fátima, maioritariamente composto por voluntários. Na missa que se seguiu à visita e ao recital, o Pe. Carlos Cabecinhas lembrou que a Transfiguração faz “perceber aquilo que aconteceu com os discípulos, e isso deve ajudar-nos a interpretar também aquilo que aconteceu com os Pastorinhos de Fátima, mas sobretudo chama-nos a atenção para os desafios da nossa vida”. Esta experiência de “luz e escuta”, acompanha as aparições de Fátima, e “é sempre a luz de Deus que se manifesta”. “É um Deus que vem ao nosso encontro, disposto a iluminar a nossa vida e a saber a nossa disponibilidade”, reiterou. O Pe. Carlos Cabecinhas considera que “encontrar hoje Deus que se faz presente e nos ilumina, significa escutá-Lo”, e mais uma vez os Pastorinhos são exemplo disso, através da sua “inteira disponibilidade para encontrar Deus através das palavras do Anjo e de Nossa Senhora”. “Eles souberam experimentar a luz de Deus, ir ao encontro do Senhor, e escutar os apelos e desafios que a palavra de Deus apresenta”, explicou ainda o sacerdote. O reitor do Santuário de Fátima afirmou que “a palavra de Deus diz concretamente que nós também podemos transfigurar a nossa vida, transformá-la, enchê-la de luz, indo ao encontro do Senhor”, e para isso há um desafio constante em “procurar a Sua presença, sobretudo na oração, e na Sua palavra”. “Os Pastorinhos aprenderam a escutar o Anjo e Nossa Senhora, percebendo que aí escutavam a voz de Deus e nós somos também convidados a fazer essa experiência”, concluiu. Durante o almoço, os participantes deste passeio-convívio, foram presenteados com a atuação do grupo de Cantas e Cramóis de Arouca. No período da tarde, os voluntários visitaram o Arouca Geopark, Casa das Pedras Parideiras – Centro de Interpretação. O convívio final teve lugar no Parque de Merendas Vale de Raiz, com animação de concertinas. Cláudio ribeiro, voluntário há 18 anos, é responsável pela parte do voluntariado no Recinto de Oração, e em jeito de balanço, em declarações à Sala de Imprensa, considera este tipo de iniciativas “algo muito bom e importante para o convívio entre todos”. “Muitas vezes as pessoas, em momentos de maior aflição, visitam o Santuário e é nesses momentos que despertam para esta realidade que é o voluntariado. Eu sou de Fátima e desconhecia muitas das coisas que acontecem no Santuário, e tomei consciência numa noite em que na Procissão das Velas me perguntaram se gostaria de levar o andor de Nossa Senhora, e nunca mais parei de servir os peregrinos”, conta. Para o Pe. José Nuno Silva, capelão e um dos elementos da recém criada Comissão de Voluntariado, este passeio foi um momento "muito festivo" que proporcionou "um convívio que permitiu aliar o melhor da cultura e o melhor da natureza”. “O nosso dia teve como mote "Do olhar e do espanto"; é a alma que olha e que se espanta perante a beleza do Transfigurado, diante da beleza da criação. É de tudo isto que se faz este dia e faz-se desta experiência que estamos a viver e que encontrou um momento particularmente belo e significativo na participação de um grupo de cantares, mulheres voluntárias, que nos vieram encher com belos cantos tradicionais desta região, e aí nós descobrimos algo comum: preservar a alma do povo português”, explicou o sacerdote. Segundo o Pe. José Nuno este é “o primeiro dia de um novo tempo de voluntariado, esperamos com este passeio solidificar os laços e suscitar maior interação e colaboração; que os voluntários do Santuário de Fátima sejam mais reconhecidos e melhor se reconheçam a si mesmos como dimensão fundamental do colo do mundo que Fátima é, e onde os voluntários têm um papel fundamental no acolhimento a todos os que vêm precisamente à procura de colo e vêm de todo o mundo”. “Fátima pelos seus voluntários é um colo do mundo”, concluiu.
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