27 de setembro, 2013
A presença em Roma da imagem de Nossa Senhora venerada na Capelinha das Aparições, no contexto da Jornada Mariana do Ano da Fé, a pedido do Papa Francisco, revela-se um acontecimento de extraordinária importância, que põe em evidência a atualidade da mensagem de Fátima, autêntica “escola de fé”, e a sua difusão universal. Esta é a terceira vez que a imagem está presente em Roma, sempre a pedido do Santo Padre. Em 1984, o Papa João Paulo II pediu expressamente a ida da Imagem ao Vaticano e, a 25 de Março, na Praça de S. Pedro, o Papa fez a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, em união com os bispos de todo o mundo. Foi igualmente nesse dia que o Beato João Paulo II ofereceu a Nossa Senhora a bala que o atingira no atentado de 13 de maio de 1981; bala essa que, em 1989, foi colocada na coroa preciosa de Nossa Senhora, onde atualmente se encontra. A segunda vez que a imagem peregrinou a Roma foi no ano 2000, em outubro, por ocasião do Jubileu dos Bispos e, diante da Imagem, o Papa consagrou o novo milénio a Nossa Senhora. Desta vez, a terceira, a Imagem será o grande ícone mariano na Jornada dedicada a Maria no Ano da Fé. A Jornada Mariana, já próxima do encerramento deste Ano da Fé, sublinha o lugar especial de Maria na nossa vivência crente. Maria é o modelo do crente, o exemplo que nos é proposto na vivência da fé. Ao mesmo tempo, Ela é a Mãe que sustenta a fé dos seus filhos, invocada já, desde tempos antigos, pelo povo cristão como «amparo da fé». Esta Jornada Mariana confirma a afirmação do Papa Paulo VI, em 24 de abril de 1970, no Santuário de Nossa Senhora de Bonaria (Itália): “Não se pode ser cristão se não se é mariano”. A escolha da imagem de Nossa Senhora de Fátima venerada na Capelinha das Aparições para estar presente nesta Jornada é muito significativa: pretendeu-se que estivesse presente em Roma uma imagem de Nossa Senhora que fosse expressiva da devoção mariana do mundo católico. É isso que afirma o presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, D. Rino Fisichella, na carta que formaliza o pedido, em nome do Papa: “É um desejo vivo do Santo Padre que a Jornada Mariana possa ter como especial sinal um dos ícones marianos entre os mais significativos para os cristãos em todo o mundo e, por esse motivo, pensamos na amada estátua original de Nossa Senhora de Fátima”. É verdade que é a primeira vez que a Imagem está fora do Santuário numa grande peregrinação, como é esta de outubro, mas tratando-se de um pedido do Santo Padre, a resposta não poderia ser senão positiva. A presença da Imagem em Roma reforça a ligação de Fátima ao Papa e sublinha a comunhão com ele. O Santo Padre é figura de particular importância na mensagem de Fátima e a oração por ele e pelas suas intenções é prática diária no Santuário. Mas, por outro lado, o pedido da presença da imagem de Nossa Senhora de Fátima em Roma revela igualmente o amor do Sucessor de Pedro por Fátima e pela sua mensagem. A presença em Fátima, na mesma data, do Cardeal Secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, como presidente da grande peregrinação de outubro, sublinha e reforça esta comunhão com o Santo Padre. Deste modo, os peregrinos, em Roma e em Fátima, estão especialmente unidos na mesma oração, contemplando Maria como modelo de Fé e recorrendo à sua ajuda e intercessão na vivência crente. P. Carlos Cabecinhas Editorial do jornal oficial do Santuário de Fátima. “Voz da Fátima”, de 13 de outubro de 2013 |