29 de março, 2016

 

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Fátima estreia "Tropário para uma pastora de ovelhas mansas"

Projeto musical inédito produzido a partir das Memórias da Irmã Lúcia reúne seis compositores para um espetáculo de coro, acordeão e piano

 

O Santuário de Fátima apresenta no dia 3 de abril o projeto artístico “Tropário para uma pastora de ovelhas mansas”, uma iniciativa integrada nas comemorações do Centenário das Aparições, que reúne o trabalho de seis compositores contemporâneos desafiados a pensar Fátima do ponto de vista musical.

O projeto inicia o Ciclo Ouvir Fátima, propõe uma leitura musical das Memórias da Irmã Lúcia, e junta um coro- Officium Ensemble- e dois instrumentos: acordeão- Octávio Martins- e piano- João Lucena e Vale, sob a direção artística do maestro Pedro Teixeira.

É um projeto compósito que nasce do desafio de construir uma obra musical a partir das Memórias da Irmã Lúcia, em que cada compositor é desafiado a fazer uma leitura independente destas memórias, mas integrada numa narrativa concreta que dá uma dimensão coletiva à produção. A coordenação do projeto de composição esteve a cargo de Alfredo Teixeira.

Este projeto musical, único, que faz uma leitura musical da Mensagem de Fátima, para além das leituras teológicas habituais, tem no coro o protagonista fundamental, acrescentando-lhe o acordeão e o piano, dois instrumentos improváveis que lhe dão uma dimensão sui generis, mas que assume uma pluralidade dos mundos sociais e culturais que atravessam a história de Fátima, ao longo destes cem anos.

A partir de um argumento próprio, centrado em dois textos fundamentais – as Memórias da Irmã Lúcia e Como vejo a Mensagem através dos tempos e dos acontecimentos- privilegia uma dimensão mais mística, que nos transporta para o mistério de Deus.

Os  textos escolhidos remetem para aspetos centrais da Mensagem de Fátima, mas também para as figuras desta narrativa.

O Tropário começa com uma declaração da própria Irmã Lúcia sobre o que é escrever uma memória, segue-se a Aparição do Anjo, os Pastorinhos, a Senhora e, depois, o Adeus, a partir da despedida da Irmã Lúcia da sua terra natal, o que confere a este tropo a própria experiência do peregrino, já que a Cerimónia do adeus é, porventura, a que melhor expressa a relação entre o peregrino e Fátima.

Em cada sequência, a narrativa conhece interpolações diversas, mas todos os elementos textuais, incluindo os poemas criados ou recolhidos, têm origem nas fontes referidas sem que alguma coisa seja acrescentada.

Neste trabalho artístico procurou-se, ainda, tornar o discurso mais direto mantendo a linguagem mística e bucólica de uma pastora vidente que descobre, no que a rodeia, uma transparência sobrenatural.

Cada um dos seis tropos foi pensado e composto por um compositor e o trabalho final desenvolveu-se para Coro, Piano e Acordeão. A formação coro-piano e coro-acordeão alternam sempre ao longo da peça, num verdadeiro diálogo tímbrico.

O primeiro tropo, intitulado Memória, para coro-acordeão foi composto por João Madureira; o segundo “O Anjo”, para coro-piano por Alfredo Teixeira. O terceiro tropo designado “A Senhora”, para coro-acordeão foi desenvolvido por Sérgio Azevedo; o quarto- “Francisco”- para coro-piano foi composto por Nuno Côrte-Real e o quinto- “Jacinta”- para coro-acordeão foi composto por Rui Paulo Teixeira. O sexto e último tropo foi composto por Carlos Marecos, para coro-acordeão e piano e intitula-se “Adeus”.

O projeto será apresentado na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, espaço com o qual apresenta também uma particular relação, no dia 3 de abril, pelas 15h30.

CR

 

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