09 de março, 2022

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Fátima “ensina-nos que a paz nunca se constrói a não ser olhando o outro como irmão”, afirma Ricardo Mendes

Jovem seminarista salesiano é o entrevistado do podcast #fatimanoseculoXXI, onde reflete sobre a experiência do silêncio e o essencial da mensagem de Fátima: “temos uma mãe celeste que nos conduz sempre a Deus, através do seu filho”

 

As palavras de Nossa Senhora, ditas há cem anos aos Pastorinhos e deixadas a toda a humanidade, “fazem todo o sentido hoje, sobretudo para os jovens Maria, em Fátima, revelou-se como a mãe que nos acompanha e que nos dá colo. E os jovens, hoje mais do que nunca, precisam de sentir este carinho de mãe, precisam de se sentir acolhidos, envolvidos por esta grande luz, e conscientes de que esta mãe acompanha a nossa história”, afirma Ricardo Mendes.

O jovem seminarista salesiano, que estuda em Roma, é o entrevistado do podcast #fatimanoseculoXXI e afirma que “Maria revela aos Pastorinhos o que está para acontecer na história da humanidade” e aí reside a “atualidade” da Mensagem. E dá como exemplo os tempos conturbados que se vivem no leste da Europa, depois da invasão da Ucrânia pela Rússia.

“Depois de cem anos e depois de Nossa Senhora ter falado da Rússia estamos envolvidos num conflito que pode trazer muitas consequências. Nossa Senhora chamou-nos a atenção para isso. Não conseguimos acolher esta mensagem se não nos convertermos. Isto é, se continuarmos a querer ganhar sobre o outro, e o olharmos como inimigo, não conseguiremos alcançar a paz”.  

"A paz só consegue ser alcançada quando olhamos para o outro como irmão e nunca como inimigo e Fátima ensina-nos isso de forma clara e objetiva”, salienta.

“Nossa senhora é mãe da paz porque, como mãe de todos nós, ajuda-nos a olhar para os outros como irmãos, temos a mesma mãe celeste e por isso, somos forçados a olhar-nos como irmãos e não como inimigos. Este é o verdadeiro caminho da paz que Nossa Senhora ensina em Fátima”, enfatiza o jovem seminarista.

E, finalmente, esta mensagem é muito atual para os nossos dias porque “Maria também nos pede sempre que nos centremos em Deus, através do seu filho e isso é muito importante: descentrarmo-nos de nós, com alguns sacrifícios, para os podermos oferecer a Deus”.

“Num mundo onde temos tudo à disposição a exigência de termos de abdicar de coisas para lhes darmos valor é muito importante, embora não seja fácil” adianta ainda Ricardo Mendes.

“Nossa Senhora ensinou de forma muito bonita aos Pastorinhos que há momentos em que é preciso o sacrifício, que é preciso lutar por aquilo que realmente queremos e isso não é fácil hoje, quando temos tudo”, refere.

“Os jovens têm muitos meios de alcançar com facilidade o que querem e por vezes não percebemos que o ter tudo à mão nem sempre nos conduz à felicidade, pelo menos à felicidade plena e essa felicidade em Deus não é tangível por coisas materiais; exige mais, exige, sobretudo, que nos descentremos de nós mesmos” acrescenta.

“Neste tempo de pandemia, por exemplo, tivemos de lidar com vários sacrifícios inesperados. Mas isso trouxe-nos de volta à realidade: afinal as coisas não são sempre fáceis. A única maneira de entrarmos na felicidade, que nos é oferecida por Deus, é percorrer este itinerário: oração, sacrifício e conversão”, conclui.

E o que é que Fátima proporciona aos jovens? “A experiência de um Deus que nos concede uma mãe, que nos acompanha e que nos ama e nos transporta, no seu colo, até Deus, na certeza de que quanto mais me abandonar nos braços dela, mais facilmente posso entrar em relação com Deus. Fátima é o espaço onde podemos fazer esta experiência”, a partir do silêncio que nos proporciona. 

Mas conseguem os jovens perceber a importância do silêncio, como São Francisco Marto percebeu?

“É difícil, mas conseguem” afirma o jovem salesiano.

“As distrações são muitas, os barulhos externos são muitos, nada da nossa sociedade nos ajuda a rezar mas quando o conseguimos fazer é muito sério e há muitos jovens que o conseguem fazer” afirma salientando que “a paz uns com os outros parte da paz interior e esta só se consegue quando somos íntimos de Deus; uma intimidade só alcançável através da oração”.

“É cada vez mais difícil o entendimento da importância do silêncio, mas quando se entra numa dinâmica de relação profunda com Deus e com o bem que esta relação pode trazer, os jovens percebem muito bem a importância do silêncio”. Nesta descoberta, contudo, muitos não precisam da mediação da Igreja.

“Acima de tudo os jovens têm medo das instituições. Estamos muito ligados à ideia de liberdade, pessoal e ilimitada, e por isso temos mais dificuldades em nos comprometer com uma instituição. Por isso, o desconforto dos jovens em relação à Igreja prende-se com este desconforto em relação às instituições, mas todos nós, jovens e menos jovens, buscamos algo mais, buscamos uma felicidade mais profunda e perene que só se consegue em Deus e isso aproxima-nos da Jacinta que queria bem ao próximo tal como os jovens querem ou do Francisco numa atitude mais introvertida de espiritualidade” adianta, por outro lado, Ricardo Mendes. 

Ricardo Mendes pertence à Província portuguesa dos Salesianos;  fez a sua primeira profissão religiosa em 2016 em Genzano, Itália, e estuda neste momento de novo em Roma depois de ter estado em Portugal a cumprir trabalho pastoral.

O podcast #fatimanoseculoXXI disponível em www.fatima.pt/podcast e nas plataformas Itunes e Spotify, prossegue a auscultação dos vários movimentos, e famílias jovens, dentro da Igreja, a partir do tema do ano pastoral “Levanta-te! És testemunha do que viste”,  que nos centra na preparação da Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, em agosto do próximo ano.

 

 

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