13 de janeiro, 2020
Fátima “é um grito contra a apatia” porque nos torna sensíveis ao amor de Deus que liberta a “humanidade das suas maldades”, afirma vice-reitor do SantuárioPadre Vítor Coutinho presidiu à missa votiva de Nossa Senhora, que faz memória das Aparições na Cova da Iria a cada dia 13, entre maio e outubro de 1917
O vice-reitor do Santuário, padre Vítor Coutinho, afirmou esta manhã que Fátima “é uma reafirmação da ternura de Deus” da qual resulta uma vontade renovada para que os cristãos se comprometam a ser agentes de mudança de um mundo marcado pela maldade e pelo conflito. “As multidões de crentes com velas acesas que formam uma imensa chama, símbolo da fé que ilumina; as multidões que rezam, cantam e fortalecem a fé e renovam a esperança revelam que Fátima é uma reafirmação da ternura de Deus e daqui resulta uma vontade renovada de dar expressão concreta àquilo que nos anima”, afirmou o sacerdote na homilia que proferiu esta manhã na Basílica da Santíssima Trindade na missa votiva de Nossa Senhora, na qual o Santuário faz especial memória daqueles dias 13 em que a Virgem visitou a Cova da Iria e envolveu no amor de Deus três crianças, os santos Francisco e Jacinta Marto e a serva de Deus Lúcia de Jesus. “Quem se sente tocado é levado a comprometer-se e quem está atento aos sinais da presença de Deus não perde a esperança e não desiste de fazer a sua parte para que este mundo seja um pouco mais como Deus quer” afirmou o padre Vítor Coutinho ao sublinhar que hoje “o comodismo, o egoísmo natural, a complexidade do mundo em que vivemos, o medo do desconhecido, a falta de fé, a desilusão com os responsáveis políticos e religiosos” podem resultar numa “apatia” que por vezes “nos impede de darmos o melhor de nós”. “Não é apenas a fé em Deus que é difícil viver; também é difícil darmos voz aos nossos ideais, dizermos aquilo em que acreditamos. Não temos facilidade em manifestar confiança nem gratidão. É também difícil para crentes e não crentes aderir a grandes causas; comprometer-se com grandes projetos ou estar sensível às misérias humanas que não sejam mediáticas, interessar-se pelos problemas de homens e mulheres que não nos dizem respeito” lembrou ainda o sacerdote desafiando os peregrinos a olharem para o exemplo dos Pastorinhos, que na “fé aceitaram comprometer-se sem condições e sem saberem todas as exigências que decorriam desse compromisso”. “Mesmo com o limite das idades, estas crianças mostraram que é possível abraçar grandes causas e viver totalmente para elas” sublinhou destacando, por isso, que Fátima é uma “denúncia da banalidade” e da “apatia” com que tantas vezes vivemos. “Fátima é uma denúncia da superficialidade das nossas escolhas quando vemos crianças a optarem pelo que é decisivo e profundo. Com o exemplo dos Pastorinhos aprendemos que é preciso gastar a vida por aquilo que vale mesmo a pena. Aperceberam-se do mal da Humanidade, sabiam que eram pequenos mas isso não foi motivo para deixarem de se comprometer porque eles estavam seguros de algo mais importante que era o amor de Deus”, disse. Por isso, “Fátima é um convite a vivermos de coração cheio porque temos a certeza de ter um lugar no coração de Deus. Fátima é um grito contra a apatia porque nos torna sensíveis ao que Deus faz por nós, interessado na nossa salvação”. “A mensagem de Fátima é iluminadora porque na sua essência é uma mensagem de esperança ao garantir que é possível superar os conflitos e alcançar a paz, mostrando que com a graça de Deus, a humanidade tem capacidade para evitar as guerras, afirmando que Deus nunca nos abandona”. “ Pela voz de Nossa Senhora ouvimos dizer `Eu nunca te deixarei´, por isso, Fátima é mensagem de esperança que nos diz que a humanidade pode salvar-se das suas maldades e dos seus conflitos. Em Fátima aprendemos que Deus não desiste da humanidade e que os infernos podem ser superados”, concluiu. Na missa votiva de Nossa Senhora estiveram presentes vários grupos de oração, entre eles os Amigos de Maria, da diocese de Coimbra. |