13 de julho, 2023

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“Fátima é multidão que caminha num canto que chega ao Céu”, afirma Carolina Freitas

Jovem da Ordem Secular dos Carmelitas integra grupo que participará na Jornada Mundial da Juventude. Trocou Felgueiras por Fátima, depois de uma peregrinação como voluntária, no centenário das Aparições.

 

A ideia de que Fátima vive-se e percebe-se através da experiência do lugar é uma das ideias mais difundidas e da qual Carolina Freitas é um dos muitos exemplos de concretização. Natural de Felgueiras, trocou a sua cidade natal pela Cova da Iria depois de em 2017 ter acompanhado como voluntária uma peregrinação de idosos a Fátima, durante a visita do Papa.

“O encontro com o Papa mudou a minha vida”, refere a jovem numa conversa com o podcast #fatimanoseculoXXI, que está disponível em www.fatima.pt/podcast ou nas plataformas digitais Itunes e Spotify.

“É fácil apreendermos esta espiritualidade de Fátima assim que aqui chegamos: o silêncio e o recolhimento colocam-nos num patamar diferente “em que a vontade de agir dá lugar à escuta”, com um desejo “de um encontro real e efetivo com Deus”.

“O acontecimento, a mensagem e depois a experiência do lugar criam condições para entrarmos num autoconhecimento que nos coloca à escuta, sobretudo, à escuta do que Deus nos quer dizer” diz a jovem que trabalha com jovens institucionalizados.

“A experiência do lugar é importante porque aqui sentimos o colo da mãe: Maria é aquela que socorre o filho no momento da queda e é isso que ele faz aqui em Fátima de uma maneira muito bonita com cada um de nós e com a humanidade inteira” refere ainda lembrando que “Fátima é uma multidão que caminha num canto que chega ao Céu” .

Por isso, adianta logo: “esta mensagem é muito apelativa para os jovens e é de fácil apreensão. Quem não tem uma mãe ou não a quer ter?”, interpela.

“Habitualmente vemos muita gente a dizer que as coisas da Igreja estão fora de moda; o perdão nunca está fora de moda e Maria é isto: a expressão do perdão” acrescenta.

“Caímos e pecamos mas é para começar e recomeçar sempre e, a partir do exemplo de Maria, e do seu colo materno, percebemos que há sempre alguém que nos ajuda a levantar desde que nós aceitemos fazê-lo”.

“A maneira de evangelizar já não pode ser a só a piedade só; é importante a oração ritual, que a Igreja nos ensina mas temos de ir mais longe, sobretudo porque temos de ajudar a fazer caminho para chegar à oração verdadeira”.

Questionada sobre o que Fátima pode dizer aos jovens, Carolina Freitas avança: “dar uma nova compreensão sobre os valores; ajudar a construir uma fé esclarecida, com toda a simplicidade como tiveram os pastorinhos”.

“Nossa Senhora mostrou-lhes Jesus e eles aceitaram ser seus amigos. É isto que temos de fazer: ensinar a amizade de Jesus, o que é amá-Lo e o que é fazer a sua vontade”.

“A Jornada Mundial da Juventude pode ser essa oportunidade” sublinha destacando, no entanto, que não se pode ficar apenas pelo evento.

“A Igreja tem de se abrir, mostrando que é feita de homens e de mulheres que não são perfeitos, que caem, têm vulnerabilidades mas estão sempre disponíveis para a conversão”, adianta ainda.

“Se olharmos para São João da Cruz, Santa Teresinha do Menino , Santa Teresa, estudando-os percebemos que foram pessoas reais, que se passaram, que bateram o pé a Jesus, que viveram noites escuras completas, mas que acima de tudo souberam ter a confiança e colocar as coisas do mundo no sítio certo”, diz.

Francisco e Jacinta fizeram também esse percurso, acrescenta: “vamos ter calma e ouvir o que Deus nos quer...Quando nos encontramos para tomar o café com um amigo não somos só nós que falamos, temos de ouvir. Para nos encontrarmos com Jesus também temos de O saber ouvir, como o Francisco fazia” quando dizia à Jacinta e à Lúcia que preferia ficar a “fazer companhia a Jesus” em vez de ir para a escola.

“Quando paramos e refletimos tudo começa a ser relativizado. Francisco é este convite à paragem, ao encontro através da escuta porque o silêncio permite um melhor discernimento para percebermos o que Deus nos está a pedir e não o que o momento, por moda ou mimetismo, nos pede”.

Quando interpelada sobre o que significa Fátima para os jovens, Carolina Freitas diz de imediato: “confiança”.

“É preciso parar, pensar nas boas obras, rezar e entregar ao Pai. Foi isso que Nossa Senhora pediu de forma simples aos pastorinhos e que eles assumiram no seu íntimo” refere a jovem. E fizeram-no com grande simplicidade porque a maioridade consegue-se em estado puro, sem as camadas que a vida nos vai colocando”.

Questionada ainda sobre as expetativas em relação à Jornada Mundial da Juventude, Carolina Freitas coloca o enfoque no discernimento vocacional, destacando que se trata de uma “oportunidade” para os jovens refletirem sobre “o caminho para ser feliz”.

“Por vezes valorizamos muito o sucesso e as coisas materiais, que são importantes” mas é preciso “ir mais fundo”, conclui.

O podcast #fatimanoseculoXXI pode ser ouvido na integra em www.fatima.pt/podcast e nas plataformas Sportify e Itunes.

 

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