08 de setembro, 2016
Fátima “é a santidade da pequenez”, diz postuladora da Causa de Canonização dos beatos Francisco e Jacinta5ª Visita temática à exposição "Terra e Céu-Peregrinos e Santos de Fátima” centrada na Fama de Santidade
A santidade “é vivida no quotidiano e na normalidade das nossas vidas, caso contrário dificilmente será alcançada” afirmou a postuladora da causa de Canonização dos beatos Francisco e Jacinta e vice-postuladora da causa de beatificação da Irmã Lúcia, na conferência proferida durante a 5ª visita temática à exposição temporária do Santuário de Fátima, “Terra e Céu-peregrinos e santos de Fátima”, que se realizou esta quarta feira à noite. Esta visita temática, a quinta de um conjunto de seis que o Santuário propõe até outubro à exposição temporária, nas primeiras quartas-feiras de cada mês, com entrada livre, esteve centrada no tema da santidade, daqueles que, mesmo ainda não tendo sido proclamados beatos, são conhecidos pela sua fama de santidade, e são recordados na última parte da exposição. A religiosa da Aliança de Santa Maria tratou a vida de “alguns peregrinos de Fátima que trilharam esta terra com um jeito diferente”, porque “os seus olhos viram mais longe, o seu coração sentiu mais fundo e as suas mãos moveram-se mais generosas”. “Ler, com a linguagem feita da matéria tangível de algumas peças”, a biografia que estes peregrinos deixaram inscrita nos caminhos de Fátima foi o desafio deixado pela Irmã Ângela Coelho. O tema da visita-Fama de santidade: Registos biográficos inscritos nos caminhos de Fátima- refletiu sobre os Santos já canonizados pela Igreja, ou aqueles que ainda aguardam a sua palavra definitiva e que se deixaram iluminar por esta mensagem. Todos “Confiaram na Senhora do Rosário, aprenderam com ela e agora são nosso modelo de peregrinar até ao Céu”, explicou a Ir. Ângela Coelho sublinhando que Fátima representa a “santidade da pequenez, do essencial, do quotidiano e da responsabilidade”. “Os santos são os que desejam Deus de dia e de noite” e “estão disponíveis para fazer o caminho da montanha configurando-se com o Senhor crucificado”. Por isso, “os devemos imitar e pedir a sua intercessão”, referiu. A Irmã Ângela Coelho sublinhou, por outro lado, que estes Santos e os seus objetos “são uma parte importante da história de Fátima” dado que todos “eles encontraram a força e a ternura da Senhora do Rosário para subirem a montanha que é a vida”. “Porque habitaram o tempo que é o nosso deixaram objetos que reconhecemos a um primeiro olhar. Desde os mais simples – um terço – ao mais erudito – uma Rosa de Ouro –, são todos frágeis sinais que nos remetem para Deus e para realidade de quem os usou. São, por isso, relíquias. Podemos olha-los com devoção ou, simplesmente, como objetos que nos falam de uma cultura ainda próxima de nós” referiu a religiosa da Aliança de Santa Maria. “Mais do que por causa da matéria de que são feitos, estes objetos são importantes por vários motivos entre eles a sua pequenez, a sua singularidade ou a sua simplicidade”, frisou, lembrando a este propósito, por exemplo, o avental de Jacinta, fragmentado e o terço de Madre Teresa de Calcutá (agora proclamada santa). “O que importa é o essencial, o quase nada, que é tudo”, disse a religiosa, lembrando que aos olhos de Deus o que conta não é o que temos mas o que somos e o que fazemos. Finalmente a postuladora da Causa de Canonização dos beatos Francisco e Jacinta e postuladora da causa de beatificação da irmã Lúcia destacou que, em Fátima, vive-se uma “santidade orante”, que “nos compromete com a história da humanidade (porque a mensagem de Fátima não diz respeito só a cada individuo)”. A próxima visita a esta exposição que se encontra patente ao público no Convivium de Santo Agostinho, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, e, Fátima, realiza-se a 5 de outubro – Na primeira pessoa: as obras explicadas pelos seus autores. Além das visitas temáticas o Santuário propõe também visitas guiadas a esta mesma exposição aos sábados de manhã e de tarde, para além da possibilidade de visitas virtuais.
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