02 de dezembro, 2017

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Fátima é a resposta a uma desesperança da Humanidade

Eduardo Lourenço e o bispo de diocese de Leiria Fátima são dois dos nomes que refletem sobre Fátima no último número da revista Fátima XXI

 

O filósofo Eduardo Lourenço, entrevistado no oitavo e último número da revista “Fátima XXI”, que foi apresentada este sábado no Centro Pastoral de Paulo VI, no âmbito da Jornada de Abertura do novo ano pastoral no Santuário, considera que “Fátima é um caso único e hoje universal” e que o cristianismo continua a ser uma “revolução” em movimento.

“De todas as fórmulas que conheço, religiosas e filosóficas, não há nenhuma que me pareça superior àquela que o cristianismo representa e representou no mundo até hoje. A grande revolução humana que se operou na história foi a do cristianismo. Os efeitos da revolução cristã ainda não acabaram. Diria mesmo que, no limite, ainda nem sequer começaram”, afirma. E, precisamente em Fátima, a Humanidade encontra respostas que falam da esperança.

Aos 94 anos, Eduardo Lourenço é um consagrado pensador atento ao presente e ao futuro do país e do mundo. A partir de Fátima e do seu papel na história do último século, o olhar do filósofo e conselheiro de estado foca-se na identidade da cultura ocidental, ciente de que a grande revolução humana que se operou na história foi mesmo a do cristianismo.

A edição desta publicação cultural do Santuário de Fátima, concebida no âmbito do centenário das aparições (1917-2017), “é a mais volumosa de todas, quer pela extensão do caderno temático” dedicado ao “milagre do Sol”, com coordenação do historiador José Eduardo Franco e participação do cientista Carlos Fiolhais, “quer pelo próprio corpo da revista, num total de 272 páginas”, destacou o diretor-adjunto da publicação que apresentou o número na Jornada de Abertura do novo ano pastoral de Fátima.

“Termina agora esta edição mas não a reflexão sobre o que lá está escrito. Ao todo, temos 1400 páginas sobre Fátima, que disponibilizam olhares renovados e investigações últimas”, disse Marco Daniel Duarte.

O diretor-adjunto da publicação anunciou que a partir deste material será editado um número especial noutras línguas- as primeiras serão o italiano e o inglês-  que represente a síntese de Fátima, procurando sublinhar “a paisagem excecional” deste lugar .

No número que agora foi dado à estampa, além da entrevista a Eduardo Lourenço, os leitores podem ler as palavras do bispo de Leiria-Fátima que afirma que Fátima continuará a acompanhar a história do mundo.

 “Costumo dizer que em primeiro lugar é Deus, no seu amor pela humanidade manifestado através de Nossa Senhora; depois os pastorinhos como primeiros destinatários e mensageiros; e depois todos os peregrinos que aqui vêm. E cada um vem com a sua história, com a sua vida, com as suas fragilidades, motivações”, afirma D. António Marto.

“São tão diversas. Basta estar no meio deles e escutá-los. Podem vir por motivações imediatas, de uma doença, um sofrimento, uma intenção por um familiar. Depois farão um caminho, assim o esperamos, gradual, progressivo, porque nem todos vão no mesmo ritmo. Temos de aceitar que há uma diversidade”, assinala o prelado diocesano.

A historiadora Helena Matos escreve sobre a vidente da Cova da Iria que mais tempo sobreviveu, até 2005: “A vida de Lúcia é uma história que interpela todas as nossas certezas: na sua vida nada foi o que poderia ter sido. Nasceu para ser camponesa e tornou-se freira. No convento acabou a escrever aos papas. No silêncio e na reclusão tornou-se uma das personalidades senão a personalidade mais influente do século XX. Vemo-la fazendo renúncias sucessivas para de seguida ganhar maior ascendente”.

O Cón. António Rego, jornalista que acompanhou inúmeras peregrinações ao santuário, inclusive de Papas, e lançou durante o ano do Centenário o livro “Sou Peregrino”,  lembra vários dos momentos que mais o impressionaram, entre os quais a “despedida”, com a procissão do Adeus.

“Os comentadores e liturgistas dizem que a Nossa Senhora não se fazem despedidas pois ela continua connosco e nós com ela. Mas aquele encontro, naquele estilo, naquele lugar, com aquela multidão cantando em uníssono `Ó Fátima, adeus!´, tornou-se um gesto comovedor, incarnado por cada peregrino, que acharia incompleta a peregrinação sem o agitar do lenço branco enquanto grita `adeus´ já com voz enrouquecida”, refere o Pe. António Rego.

Enriquecida com dezenas de fotografias de arquivo, o número, que conclui o projeto editorial iniciado a 30 de maio de 2014, “coloca ainda uma abertura de horizontes, não só pelo milagre do sol, em que os protagonistas de Fátima deixam de ser três crianças e passam a ser os peregrinos que vêm a Fátima”.

Na rubrica “Fragmentos de História” é apresentada uma cronologia de 100 datas que marcaram os acontecimentos de um século, servindo de proposta de instrumento de leitura para o futuro.

A edição oferece também as imagens distinguidas com o primeiro prémio na categoria Fotonarrativa do concurso de fotografia alusivo ao centenário, atribuído, "ex aequo", a Rui Duarte Silva e Javier Arcenillas.

Ao longo dos três anos, a revista procurou “ser espaço de reflexão, abordando temas relacionados com a história, a mensagem e a cultura de Fátima, através de leituras que se pretendem pluridisciplinares, envolvendo perspetivas diferentes mas complementares”, frisa o reitor do Santuário de Fátima, diretor da publicação, no editorial.

Para o P. Carlos Cabecinhas, o centenário foi uma oportunidade de “experimentar caminhos novos, que enriquecem a reflexão sobre Fátima e a propõem numa linguagem renovada, quer na forma de fazer as leituras quer na forma de as expor”.

Publicada duas vezes por ano, “Fátima XXI” contou com entrevistas e textos de Maria Barroso, cardeal Tarcisio Bertone, cardeal Gianfranco Ravasi, cardeal Angelo Sodano, cardeal Pietro Parolin, cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e o presidente da República.

A publicação ficará disponível na livraria do Santuário de Fátima, na Fnac e na Bertrand.

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