13 de setembro, 2023
“Fátima continua a ser, completamente, um caminho para os jovens”- padre André Antunes BatistaResponsável pelo Comité Organizador Diocesano de Leiria-Fátima, na preparação da Jornada Mundial da Juventude é o convidado do podcast #fatimanoseculoXXI. Fala do “entusiasmo e da espontaneidade” como os jovens expressaram a fé e da sementeira que agora espera colher com “um compromisso renovado” com a Igreja
No final da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, o balanço não poderia ser mais positivo mas há avaliações que têm de ser feitas a frio e uma delas prende-se com a forma como a Igreja em geral, e a portuguesa em particular, vai conseguir abrir-se aos jovens e deixá-los ser protagonistas, afirma o padre André Antunes Batista ao podcast #fatimanoseculoXXI do mês de setembro, que pode ser ouvido na íntegra em www.fatima.pt/podcast e nas plataformas Itunes e Spitify. “Das palavras do Papa ficou-me, especialmente, a metáfora da calçada portuguesa: é feita de pedras muito diferentes , mas que juntas formam um todo, que deve deixar-se pisar pelo Evangelho; todas as pedras- todos, todos, todos- nos devemos deixar pisar pelo Evangelho e isto é o que deve ficar para toda a Igreja” refere o sacerdote, que dirigiu em Leiria-Fátima a organização do Comité local da JMJ. “Que seja o Evangelho que nos dá a vida” refere o sacerdote destacando o “entusiasmo, a espontaneidade e a alegria” com que os jovens expressaram a sua fé. “Esse foi, de facto, um grande testemunho dos jovens estrangeiros que foi absorvido pelos jovens portugueses” acrescentou destacando que este entusiasmo “não deixou indiferente e até comoveu a própria sociedade que não estava habituada a esta forma de afirmação da Igreja”. “Nós somos isto: alegria e espontaneidade” referiu, lamentando que, por vezes, “pareçamos demasiado formais”. “Senti que durante aqueles dias toda a sociedade portuguesa se entusiasmou e deixou tocar pela jornada que foi uma proposta de Igreja, cristã, mas que tocou a vida, os corações, a emoção e transmitiu alegria a toda a sociedade portuguesa. Não ouvi ainda ninguém dizer que não se sentiu tocado e isso foi uma consequência da espontaneidade dos jovens” salientou: “quando se é espontâneo é-se autêntico e a autenticidade cativa”. Porventura, é isto que justifica a preferência por Fátima. “Fizemos questão que todos os jovens acolhidos na nossa diocese viessem a Fátima e todos enalteceram a experiência como a mais maravilhosa de todas e isso dá-nos a noção do privilegiado que somos por estarmos próximos: é o retorno à casa da mãe”, destaca deixando já um caderno de encargos ao próprio Santuário. “Foi feito um esforço enorme para o acolhimento logístico dos jovens mas também foi feito um investimento no acolhimento pastoral, que deve ser continuado”, refere o padre André Batista que integrou a equipa do Santuário que desenhou e preparou os materiais de acolhimento dos jovens, sobretudo a nível pastoral. “Aos jovens que vieram a Fátima foi oferecida a possibilidade de fazerem uma experiência espiritual de Fátima; agora precisamos de dar um salto” afirmou sublinhando a necessidade de “valorizar espiritualmente o acolhimento da mãe, que se vive espontaneamente”. “Onde existe a devoção à Senhora de Fátima é preciso levar um verdadeiro conhecimento da Mensagem e de todas as consequências práticas para a vida, que são muitas e exigentes” esclarece frisando que a exigência, ainda assim, não é um problema para os jovens. “Eles gostam de desafios. A dimensão espiritual de Fátima é rica e profunda porque transmite algo que não se vive apenas no momento mas que se vive na vida por inteiro”, explicita. “Seria bom que ela fosse conhecida e que não se cingisse a uma devoção que afetivamente mobiliza as pessoas mas que efetivamente também implicasse a vida das pessoas”. “Os pastorinhos ensinaram-nos através do seu modelo de vida como se pode ir ao encontro da misericórdia de Deus e hoje, olhamos para esse itinerário de oração, sacrifício, adoração e percebemos que esse é também o caminho da nossa conversão”. “Se estou seguro do amor de Deus por mim também tenho de ser capaz de ir ao encontro do outro e na relação dar-lhe esse amor. Preciso de ser exigente comigo próprio e preciso corresponder à forma como Deus vem ao meu encontro”, conclui. “Os jovens precisam que lhes indiquemos caminhos com consequências e desafios e a mensagem de Fátima continua a ser completamente um caminho para os jovens”. Neste podcast, o sacerdote tenta desmistificar a ideia de que Fátima “é apenas para iodosos pouco escolarizados” e reconhece que a proximidade dos jovens de leiria ao Santuário pode impedir o despertar da sede de conhecer melhor a Mensagem, o que poderia ser mitigado “com outras opções estéticas da liturgia”. “Precisamos de investir em dar conteúdo à experiência espiritual de vir a Fátima, isto é, à experiência espiritual vaga que é sentirmo-nos bem connosco próprios temos de acrescentar o sentirmo-nos bem com Deus através da Sua mãe e daí fazermos a experiência com os outros”. Quanto à diocese, espera que a “rede” criada durante a preparação da jornada possa agora ser ampliada.
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