04 de setembro, 2022

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Fátima apontada como “lugar de santidade e escola de discípulos”

Na Missa deste domingo, o padre Joaquim Ganhão exortou os peregrinos a aceitarem com fé e perseverança a missão que Jesus nos confia, apresentando a Cova da Iria como lugar de santidade.

A Missa deste XXIII Domingo do Tempo Comum, celebrada no Recinto de Oração, foi presidida pelo padre Joaquim Ganhão, que exortou os peregrinos a seguir Jesus com fé e perseverança, com vista a um compromisso para um mundo melhor e uma maior comunhão na Igreja. Ao dar o exemplo dos santos Pastorinhos e dos muitos peregrinos que vieram à Cova da Iria e que hoje são beatos e santos, o sacerdote apelidou o Santuário de  “lugar de santidade e escola de discípulos”.

A partir das palavras do salmo da liturgia de hoje, que apresenta Deus como refúgio de todas as gerações, o capelão do Santuário de Fátima apresentou a exortação que presente na Palavra deste Domingo.

“E o que nos pede hoje o Senhor? Pede-nos, antes de mais que o escutemos e aceitemos as exigências do nosso caminho de discípulos, chamados a segui-Lo no concreto da vida. No Evangelho, Jesus concretiza aquela sabedoria que escutávamos na primeira leitura – dá-nos a conhecer o caminho”, esclareceu, sublinhando a “grandíssima liberdade” e refletindo sobre as exigências e renúncias que são apresentadas por Deus, na missão que nos confia.

“Jesus, pelo menos por três vezes fala de uma impossibilidade – não pode ser meu discípulo – e anuncia que para o seguirmos, precisamos de assumir algumas renúncias. No entanto, devemos ter bem presente que essas renúncias só têm sentido se vividas livremente e por amor de Jesus, nunca com espírito constrangido ou numa atitude de submissão doentia, muitas vezes mascarada de virtude”, disse o sacerdote.

Ao esclarecer o sentido da relação de “absoluta precedência relativamente a qualquer outro vínculo” a que Jesus nos exorta, o presidente da celebração explicou que esse pedido não deve ser compreendido como uma “exigência totalitária, de amar apenas a Cristo, mas a Cristo mais do que todos os outros; amar como Ele nos ensina a amar, todos os outros sem excluir ninguém, no dom da vida entregue até ao fim”.

Sobre o convite que Jesus faz a amarmo-Lo acima da própria vida, o capelão do Santuário alertou para a tentação de se “absolutizar a nossa própria vida, nas nossas preocupações e projetos, numa tensão de egoísmos e de autorreferencialidade, como se os outros não contassem e como se Deus não tivesse nada a ver connosco”.

“Na verdade, um cristão maduro é chamado, antes de mais, a compreender que a sua própria vida vale a pena ser vivida, e encontra sentido deixando que Cristo o habite – viver em Cristo é o que define a nossa vida, a vida em Cristo - porque o seu amor vale mais que a vida – Ele é o nosso refúgio através das gerações. Por isso, somos chamados a segui-lo e a estarmos disponíveis para lhe darmos toda a nossa vida”, acrescentou.

A propósito da última medida que o Senhor apresenta para O seguir: “Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo”, o padre Joaquim Ganhão perspetivou esta exortação de Jesus à luz da vida do quotidiano.

“É a realidade concreta que tantas vezes nos acompanha, nos dramas interiores que nos habitam, na nossa realidade familiar, social e até eclesial, onde tantas vezes experimentamos o mistério do sofrimento que somos chamados a acolher com o sentido redentor que Jesus nos ensina”, afirmou, deduzindo a naturalidade “renunciar também aos próprios bens, (…) usando-os ao serviço dos irmãos, de saber partilhar com alegria”.

Na conclusão, o presidente da celebração destacou a graça da fé e a perseverança como atitudes fundamentais para se ser discípulo de Jesus e assumir a missão que Ele nos confia.

“É desse amor que nasce a nossa disponibilidade para o seguirmos, sermos seus discípulos na família, na comunidade cristã, nos lugares de trabalho, nos compromissos sociais e políticos, na escola ou na faculdade e também nos nossos lugares de lazer”, disse o sacerdote, lançando um especial repto aos convivas fraternos, que hoje peregrinaram ao Santuário e aos jovens que se preparam para a Jornada Mundial da Juventude do próximo ano, em Lisboa.

Por fim, o presidente da celebração apresentou o Santuário de Fátima como “lugar de santidade e escola de discípulos”, dando o exemplo dos santos Pastorinhos e evocando o beato Albino Luciani, o Papa João Paulo I, que a Igreja hoje proclamou, ao lembrar a sua presença na Cova da Iria, no 60.º aniversário das Aparições, em 1977 e o seu “curtíssimo mas fecundo pontificado”.

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