10 de fevereiro, 2021

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Fátima acolhe celebração do Dia Mundial do Doente promovida pelos Bispos portugueses

Missa do programa oficial, às 11h00, será presidida pelo Cardeal D. António Marto

O Dia Mundial do Doente, a 11 de fevereiro, vai ser celebrado em Fátima  com uma missa na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, às 11h00, que será presidida pelo cardeal António Marto.

A celebração promovida pela Conferência Episcopal Portuguesa, e que integra o programa oficial atualmente em vigor na Cova da Iria, terá transmissão em direto pelos órgãos de comunicação social - Rádio Renascença, Rádio e TV Canção Nova e Meo Kanal707070- e digital - Santuário de Fátima e Agência Ecclesia- e tem como intenção lembrar todos os que sofrem os efeitos da pandemia.

Os bispos portugueses consideram ser este o momento propício para prestar uma especial atenção às pessoas doentes, sobretudo neste momento de pandemia, e a todos aqueles que as acompanham, como salienta o Papa Francisco na Mensagem para este 29.º Dia Mundial do Doente.

Além da bênção dos doentes, haverá uma referência especial com uma prece pelos profissionais de saúde e por todos os cuidadores formais e informais que neste contexto estão na linha da frente na luta contra a pandemia e no cuidado ao próximo.

“Aqui em Fátima, Nossa Senhora foi, desde início, a intercessora a quem os doentes recorreram. Já nas aparições, Lúcia pede por alguns doentes e, a partir daí, foi sempre crescendo o número de pedidos de intercessão e o número de doentes que se deslocavam a Fátima, para pedir a ajuda materna de Nossa Senhora na situação de sofrimento em que se encontravam, para pedir a força necessária para enfrentar as situações de fragilidade em que se viam mergulhados”, lembrava o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, na celebração do Dia Mundial do Doente de 2020, ano que viria a ficar marcado pelo início de uma pandemia que tornou mais premente a fragilidade da doença.

No Santuário de Fátima, a pastoral dedicada aos que sofrem com a doença é concretizada, através de dinâmicas próprias ao longo do ano, mas é, igualmente, um objetivo assumido nas peregrinações internacionais aniversárias onde ao doente é dado um lugar especial, com uma palavra de consolação e conforto no final de cada celebração..

A de 13 de maio de 2017 , o Papa Francisco lembrou que a pessoa doente é “um tesouro precioso da Igreja”.

“Não vos considereis apenas recetores de solidariedade caritativa, mas senti-vos inseridos a pleno título na vida e missão da Igreja, a vossa presença silenciosa, mas mais eloquente do que muitas palavras, a vossa oração, a oferta diária dos vossos sofrimentos em união com os de Jesus crucificado pela salvação do mundo, a aceitação paciente e até feliz da vossa condição são um recurso espiritual, um património para cada comunidade cristã”, afirmou na missa de 13 de maio de 2017, no final da celebração de canonização dos dois primeiros santos de Fátima, Francisco e Jacinta Marto.

Durante a celebração, os doentes estarão particularmente presentes nas intenções da Missa que terminará com a oração do papa Francisco para este tempo de pandemia. Na comunhão será utilizado o Cálice, da autoria do joalheiro portuense José Rosas, e que foi oferecido pelos doentes ao Santuário de Fátima a 31 de março de 1968, com intermediação do monge beneditino Fr. Domingos de Sousa.

De acordo com as informações veiculadas na época, terão sido oferecidos mais de 7 000 objetos de ouro pelos doentes de Portugal para execução desta peça. 

O cálice apresenta a base recoberta de elegante folhagem relevada, onde emergem vários espécimes gemológicos ofertados (pedras preciosas e pérolas), prolongando-se pela parte inferior da copa, diretamente ligada à base. A copa, de forma troncocónica, reveste-se com um trabalho de esmalte na cor verde, superiormente rematada por bordo de ouro, de trabalho liso. Simbolizando «a dor, as lágrimas e o sangue de quantos sofrem resignadamente», na oferta os doentes quiseram associar a sua frágil condição à dor do Sangue derramado por Cristo para redenção da humanidade.

Em 1970, com o propósito de completar o conjunto de alfaias ofertadas pelos doentes de Portugal em 1968 (cálice e patena), o reitor do Santuário de Fátima, Monsenhor António Antunes Borges, tomou a iniciativa de mandar executar um cibório. Lavrado na mesma casa portuense a partir de joias oferecidas a Nossa Senhora de Fátima, para execução da peça contribuiu o importante mecenato de uma benemérita. De labor artístico semelhante ao cálice, o cibório distingue-se do primeiro pelo alargado diâmetro da copa, onde repousa uma tampa de cor de ouro, de trabalho liso, com pega definida por malaquita encastoada em estrutura fitomórfica de ouro, pontuada de finas pérolas brancas.

Este conjunto de alfaias litúrgicas, musealizado na exposição permanente do Museu do Santuário de Fátima, é parte integrante do seu espólio, sendo anualmente usado no Tríduo Pascal. Foi ainda usado pelos papas Bento XVI e Francisco na celebração da eucaristia dos dias 13 de maio de 2010 e 2017, respetivamente.

 

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