Família Andaluz festeja em Fátima reconhecimento das virtudes heroicas da fundadora das Servas de Nossa Senhora de Fátima

Família Andaluz festeja em Fátima reconhecimento das virtudes heroicas da fundadora das Servas de Nossa Senhora de Fátima

Missa de ação de graças e uma tarde cultural no Centro Pastoral de Paulo VI preenchem o programa desta peregrinação

A Congregação das Irmãs Servas de Nossa Senhora de Fátima,  profundamente ligada ao Santuário promoveu hoje, 25 de abril, na Cova da Iria, uma celebração de ação de graças pelo reconhecimento das virtudes heroicas de Luiza Andaluz, sua fundadora.

A missa presidida pelo bispo da diocese de Santarém, D. José Traquina, e concelebrada pelo clero diocesano, decorreu na Basílica da Santíssima Trindade, que voltou a encher com os peregrinos da Família Andaluz (mais de 2000) mas também com os peregrinos oriundos de vários países, que integram os 56 grupos que se fizeram anunciar neste dia feriado junto do Departamento de Acolhimento de Peregrinos do Santuário.

Na homilia, D. José Traquina lembrou que o mundo atual precisa de “testemunhos de vida virtuosos como o de Luiza Andaluz” pois é através do recurso a “estes instrumentos” que Deus “se faz chegar às pessoas”, tornando a humanidade melhor.

O prelado diocesano, que sublinhou por diversas ocasiões a vida e a missão de Luiza Andaluz, como um exemplo de que a humanidade é “obra da graça de Deus”, afirmou que tal como no seu tempo são as “dificuldades sociais e políticas que estimulam mais a necessidade de se fazer o bem”. E, o segredo para esta “vontade permanente” decorre “da identificação com Cristo, viver do amor de Jesus e pertencer-lhe”.

Por isso, conclui “a ousadia e a coragem apostólicas são decisivas na missão de hoje como foram ao tempo de Luiza Andaluz”.

D. José Traquina elogiou ainda o trabalho das Servas de Nossa Senhora de Fátima, congregação fundada por Luiza Andaluz: “ao longo dos anos quanto bem já aconteceu nas igrejas espalhadas pelo mundo por acção das discípulas de Luiza Andaluz?” interpelou o prelado afirmando que “foi e é sementeira que produziu e continuará a produzir bons frutos”.

Logo no inicio da celebração foi lido, pela Irmã Inês Vasconcelos, o decreto de reconhecimento das virtudes heroicas da venerável Luiza Andaluz, aprovado pelo papa a 19 de dezembro de 2017.

Luiza Maria Langstroth Figuera De Sousa Vadre Santa Marta Mesquita e Melo, Luiza Andaluz nasceu a 12 de fevereiro de 1877, no Palácio Andaluz em Marvila (Santarém), no meio de uma família abastada.

Aos 16 anos tirou o diploma de professora primária e em 1923 abriu, numa casa que herdou dos seus pais, o Colégio Andaluz, instituição que hoje continua, através do Politécnico de Santarém; fundou na mesma altura a congregação das Servas de Nossa Senhora de Fátima, que foi oficialmente reconhecida em 1939.

Luísa Andaluz manteve-se como superiora da congregação até 1953, altura em que se retirou para Fátima e se dedicou ao acolhimento aos peregrinos no Santuário.

Os seus últimos anos foram passados em Lisboa, onde veio a falecer, aos 96 anos, a 20 de agosto de 1973.As Servas de Nossa Senhora de Fátima dedicam-se ao trabalho em centros paroquiais, jardins de infância, lares assistenciais e hospitais, escolas públicas e no Santuário de Fátima.

Luiza Andaluz, que viveu entre 1877 e 1973, destacou-se ao serviço dos “mais desprotegidos, os mais pobres” com quem trabalhou desde muito jovem.

Além da missa de ação de graças, o Santuário acolhe também neste dia feriado de 25 de abril, a XXIII Jornada da Família Andaluz, que decorre no Centro Pastoral de Paulo VI, e que inclui um momento cultural com a participação do Coro e classe de dança do Conservatório de Música de Santarém e dos Centros Sociais da Ericeira e Valado dos Frades, da Fundação Luiza Andaluz e os Centros Sociais Paroquiais do Entroncamento e da Benedita.

A Família Andaluz é uma associação de leigos, reconhecida recentemente pela Santa Sé, que “partilha o carisma” da congregação, “mariano e sacerdotal”, procurando partilhar uma atitude de “proximidade às pessoas” e de “serviço”.

Além da Família Andaluz fizeram-se anunciar esta quarta feira na Cova da Iria mais 55 grupos provenientes da Alemanha, Polónia, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, Nigéria, Coreia do Sul, Porto Rico, Colômbia, Equador, Eslováquia, Itália, Brasil, França e Sri Lanca.