01 de dezembro, 2014


Presente em Fátima na abertura da exposição temporária “Neste vale de lágrimas”, inaugurada a 29 de novembro e patente ao público até 31 de outubro de 2015, no Convivium de Santo Agostinho, na Basílica da Santíssima Trindade, o general Chito Rodrigues, presidente da Liga dos Combatentes, sublinhou que a criação da Liga dos Combatentes é uma das "consequências felizes" da Primeira Grande Guerra. Vincou também que a vinda d´ O Cristo das Trincheiras para Fátima dará uma "visibilidade rejuvenescida" à peça.
“A Liga dos Combatentes é uma das consequências felizes dessa [Primeira] Guerra, e é recetora de um dos maiores símbolos espirituais de Portugal o qual tem à sua responsabilidade na Sala do Capítulo no Mosteiro da Batalha: O Cristo das Trincheiras”, declarou, no momento final da inauguração da exposição.
Criada após a Primeira Grande Guerra, com o intuito de proteger não só os que haviam vivido os horrores da guerra mas também as suas famílias, a Liga dos Combatentes nasce, oficialmente, em 1924. Para além dos seus objetivos relacionados com a preservação da memória histórica em torno dos valores morais e históricos de Portugal, a Liga dos Combatentes assegura a proteção e o auxílio mútuo, assim como a defesa dos interesses espirituais, morais e materiais dos seus membros, na esteira do que foi um dos principais propósitos do início da sua constituição.
Recorde-se que a exposição “Neste vale de lágrimas” acolhe como peça emblemática O Cristo das Trincheiras, propriedade da Liga dos Combatentes.
“Hoje encontramo-nos num lugar e num momento muito especiais. Um lugar de espiritualidade único, o Santuário de Fátima. Um momento que a vontade de duas instituições quiseram que acontecesse. A criação de um momento histórico pela convergência de vontades que permitiram a aproximação de dois símbolos maiores, nascidos em momento difícil da vida nacional e que hoje se juntam: Nossa Senhora de Fátima e O Cristo das Trincheiras”, afirmou o general Chito Rodrigues.
“Este símbolo, juntamente com as aparições de Fátima, constitui para os combatentes referências profundas de resposta e apoio em momentos de extrema dificuldade e de apelo à Vida e à Paz”, referiu.
O protocolo que possibilita a presença em Fátima d’ O Cristo das Trincheiras foi assinado a 7 de novembro, em Fátima, pelo reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, e pelo presidente da Liga dos Combatentes, general Joaquim Chito Rodrigues.
No momento de abertura da exposição, o general Chito Rodrigues revelou que, com a vinda d’ O Cristo das Trincheiras para Fátima, “uma réplica fotográfica manter-se-á na Sala do Capítulo durante esta ausência, estando contudo garantida a presença do Cristo das Trincheiras na Sala do Capítulo na cerimónia evocativa do 9 de abril 2015”, de onde regressará de novo ao Santuário de Fátima, até outubro de 2015.
É, disse, “a primeira vez que a imagem do Cristo das Trincheiras sai da sala do Capítulo do Mosteiro da Batalha desde o ano de 1958, data em que entrou naquela sala. Ali se tem mantido sobre o túmulo, em campa rasa, de dois soldados desconhecidos caídos, um em França outro em Moçambique, e onde o exército mantém em permanência uma guarda de honra”.
Reconhecendo “a visibilidade rejuvenescida” que é proporcionada com a presença d´ O Cristo das Trincheiras em Fátima, o general fez votos de que a iniciativa “possa potenciar entre os do presente e vindouros, a atenção e o reconhecimento daqueles que em momentos extremos e tão difíceis de suas vidas batendo-se por Portugal, nele acreditaram e a [Nossa Senhora de] Fátima suplicaram”. 
LeopolDina Simões
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