03 de março, 2015
Música e espiritualidade celebram Francisco e Jacinta O concerto “Todos os olhos são videntes”, verso do poema “Anátema” de Miguel Torga, teve lugar na Sé Patriarcal de Lisboa, a 20 de fevereiro, pelas 21:00, e teve como ponto alto a estreia nacional da obra do compositor Arvo Pärt “Drei Hirtenkinder aus Fatima” - Os Três Pastorinhos de Fátima. Nas palavras do reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, a opção pela realização deste concerto fora de Fátima pretendeu ser “sinal de que a mensagem de Fátima vai muito além dos limites físicos do lugar e que a figura dos Pastorinhos de Fátima não pode encerrar-se nos estreitos limites geográficos das suas terras de origem”. No momento inicial do concerto, D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, referiu que “a boa notícia da mensagem de Fátima não se diz só por palavras, escreve-se também na história da vida dos protagonistas, os pastorinhos, quer como destinatários a quem foi confiada a mensagem, quer como aqueles que lhe responderam em primeiro lugar e a viveram”. Em declarações aos jornalistas, o Reitor sublinhou a “incrível dimensão espiritual” que caracteriza os trabalhos de Arvo Pärt e recordou que a obra em estreia foi oferecida pelo compositor ao Santuário após um pedido da Instituição de um texto-testemunho para a publicação oficial “Fátima XXI, Revista Cultural do Santuário de Fátima”, depois de uma visita de Arvo Pärt a Fátima. Em representação dos vários serviços do Santuário de Fátima, um grupo de funcionários e colaboradores pôde assistir ao concerto em Lisboa, o que muito agradou a todos. A Sé Patriarcal encheu para viver um concerto repartido por três momentos, que estiveram a cargo, respetivamente, do Coro Infantil do Instituto Gregoriano de Lisboa, do organista titular do Santuário de Fátima João Santos e do Coro Anonymus, a quem coube fechar o concerto, que culminou com a apresentação de várias obras de compositores contemporâneos portugueses e com a obra de Arvo Pärt. A propósito da apresentação da peça de Arvo Pärt o Coro Anonymus “sentiu cada momento e espera ter conseguido transmitir todo esse sentimento ao público presente”, refere Cláudia Camelo, presidente do Coro Anonymus - Novas Tessituras Associação Cultural, que acrescenta que “foi, sem dúvida, uma experiência inesquecível que ficará gravada na história deste Coro”. Para Alfredo Teixeira, consultor artístico para o concerto, o programa teve “caraterísticas singulares, apresentando-se sobre o signo do paradoxo”, a começar pelo facto de o recital de Arvo Pärt, a “mais frágil das obras, a menor em duração, porventura a mais simples quanto ao material musical”, se oferecer “como o lugar culminante de uma viagem musical”. Assistiram a este momento, que pretendeu evocar por meio da música a vida e a espiritualidade dos videntes de Fátima, o Núncio Apostólico em Portugal, D. Rino Passigato, os bispos D. António Marto, de Leiria-Fátima e D. Joaquim Mendes, auxiliar de Lisboa, e vários sacerdotes membros do Cabido de Lisboa. Refira-se ainda a presença do Reitor e do Vice-Reitor do Santuário de Fátima e da Postuladora para a Causa da Canonização de Francisco e Jacinta. L.S. |