04 de novembro, 2024
Escuta, diálogo e abertura a Deus apresentados como pilares para uma Igreja sinodalPadre Paulo Terroso foi o orador da última sessão dos Encontros na Basílica deste ano.
Na última sessão de 2024 dos Encontros na Basílica, que aconteceu na tarde deste domingo, 3 de novembro, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, o padre Paulo Terroso destacou a importância da sinodalidade na Igreja, perspetivando esta dinâmica como caminho de escuta, diálogo e disposição para a vontade de Deus, através da ação do Espírito Santo. Na palestra de cerca de 20 minutos, o sacerdote da Arquidiocese de Braga, que foi membro da Comunicação do Sínodo dos Bispos, começou por apresentar a sinodalidade na Igreja como “uma missão” que “tem o povo de Deus como sujeito”, orientada, portanto, para a colaboração de todos os batizados. “A Igreja procura escutar a experiência e sabedoria de cada um, valorizando a diversidade de dons, construindo caminhos de comunhão e de discernimento. A singularidade, portanto, sublinha e enfatiza a participação e o diálogo inspirado pelo Espírito Santo, que guia e anima o corpo eclesial como um todo”, disse o orador, ao sublinhar a importância da escuta e do diálogo para este processo. “Este caminhar juntos não é por nada fácil. É um caminho exigente de escuta de Deus na oração, na liturgia, nos exercícios espirituais, escuta da comunidade e fora dela, no diálogo, no confronto e no debate sobre as experiências”, explicou o reitor da Basílica dos Congregados e diretor de comunicação do Diário do Minho. Na reflexão que apresentou, o orador foi traçando paralelos entre o processo sinodal que a Igreja é chamada a viver e o discernimento comunitário dos monges trapistas do filme “Dos Deuses e dos homens”, enfatizando o papel do Espírito Santo como garante da “unidade do corpo eclesial de Cristo, tanto na assembleia eucarística como na assembleia sinodal”. Na conclusão, o padre Paulo Terroso ressaltou a importância de procurar um consenso coletivo que seja responsável e comprometido com a missão e o serviço ao próximo. “Uma Igreja sinodal não é para resolver algumas coisas. O fundamental é o que se espera de uma Igreja sinodal a que todos nós, o povo de Deus, nos mais variados níveis, mas com responsabilidades diferenciadas, procuremos, encontremos e elejamos a vontade de Deus no hoje da nossa história”, concluiu o orador. O encontro encerrou com um recital que apresentou uma seleção de peças sacras interpretadas pela soprano Marina Pacheco e pela harpista Ana Aroso. O repertório incluiu o Requiem de Fauré e Barnwell, "Laudate Dominum" de Mozart, "The Lord's Prayer" de Malotte e o "Ave Maria" de Piazzolla, concluindo com obras de Rutter e Barnwell. Os Encontros na Basílica são sessões anuais de reflexão espiritual, que têm lugar na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Reúnem oradores de diversas áreas para promover diálogo sobre os desafios atuais da Igreja. |