04 de fevereiro, 2024
“Escancaremos o nosso coração a Cristo, e deixemo-nos curar pelo dom da Sua Palavra”Padre Joaquim Ganhão, presidiu à missa dominical na Basílica da Santíssima Trindade, e na qual se fizeram anunciar dois grupos de peregrinos polacos
O padre Joaquim Ganhão, diretor do Departamento de Liturgia do Santuário de Fátima, presidiu à missa dominical na Basílica da Santíssima Trindade, e na qual se fizeram anunciar dois grupos de peregrinos polacos. Esta celebração foi seguida por milhares de peregrinos que acompanharam a transmissão através dos meios de comunicação digital do Santuário. Na reflexão deste V domingo do Tempo Comum, o sacerdote falou das palavras do Salmo deste dia e que ajudam a “situar o nosso coração no acolhimento da Palavra que o Senhor nos dirige”. “Tantas vezes, como Job somos confrontados com o mistério do sofrimento para o qual temos dificuldade em encontrar resposta, Deus parece estar longe e, no entanto, como víamos no Evangelho, está mesmo aí à nossa beira, a tocar a nossa vida e disponível para nos curar e salvar”, disse o padre Joaquim Ganhão, lembrando que no meio das alegrias e sofrimentos “percebemos que não estamos sozinhos, somos chamados a ver Deus”. Na liturgia deste dia, Jesus encontra-se com os doentes, e “não tem medo de se aproximar deles e de os tocar, nem de se deixar tocar por eles realiza, antes de mais, gestos de proximidade e de comunhão, toca nos corpos para os curar, luta contra o mal para o arredar da vida das pessoas e assim devolve a todos a saúde e vida plena”. “A doença, esta terrível situação que muitas vezes temos pela frente e, com tudo isso, as dores não nos levam automaticamente a sermos bons, a sermos santos, mas muitas vezes nos levam a fecharmo-nos, na lamentação e na falta de confiança nos outros e na vida, e até em Deus”, reiterou o sacerdote, que considera que na doença “é possível fazer ressoar a Boa Nova do Reino de Deus”. “Ao mesmo tempo que é restituída a integridade da saúde à pessoa doente, através das curas realizadas por Jesus, testemunha-se claramente que, na doença, a pessoa é sempre objeto de amor, de ternura e de muito cuidado da parte de Deus, por isso, é antes de mais, pedido a cada pessoa que se deixe amar, que aceite deixar-se amar e de ativar a sua vontade de amar, de se entregar a Deus”, disse o sacerdote. Através destas ações de cura e restabelecimento dos doentes, “Jesus narra-nos o amor de Deus, anuncia-nos o Evangelho com gestos e ações”. Estes milagres de Jesus, “devem dar agora lugar ao exercício diário da caridade, da fé e da esperança, porque só assim se realiza a verdade do homem, o verdadeiro milagre realizado sobre os doentes consiste no facto de estes poderem conhecer o Amor de Jesus e de o poderem testemunhar”. Assim “Jesus gastou a sua vida, assim nos ensinou a gastar a nossa: uma vida que encontra a própria força no encontro a que somos chamados, feito de oração e de diálogo com Deus, e que se torna vida para Deus e para os outros, torna-se um carregar dos sofrimentos do irmão, uma compaixão que não fica paralisada diante da doença e que sem pretender coisas extraordinárias, sabe assumir a dor do outro ao ponto de querer aliviá-lo”. O padre Joaquim Ganhão considera que apesar de ainda existirem doenças incuráveis “não há hoje nenhuma pessoa que seja incurável, basta que nós a queiramos curar, manifestando-lhe a cura que o Senhor quer fazer de toda a humanidade”. “Escancaremos o nosso coração a Cristo, e deixemo-nos curar pelo dom da Sua Palavra”, reiterou o sacerdote. “Manifestemos a nossa vontade para deixarmos que Ele entre no nosso caminho”, pois aqui em Fátima, por meio de Maria, “Deus manifesta-nos o seu cuidado por cada um de nós”. “É este o lugar para onde peregrinamos para ser escutados por Maria”, lembra o padre Joaquim Ganhão, explicando que foi isso que sentiram os Santos Pastorinhos e “é isso que pode sentir cada peregrino que aqui chega todos os dias com os seus sofrimentos, no desejo de ser tocado pela graça que liberta e salva”. Desde junho de 2023 o Centro de Escuta Lúcia de Jesus está disponível para acolher todas as pessoas que estejam a atravessar um momento mais difícil, causado pela doença, solidão, medo, luto, angústia, ressentimento, dificuldades de aceitação pessoal, ou outras feridas e mágoas interiores, impossibilidade de perdoar a outros ou a si mesmo, conflitos ou roturas familiares, relações problemáticas com os outros, problemas laborais, crises de fé ou de inclusão eclesial, interrogações religiosas, ausência de sentido para a vida. O Centro de Escuta Lúcia de Jesus está disponível para todas as pessoas, crentes e não crentes, que precisem de uma escuta ativa, às terças e quintas-feiras, das 14h00 às 18h00 e, ao fim de semana, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00. O atendimento no Centro de Escuta funciona num espaço especificamente preparado para esta finalidade, proporcionando o acolhimento e a necessária privacidade, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade. |