07 de junho, 2017
“Envolvido pelo carinho e entusiasmo da fé da multidão incontável de peregrinos” Francisco expressa “gratidão”Papa enviou carta de agradecimento a D. António e destacou contributo de cada colaborador
O Papa Francisco enviou uma carta de reconhecimento , dirigida a D. António Marto, na qual agradeceu ao bispo da diocese de Leiria Fátima o “acolhimento fraterno” no Santuário de Fátima aquando da sua sua peregrinação a 12 e 13 de maio. O Sumo Pontífice principiou o documento dizendo que “envolvido pelo carinho e entusiasmo da fé daquela multidão incontável de peregrinos, desejo exprimir a si e aos seus colaboradores de sempre e para esta especial ocasião, nomeadamente ao Padre Carlos Cabecinhas, a minha profunda gratidão pelo acolhimento fraterno e a hospitalidade fidalga que me reservaram, a mim e aos meus colaboradores, frutificando em solertes atenções e obras que lhes vinham do coração e chegavam ao coração”. “Fátima oferece a todos um Coração grande de Mãe e convida o coração de cada um a parecer-se um pouco mais com o d’Ela. Corações assim encontramo-los no Céu, por exemplo em São Francisco e Santa Jacinta Marto”, disse jubilando ainda pelo facto de “poder propô-los à veneração da Igreja inteira”. Francisco, na carta datada de 22 de maio, louvou a “Virgem Mãe pelo bom trabalho que Ela tem feito naqueles que assim A amam e servem; e estou grato ao meu Venerado Irmão pelo seu efusivo testemunho de alegria e amor a Nossa Senhora de Fátima”. “Ao mesmo tempo encorajo essa amada diocese a prosseguir no anúncio e serviço dos desígnios de misericórdia que a Santíssima Trindade nutre pela humanidade inteira” destacou o Santo Padre. “Invoco pela intercessão da Virgem Maria e dos Santos Pastorinhos, a abundância dos dons e consolações do Céu sobre o Pastor e todos aqueles que lhe estão confiados. Renovando a todos o pedido de não se esquecerem de rezar por mim, de bom grado lhes concedo a Bênção Apostólica”, afirma o Sumo Pontífice. O Papa Francisco esteve em Fátima a 12 e 13 de maio no âmbito da celebração do Centenário das Aparições, como peregrino e propôs uma “revolução” centrada na misericórdia e no perdão, pedindo a Nossa Senhora que estenda o seu manto de Luz por toda a humanidade. O Papa chegou ao Santuário de Fátima vindo do Estádio de Fátima, a bordo do papamóvel, após ter sido saudado por milhares de pessoas ao longo do caminho. Francisco tinha à sua espera, na Capelinha das Aparições, centenas de crianças das escolas do Sagrado Coração de Maria, de São Miguel e do Centro de Estudos de Fátima. Depois de uma primeira passagem pela Capelinha, onde permaneceu 8 minutos em silêncio diante da imagem venerada, o Papa apresentou uma reflexão sobre os temas da justiça e da misericórdia, considerando que é necessário valorizar mais a misericórdia divina no discurso católico. “Devemos antepor a misericórdia ao julgamento, e em todo o caso o julgamento de Deus será sempre feito à luz da sua misericórdia”, sustentou. Na bênção das velas, que antecedeu a oração do rosário com os peregrinos, na noite do dia 12, Francisco lembrou os “desterrados” e “excluídos” da sociedade contemporânea. “No crer e sentir de muitos peregrinos, se não mesmo de todos, Fátima é sobretudo este manto de Luz que nos cobre, aqui como em qualquer outro lugar da Terra, quando nos refugiamos sob a proteção da Virgem Mãe”. “As bênçãos sem conta que o Céu concedeu nestes cem anos, passados sob o referido manto de Luz que Nossa Senhora, a partir deste esperançoso Portugal, estendeu sobre os quatro cantos da Terra (...)”. “Queridos peregrinos, temos Mãe. Temos Mãe! Agarrados a Ela como filhos, vivamos da esperança que assenta em Jesus”. Durante as celebrações de dia 13, o Papa disse que “Não podia deixar de vir aqui venerar a Virgem Mãe e confiar-lhe os seus filhos e filhas”, afirmou o Papa durante a homilia, em que pediu paz e esperança “para todos os seus irmãos no Batismo e em humanidade, de modo especial para os doentes e pessoas com deficiência, os presos e desempregados, os pobres e abandonados”. Já no avião, a caminho de Roma, Francisco lembrou que a mensagem de Fátima “é uma mensagem de paz, levada à humanidade por três grandes comunicadores”, os pastorinhos. “Há uma ligação ao branco: o bispo de branco, a Senhora de branco, a alvura branca da inocência das crianças após o Batismo”, explicou, afirmando que se trata de “o desejo de inocência, de paz, de não fazer mal aos outros, não fazer guerra. Isto é a paz”. Francisco foi o quarto chefe da Igreja Católica a visitar Fátima depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010). |