20 de maio, 2009
O Francisco é um talento que Deus confiou ao nosso mundo! Entrevista por Leopoldina Reis Simões* e Luís Miguel Ferraz** Ângela de Fátima Coelho é religiosa e médica. Pertence à Congregação da Aliança de Santa Maria. Exerce medicina no Hospital de Leiria e é Mestra de noviças da sua congregação. É docente no Curso de Ciências Religiosas no ISCRA (Aveiro) e no Curso Geral de Teologia, do Centro de Formação e Cultura, da Diocese de Leiria-Fátima. É especialista na Mensagem de Fátima, tema sobre o qual faz numerosas conferências em Portugal e no estrangeiro. Dá cursos de formação religiosa, orienta retiros espirituais, é convidada frequente em palestras e desenvolve diversas acções de formação. Será moderadora de um dos painéis temáticos do Congresso sobre Francisco Marto, motivo pelo qual fomos conversar com ela, procurando aprofundar as razões, os conteúdos e as suas próprias expectativas em relação a este congresso. Em primeiro lugar… justifica-se um congresso sobre uma criança, Francisco Marto? Claro que sim. Ao longo destes 90 anos tem-se falado tanto na mensagem de Fátima, e a vida dos pastorinhos começou a ganhar um relevo grande a partir da sua beatificação, no ano 2000. Percebemos como eles tiveram personalidades diferentes e únicas, e uma resposta diferente àquilo que Nossa Senhora foi pedindo. Justifica-se, para já, por essa razão: porque ainda não é muito conhecida, nem divulgada, nem aprofundada a personalidade do Francisco. Este congresso pode ser um bom ponto de partida para isso mesmo, pois há muita informação que agora começa a estar ao nosso dispor. Até agora centrava-se muito sobre as Memórias da Irmã Lúcia e alguns livros de espiritualidade, mas actualmente temos mais informação, como a Documentação crítica de Fátima. Portanto, é um ponto de partida para reflectir sobre as dimensões teológica, espiritual e humana da evolução da personalidade do Francisco. O que torna essa personalidade do Francisco Marto assim especial? A Mensagem de Fátima assenta naquilo que Nossa Senhora pediu, e foi posto em prática pelas três crianças, Francisco, Jacinta e Lúcia, no seu conjunto, mas também por cada um deles de uma forma individual, em que cada um contribuiu com algo especial. Lembro uma passagem do Antigo Testamento que pode ser inspiradora para essa leitura, quando Elias sobe ao monte Horeb para se encontrar com Deus: primeiro há um trovão, um vento muito impetuoso, que me faz lembrar a Lúcia, aquela que vê, que fala e que fica com a missão de anunciar; depois surge o fogo, que faz lembrar a Jacinta, que tinha no peito aquele ardor pelo Coração Imaculado de Maria e pelo Santo Padre; finalmente, vem a brisa suave onde estava Deus, que me lembra o Francisco, uma criança contemplativa, uma criança de silêncio, que encontra Deus neste silêncio. É por ser uma alma silenciosa que é capaz de captar, de uma forma especial, aquilo que foi, por exemplo, o Coração eucarístico de Jesus. Verificamos que muitos dos cristãos e dos santos que têm este dom contemplativo o vão desenvolvendo muito tardiamente, é na fase adulta que encontram o seu “deserto”. O Francisco tem também isso de especial: encontra a sua missão muito cedo, é uma criança que se retira para o “deserto” da Serra de Aire, onde desenvolve a sua dimensão contemplativa. Podemos dizer que essa é a principal característica que o distingue das outras duas videntes de Fátima? Sim, mas há muitas outras coisas que o distinguem. A Lúcia diz que, antes das aparições, a única coisa que a unia ao Francisco era o parentesco, e que a única coisa de comum entre ele e a Jacinta eram as feições, porque de carácter eram muito diferentes. O Francisco era mais introvertido, mais pacífico, era aquele menino calmo que perdia os jogos mas não levava a mal, não ficava amuado, ao passo que a Jacinta amuava logo. Depois das aparições, o Francisco vai mudar e muda também a partir da sua natureza: gosta de estar sozinho, mas tem um sentido para esta solidão, que era o estar com Deus. Era um rapaz também muito sensível. Dos três, é o mais sensível à natureza, gosta muito de animais e vive apaixonado pela música, pelo seu pífaro. É ainda muito corajoso. Na prisão, é ele que dá força à irmã quando ela está a chorar, é ele que a encoraja e anima. Outra coisa que o caracteriza é a sua capacidade de discernimento. Por exemplo, quando vê a Lúcia em apuros, por não saber o que responder às pessoas, ou por não querer ir às aparições em Julho com medo de que seja o demónio, é o Francisco que lhe dá coragem e lhe mostra que está enganada: como é que pode ser o demónio, “se Nossa Senhora é tão bonita e o demónio é tão feio”? O que podem ver de interessante as crianças de hoje neste menino nascido há 100 anos? As crianças podem olhar para ele, porque é uma criança absolutamente normal, em nada se distinguia das crianças do seu tempo: gostava de brincar, correr, conversar e de estar com os amigos, gostava da sua família, dos seus pais. Portanto, as crianças de hoje, que brincam com playstation e computadores, podem rever-se no Francisco neste aspecto, porque não era uma criança extraordinária. Mas viveu um acontecimento especial, que o levou a desenvolver algumas virtudes e características, que me parecem ser fundamentais para as crianças de hoje. Por exemplo, o sentido da obediência. O Francisco era muito obediente aos pais e também obedeceu prontamente aos pedidos de Nossa Senhora. Ela pediu para rezar muitos terços a fim de ele ir para o Céu, e o Francisco não pergunta porquê, não resmunga, não faz birra, apenas reza. A partir desta obediência desenvolveu o seu carácter humano. As crianças de hoje fazem birra para ir à Missa, para estudar, para saírem do seu mundo e das suas coisinhas. Outro aspecto é o sentido da pureza que o Francisco tinha. Ser puro é ver as coisas como Deus as vê, ver as pessoas e os acontecimentos como Deus os vê, com o olhar de Deus. O Santuário de Fátima tem como tema do ano a frase bíblica: “Os puros de coração verão a Deus”. Eu gosto de pensar e acrescentar: “verão a Deus” e “verão como Deus”. O Francisco desenvolveu muito este sentido da pureza, por exemplo, na forma como aconselhava a prima a não andar com certo grupo de colegas, para não aprender a dizer palavras feias, pois “Jesus fica triste”. As nossas crianças têm muito a aprender com ele.. Por exemplo, no uso da internet, que é uma coisa maravilhosa, mas também com alguns perigos, concretamente na dimensão da pureza, onde tantas imagens deformam o nosso olhar, levando-nos a ver a vida com malícia. Uma característica fundamental é a humildade do Francisco. Nas aparições, a Lúcia via, ouvia e falava, a Jacinta via e ouvia, e o Francisco só via. Nunca se queixou, nunca se sentiu diminuído, nunca disse “coitadinho de mim, porque só vejo”, assumiu o que era, assumiu os seus limites. Conta a Lúcia nas suas Memórias que ele, não apenas não ouvia, como também tinha dificuldade em entender o que ela lhe explicava. Ou seja, parece que também não teve o dom de entender o que as palavras significavam, então fazia perguntas como: o que é o Altíssimo? A Lúcia explicava e ele voltava a perguntar, porque tinha dificuldade em entender, mas nunca se queixou. No nosso tempo, em que cada criança tem que ser melhor que a outra, num mundo marcado pela competitividade, onde não há direito a ter medos nem fraquezas, numa sociedade que exige ser o mais inteligente, o mais bonito, o mais rico, o mais poderoso… o Francisco com o seu jeito humilde ensina muito às crianças de hoje. Por tudo isto, penso que o Francisco, que era uma criança absolutamente normal, se transformou numa criança especial, que todas as crianças normais deste tempo podem perfeitamente imitar. Dadas essas características, podemos dizer que o Francisco pode também ser inspirador para os adultos? Muito. O Francisco era criança, mas tinha uma infância madura. Com a vivência espiritual da mensagem de Fátima, não deixou de ser criança, apreciava a companhia da prima e da irmã, gostava do carinho do pai e da mãe. No entanto, viveu com profundidade e maturidade os acontecimentos e desafios que enfrentava, moldou com eles a sua própria personalidade. O que os adultos mais podem aprender com o Francisco é, desde logo, a prudência, a sensibilidade que ele demonstra. Lembro aquele conselho à Lúcia para ela não voltar da escola com certos amigos, para ir um “bocadinho para o pé de Jesus escondido e depois vir sozinha para casa”. Quantos pais, na educação dos filhos, podem aprender com esta prudência do Francisco! Há outras características que são inspiradoras para os adultos: a sua lucidez, a sua consciência recta, o seu amor à verdade, que o seu pai, “Ti Marto”, frequentemente confirmava. Esta consciência da rectidão é importantíssima, num mundo onde a verdade é relativa, e tudo é relativo. No pequeno Francisco era saliente o seu sentido de responsabilidade e a sua insistência em ser fiel aos compromissos assumidos. Tinha-lhe sido confiada de forma especial a missão de rezar, concretamente de rezar muitos terços, apelando à sua dimensão contemplativa. E ele nunca abriu mão daquilo a que se tinha comprometido. Num mundo onde também os compromissos comprometem tão pouco as pessoas, numa sociedade tão light, ao nível da profissão, do trabalho, das relações familiares, o Francisco pode ajudar muito neste sentido da responsabilidade e do compromisso. Notamos no Francisco uma coerência muito grande nessa coerência de vida, de procurar dizer a verdade e de estar com Deus. Normalmente associa-se a imagem do Francisco ao contemplativo do grupo. Pelo que acaba de dizer, ele poderá ser modelo, não apenas para pessoas com gosto pela oração contemplativa, mas também para quem tem uma vocação mais “activa” na Igreja e na presença no mundo… Claro que sim. A Igreja é simultaneamente missionária e contemplativa, como diz a Sacrossantum Concilium. A Igreja tem estas duas dimensões, e cada um de nós tem essas duas dimensões, a dimensão activa, apostólica e a contemplativa. A dimensão contemplativa, de facto, é o fim da nossa vida, que é a união com Deus. Um contemplativo é alguém que vive já essa finalidade, numa relação próxima e imediata com o seu Deus. No fundo, o Francisco é alguém que vive esta dimensão contemplativa de uma forma especial. Ele é para nós um alerta, um sinal que nos lembra que isto da contemplação, da dimensão espiritual da vida, é para todos. Como dizia o teólogo Karl Rahner, os cristãos do século XXI ou serão místicos ou não serão cristãos, a próxima época ou é mística ou não será nada. Ou seja, o Francisco é um apelo a não nos esquecermos desta nossa dimensão de união com Deus, do fim da nossa vida para o qual existimos, que é o estar com Cristo, como diz S. Paulo na Carta aos Filipenses. Este estar com Cristo é ser contemplativo no mundo, que era o que fazia o Francisco. Em relação à mensagem de Fátima, qual considera ser o conteúdo que o Francisco encarnou mais intensamente? Antes de mais, o Francisco era um apaixonado pela beleza. Ele tem uma frase muito interessante a este propósito: “Gostei muito de ver o Anjo, mas gostei ainda mais de Nossa Senhora. Do que gostei mais foi de ver a Nosso Senhor naquela luz que Nossa Senhora nos meteu no peito”. Ou seja, o Francisco é apaixonado pela beleza, muito sensível à beleza, e consegue perceber essa gradação: o Anjo é bonito, Nossa Senhora é mais, mas mesmo mais bonito é Nosso Senhor. Depois, a sua espiritualidade reparadora: ele vivia intensamente numa vontade de consolar a Deus, a “Jesus Escondido”. Tinha entendido que Nosso Senhor estava triste e isto apanhou-o por dentro. Vive um grande sentido de compaixão. Como é que ele viveu tudo isto? Pela adoração eucarística. O Francisco passava horas diante de “Jesus Escondido”. A que grau de intimidade chegou Francisco com Jesus, nós nunca o saberemos. Há o caso de uma senhora que pede uma graça para um filho que foi acusado de um crime falso. O Francisco vai rezar e no fim da oração diz à Lúcia: “Diz à tua Teresa que daqui a poucos dias ele vem para casa”. Como é que uma criança passa uma manhã com Jesus escondido e depois tem a certeza absoluta de que consegue uma graça? A dimensão fundamental do Francisco foi este amor vital, que o apanhou por dentro, a Jesus Eucaristia. Sem dúvida, também não podemos excluir o seu amor ao Rosário. Nossa Senhora disse que o Francisco tinha de rezar muitos terços, e ele diz: “Ó minha Nossa Senhora, terços rezo tantos quantos tu quiseres”. Ele rezou muito, desenvolveu imenso a sua dimensão contemplativa. O Rosário transporta-nos para junto de Maria e isto permite que a Virgem nos forme e plasme e eduque até que Cristo esteja formado em nós (cf. RVM 15), e foi o que aconteceu com o Francisco, foi-se configurando com Jesus pelas mãos de Nossa Senhora. Em que medida a experiência e o testemunho do Francisco Marto pode ser estimulante para a vivência da fé cristã? Tudo o que é pedido aos Pastorinhos, insere-os naquilo que sempre foi a tradição de vida da Igreja. Ou seja, nada do que a Mensagem de Fátima pede remete para um misticismo abstracto e balofo. É concreto e, por isso, é que é estimulante, está em sintonia com a experiência de vida e de fé de muitas gerações de cristãos, corresponde ao desenvolvimento da tradição da Igreja. A experiência dos Pastorinhos mostra-nos que até uma criança, num curto espaço de tempo, em dois ou três anos, consegue viver de modo intenso e profundo o mistério da Eucaristia. Os diversos Papas têm apelado à centralidade da celebração eucarística, adoração eucarística e a uma forma eucarística de vida. No Francisco é especialmente visível o amor aos pecadores, com os quais se sentia solidário, unindo-se a eles e fazendo sacrifícios por eles. Tudo isto posto em prática por uma criança, que hoje está beatificada. O que é que a Igreja quer dizer com isto? Que eu, vivendo com ele viveu, atingirei a santidade. É isso que é estimulante para a nossa vivência cristã: se uma criança o fez, eu também o posso fazer, são coisas simples e conhecidas, nada de extraordinário. Porque se fosse algo de extraordinário eu poderia desculpar-me e dizer “não sou capaz, não é para mim”. Como médica, trabalhando de perto com pessoas em sofrimento e tendo conhecimento do tipo de sofrimento por que passou o Francisco, acha que o modo como ele encarou a doença e lidou com a dor é também um modelo que sirva para nós? Vejo muita gente a sofrer e costumo dizer que o sofrimento é “património mundial da humanidade”, pois todos sofremos, de uma forma ou de outra. O que me chama a atenção nos meus doentes é a forma como cada um vivencia a sua doença. No caso do Francisco, noto que a sua atitude não é tanto o “porquê a mim?”, mas o “para quê?”, o “que é que eu posso fazer, com esta circunstância que tenho?” O Francisco conseguiu encontrar um sentido para o seu sofrimento, que até enchia de gozo e de alegria a sua doença. Vivia para consolar a Deus e Nossa Senhora, para converter os pecadores. Desta forma, fez da fase final da sua vida um dom, inclusivamente da sua doença. Parece-me que ele encarou a doença de um modo ajustado, sofrendo com paciência e “resignação activa”, não como “coitadinho de mim”, mas como quem integra a doença na sua vida, com todo o seu carácter, todas as suas capacidade, todo o seu sentido. Ou seja, a doença não o esmagou, ele dominou a doença pelo sentido que lhe deu. Tenho encontrado crianças a sofrerem assim e também adultos. Há quem sofra de forma revoltada e zangada, e há quem sofra de forma paciente, sem se deixar dominar e escravizar pela doença, assumindo-a com decisão, mas vivendo-a como um acontecimento da vida. Essa é mesmo a questão que nos surge: toda essa maturidade e até a austeridade que marca a vida do Francisco é normal numa criança? Hoje não seria sintoma de uma patologia? Não! Há crianças que sofrem com muito amor, com muito sentido de entrega. Claro que não é comparável ao sentido do Francisco, porque ele teve uma experiência única, mas também não é totalmente desajustado, porque também ele cumpriu tudo o que havia a cumprir, não fez nada de extraordinário mesmo durante a doença. O que havia de medicação, que era muito limitada naquele tempo, ele cumpriu. Não foi nada de patológico, foi uma vivência perfeitamente normal. É então uma vivência que se verifica noutros casos e também hoje podemos encontrar crianças com essa consciência “madura” da aceitação da sua doença, a quem poderíamos chamar “pequenos Franciscos”… Encontramos. Lembro-me do caso de uma miúda com doença oncológica, na minha rua, que vive a sua doença seguindo o exemplo do Francisco, porque conheceu a sua história e aprendeu dele o tal sentido para a sua doença. Primeiro, teve a pequena revolta do “porquê”, mas depois começou a racionalizar, à medida de criança em idade escolar, que começa a ter alguns critérios. Tudo depende também da forma como os adultos vivem a doença e o que transmitem aos filhos. Se os pais vivem a doença dos filhos com revolta, eles acabam por perceber essa tensão interior. Encontramos crianças portadoras de deficiências motoras, que são uma fonte de alegria e de inspiração. Sabem que são limitadas, que não podem fazer tudo do que os outros meninos podem fazer, e não deixam de ser uma fonte de alegria e de inspiração para quem vive à volta delas. O Francisco é uma criança perfeitamente normal, com nada de patológico. O que ele teve foi três anos de uma experiência espiritual intensa, três anos de uma grande vida interior, de oração, de adoração eucarística, o que potenciou o seu ser reflexivo e bondoso. As crianças e os adultos podem aprender com ele, aqueles que conhecem o Francisco têm nele uma fonte de inspiração. Lembro-me de que era pequenita e tive uma doença qualquer que me pôs na cama e recordei a história dos Pastorinhos que se lia em minha casa, e então queria sofrer como eles, fazer as coisas como eles. O testemunho dos Pastorinhos é hoje muito importante. É uma espécie de escola de fé, que pode ter lugar aqui em Fátima, onde, como dizia Bento XVI, “Maria ergueu a sua cátedra, para ensinar aos pequeninos essa arte de orar, de amar e de crer”. O Francisco frequentou essa escola três anos, aprendeu aí muita coisa e estava preparado para viver os últimos momentos da sua vida de uma forma… exemplar. A divulgação dessa “escola de fé” baseada no exemplo dos Pastorinhos será, com certeza, um dos objectivos deste congresso. Que expectativas tem em relação a esta iniciativa? Eu estou muito entusiasmada e também muito expectante. Quando vi os temas, achei-os muito diversificados, desde a literatura, o observar e caracterizar o que é a infância, a estrutura familiar do Francisco e, depois, a sua personalidade e crescimento espiritual. Os temas são tão variados, desde a psicologia, à sociologia, ao contexto familiar na infância, à educação no tempo das aparições… e esta dimensão da vivência familiar da fé é muito importante, porque as crianças são espelhos das famílias. E os pastorinhos não foram excepção. O congresso é uma excelente oportunidade para reflectirmos sobre a personalidade humana do Francisco, aquilo em que a vivência da mensagem de Fátima o fez transformar como menino e, depois, como morreu. Pode ser um momento excelente, de enriquecimento para todos nós, e espero que muitos possam aproveitar. Ao falar desta criança, o congresso recordará um modelo que tanto pode ensinar. A Igreja em Portugal, recebeu estes dois beatos e não podíamos deixar passar o centenário do nascimento do Francisco sem focar e tentar reacender, esta “candeia que Deus acendeu para alumiar a humanidade nestas horas sombrias e inquietas”, como dizia João Paulo II O Francisco é um talento que Deus confiou ao nosso mundo! *LeopolDina Simões (Sala de Imprensa do Santuário de Fátima) **Luís Miguel Ferraz (Semanário “O Mensageiro”/Leiria) |