Padre Joaquim da Silva Teixeira refletiu sobre Fátima como “escola de santidade”

Padre Joaquim da Silva Teixeira refletiu sobre Fátima como “escola de santidade”

No último Encontro na Basílica de 2020, o sacerdote carmelita perspetivou a mensagem de Fátima como “escola profética para o nosso tempo” e lugar onde, pela experiência, a oração, a celebração e o silêncio, se vive o Evangelho.

Esta tarde, na última sessão dos Encontros na Basílica deste ano pastoral, o padre Joaquim da Silva Teixeira, da Ordem dos Carmelitas Descalços, apresentou Fátima como "escola de santidade". Na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, o orador convidado perspetivou o Anjo e a Virgem Maria como os mestres da “escola de santidade que é Fátima” e as três crianças, Lúcia, Francisco e Jacinta, como os discípulos escolhidos para receberem um ensinamento.

Num percurso evocativo entre as aparições angélicas, de 1916, e as da Virgem Maria, no ano seguinte, o convidado destacou a "pedagogia mistagógica" do acontecimento de Fátima, sublinhando a "centralidade que a oração, a escuta e o diálogo aqui assumiram para o acolhimento da graça de Deus".

“A oração precisa de ir acompanhada de obras, de sacrifícios, de gestos visíveis de amor. Os sacrifícios são obras com um amor sagrado, santo, com uma intencionalidade e intensidade, ao ponto de fazerem bem não só pela obra em si, mas também pela carga de amor que encerra, tal como ensina a Virgem Maria aos Pastorinhos, na aparição de 13 de julho de 1917.”

Reforçando as palavras chave da mensagem de Fátima: Trindade, Eucaristia, conversão, reparação adoração e sacrifício, o padre Joaquim da Silva Teixeira apresentou Fátima como “escola profética para o nosso tempo, que tem o dever de continuar a ser fonte e estímulo para a conversão, para o acolhimento da santidade de Deus”.

“Fátima, ao receber a visita da ‘Senhora mais brilhante que o Sol’ naquelas crianças, recebeu também a missão de legar ao mundo a graça que recebeu”, disse o sacerdote carmelita, ao destacar a “resistência às adversidades” que fez dos Pastorinhos “mestres desta escola de santidade”.

Lembrando o pedido do Santo Padre, na exortação apostólica “A Alegria do Evangelho”, o orador reforçou a necessidade de uma “dinâmica mistagógica na transmissão da fé”, assente na experiência, na oração, na celebração, do silêncio, tal como Fátima a assume.

“Fátima já é, mas pode ser sempre mais este lugar privilegiado de mistagogia, onde todas as pessoas vêm aprender nesta escola: sacerdotes, leigos, consagrados… Todos precisamos de conhecer e experienciar esta realidade, para podermos transmitir, da forma mais genuína possível, a Mensagem.”

Num olhar sobre o futuro, o orador sintetizou algumas das interpelações que a meditação sobre o tema lhe suscitou, deduzindo a necessidade de Fátima continuar a ser "escola de santidade" pelo protagonismo dado aos Sacramentos, à oração da Igreja, à primazia de Jesus e ao lugar de Maria na economia da Salvação.

“Fátima precisa de continuar a ser uma escola de fé que nos leva, com doçura, admiração e prostração, aos núcleos essenciais da fé: o Deus Trindade, fonte de comunhão e de amor, e à Eucaristia, alimento perene da fome do nosso tempo”, disse, ao apresentar Fátima como “constante convite à conversão” e “escola de vida eclesial”, marcada, desde a sua origem, por uma “forte experiência de fé em comunidade”.

O encontro terminou com um recital, pelo organista Filipe Veríssimo e pelo violinista Eliseu Silva.

Os Encontros na Basílica são uma proposta de reflexão que o Santuário de Fátima oferece desde 2018. Neste ano de 2020, em se assinala o centenário da morte de Santa Jacinta Marto, os encontros apresentaram Fátima como um lugar que convida ao chamamento a uma vida em Deus, abordando temáticas como a vocação batismal à santidade, a conversão como recentramento da vida em Deus e as dimensões de uma espiritualidade cristã à luz da mensagem de Fátima.