20 de janeiro, 2019

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“Em Fátima, Nossa Senhora dá-se conta dos dramas do mundo e vem ao nosso encontro”

Na celebração, a primeira imagem da Virgem Peregrina recebeu nova coroa.

 

Na reflexão que fez sobre o Evangelho proclamado na Missa deste II domingo do tempo comum, que relata o episódio das Bodas de Caná, o reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, apresentou Jesus como “Aquele que transforma a nossa a vida, dando-a em plenitude”; e Maria como a “mão que nos conduz permanentemente a Cristo”.

Ao destacar o primeiro milagre de Jesus como “um sinal que vai além da materialidade”, o sacerdote explicou a relação deste episódio com a Boa Nova que Cristo trouxe à humanidade.

“A transformação da água em vinho remete-nos para aquilo que é a missão e a identidade de Jesus: a salvação dos homens pela transformação das vidas. Assim como transforma a água em vinho, também transforma o pão e vinho em Corpo e Sangue, na Eucaristia, e transforma também a nossa vida: transfigura-a, tornando-a plena em abundância. Este é o verdadeiro milagre de Caná!”, explicou.

Para que “Jesus possa operar esta transformação é necessária a adesão e disponibilidade às suas palavras, seguindo o seu exemplo de vida”, alertou, de seguida, o reitor do Santuário, ao sublinhar o importante papel de intercessora que Nossa Senhora assumiu no episódio do primeiro milagre do Filho.

“Tal como fez nas Bodas de Caná, ainda hoje, na glória, Nossa Senhora continua a interceder por nós. Conhece as nossas tristezas e medos e vem ao nosso encontro. No relato do Evangelho, é Maria que se dá conta que alguma coisa não está bem. Ainda hoje, Maria aparece como aquela que conhece as dificuldades e a necessidade de transformação de cada um de nós, vindo em nosso auxílio”, lembrou o padre Carlos Cabecinhas, ao apresentar o acontecimento de Fátima como um exemplo prático da intercessão de Maria em favor da humanidade.

“Em Fátima, Nossa Senhora dá-se conta dos dramas que o mundo vive e vem ao nosso encontro, trazendo a resposta que Deus dá. São as nossas súplicas a Maria que levam Deus a intervir, tal como aconteceu nas Bodas de Caná; e é esta certeza que nos enche de confiança e nos faz com que, como filhos, depositemos as nossas súplicas em Maria.”

Tendo ainda como base o episódio do Evangelho, o presidente da celebração apresentou Maria como Aquela que nos “desafia ao compromisso de seguir Jesus”, tal como pediu aos serventes das Bodas de Caná que “fizessem tudo quanto Ele lhes dissesse”, e tal como se entregou a Deus, na Anunciação.

Por fim, o reitor do Santuário deu o exemplo de santidade dos Pastorinhos, que “aprenderam, nesta escola de Maria, a pedir a ajuda de Nossa Senhora, mas também a mostrar total disponibilidade a seguir Jesus, como Ela lhes pediu”.

 

Primeira Imagem Peregrina foi coroada, antes da viagem para o Panamá

Após a homilia, seguiu-se o rito benção da nova coroa e coroação da primeira Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que parte hoje em peregrinação para a Jornada Mundial da Juventude, que decorre entre 22 e 27 de janeiro no Panamá.

Tomando a oportunidade desta saída excecional, a Imagem foi alvo de um processo de estudo técnico e material, tendo o Santuário de Fátima encomendado uma nova coroa para uso nesta e nas restantes 12 imagens oficiais da Virgem Peregrina de Fátima.

“A criação foi solicitada à Casa Leitão & Irmão, Joalheiros, responsável pela coroa da Imagem de Nossa Senhora de Fátima que é venerada na Capelinha das Aparições – coroa criada em 1942 e colocada na escultura em 1946”, lê-se na nota informativa do Museu do Santuário de Fátima.

Atendendo à conotação das viagens da Virgem Peregrina com o tema da Paz, na base da coroa aparece a seguinte legenda, inscrita em capitais: Regina Pacis. Regina Rosarii Fatimae. Regina Mundi (Rainha da Paz. Rainha do Rosário de Fátima. Rainha do Mundo), formulação que irá constar na coroa das 13 Imagens oficiais.

Desenvolvida a partir do programa iconográfico fornecido pelo Museu do Santuário de Fátima, o seu autor, Jorge Lé, configurou a coroa tomando como mote a ideia simbólica da Árvore da Vida, descrita no livro do Apocalipse (22,2) do seguinte modo: “No meio da sua praça, e de uma e da outra banda do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a saúde das nações”.

Na memória descritiva, o autor refere que “a árvore da vida, elemento principal desta coroa, símbolo de vida e evolução perpétua, representa a ligação entre a terra e o céu. Reúne também em si todos os elementos da Vida, a água presente na sua seiva, a terra que se integra com as raízes, o ar que as folhas respiram e o fogo que surge pela fricção de dois galhos. O seu tronco, que surge da terra e se eleva para o céu, ramifica-se em cinco ramos, representando os cinco continentes, os quais se entrelaçam e unem ao longo da forma circular da coroa, ligando todas as nações que formam o nosso planeta. As suas folhas, símbolo de salvação das nações e eternidade, crescem em direção ao céu, sinónimo de ascensão".

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