01 de dezembro, 2018

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Em Fátima aprendemos a ser para os outros, afirma diácono Rui Ruivo

Na apresentação do tema do novo Ano Pastoral o jovem diácono destacou a importância de Fátima como lugar da peregrinação em Igreja

 

O Santuário de Fátima é simultaneamente um lugar de peregrinação e exemplo de uma Igreja em saída missionária, disse este sábado o Diácono Rui Ruivo na conferência de apresentação do tema do novo Ano Pastoral, “Dar graças por peregrinar em Igreja”, que decorreu no Centro Pastoral de Paulo VI.

“Fátima é manifestação da Igreja peregrina, que celebra a fé, exerce a sua diaconia no serviço fraterno, que anuncia a boa nova” e que “acolhe o pobre e o pequenino”, oferecendo a “reconciliação e o perdão” e proporcionando um verdadeiro encontro com Deus.

“No santuário de Fátima peregrinamos em Igreja não só nos grandes acontecimentos, como a vinda do Papa, onde facilmente nos vemos e sentimos fazendo parte da Igreja, mas no quotidiano deste Santuário. Numas e noutras situações, somos sempre peregrinos em Igreja”, afirmou lembrando que o Santuário é ele próprio peregrino “porque regressa com os peregrinos que aqui vêm”.

“Se por um lado o Santuário escancara as portas e saiu portas fora, e se vai difundindo um pouco por todo o mundo, através da sua mensagem sempre atual de conversão e penitência como apelo à Paz”, por outro “abre as suas portas e muitos são os que fazendo-se peregrinos vêm à Cova da Iria, como quem entra no íntimo do seu quarto, e vêm pedir, agradecer e louvar, ouvir, crer e chorar”, afirmou Rui Ruivo destacando que desde sempre foi assim, a partir do momento em que Nossa Senhora pediu que aqui se fizesse uma capela.

“ `Quero dizer-te que façam aqui uma capela´ leva-nos a olhar Fátima como um lugar onde a Igreja se torna verdadeiramente católica, universal, abrindo-se ao mundo e a todos acolhendo”, precisou destacando uma outra dimensão desta eclesialidade assente num sentimento de amizade e fraternidade, próprios da peregrinação.

O jovem diácono lembrou o significado de peregrinar, uma espécie de viagem que pressupõe sempre uma abertura ao outro e às suas dores, apresentando a peregrinação como “um lugar” onde se experimenta a “fraternidade em igreja”, através da qual se procura um sentido e uma proximidade a Deus.

“Quem vem a Fátima traz as suas dores mas também as dos outros. É isto que significa peregrinar em Igreja”, porque a solicitude eclesial diz-nos que sempre que “alguém sofre eu sofro também”.

“A experiência da alteridade é aquilo que Fátima proporciona” esclareceu afirmando que “o verdadeiro sentido da vida não é chegar sozinho, não é chegar primeiro mas chegarmos juntos. Calçar as sapatilhas do outro é abrir-me a ele” disse.

“Quem peregrina, numa itinerância despojada, abre-se a Deus e aos outros num êxodo constante onde o seu coração e o dos outros se transformam”, acrescentou ainda.

“Fátima torna-se assim, cada vez mais, a expressão deste ser para os outros”, e relatando um episódio particular, vivido numa das inúmeras peregrinações que fez à Cova da Iria, concluiu que “na experiência de dizer Fátima vivi o exemplo da Igreja peregrina, acidentada, a Igreja do Céu que acolhe os corações feridos com a certeza de que Maria nos acolhe a todos com o seu enorme manto protetor” onde a Capela, onde se encontra a sua imagem, “é um manto de coração largo”.

A jornada de apresentação do tema do novo Ano Pastoral foi precedida da inauguração da exposição “Capela Múndi”, que assinala a celebração do centenário da construção da Capelinha das Aparições, que estará patente aos peregrinos até ao próximo dia 15 de outubro de 2019, diariamente, no Convivium de Santo Agostinho, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade.

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