16 de fevereiro, 2012

Bispo de Leiria-Fátima exorta à responsabilidade e ao testemunho dos cristãos
“A mochila do peregrino contém certamente o desejo de paz”
Num encontro promovido e organizado pela Vigararia de Fátima, realizado ontem à noite, o bispo de Leiria-Fátima exortou todos os que trabalham nesta cidade nas mais diversas área do acolhimento ao peregrino e ao turista “a serem, com a sua presença e a sua atividade, testemunhas de Cristo no Mundo”.
As estruturas de acolhimento, os vários serviços oferecidos e as pessoas envolvidas devem ser equipados e dirigidos “com dignidade, atenção e amor”.
D. António Marto sublinhou que “não obstante o fenómeno da secularização e devido também à crise mundial de valores, há no mundo uma busca de paz e de espiritualidade, acompanhada pelo reconhecimento da importância cada vez maior do elemento religioso”.
“A mochila do peregrino contém certamente o desejo de paz, um dom de Deus, posto nas mãos das pessoas de boa vontade”, disse.
Concretamente sobre Fátima, D. António disse que “sem exagero”, “o Santuário de Nossa Senhora de Fátima representa, de algum modo, o coração espiritual do país, como lhe chamou Bento XVI”.
Além disso, destacou, “Fátima tornou-se para Portugal e muito além das suas fronteiras lugar-símbolo de paz, de reconciliação e de unidade de corações, de povos e de culturas”.
“Como todos os santuários, também o nosso participa da missão evangelizadora da Igreja e dos desafios que hoje se lhe põem, enquanto lugar privilegiado de acolhimento, centro de unidade pessoal, fraterna e eclesial, caminho de paz, espaço de misericórdia e conversão, sinal de esperança, lugar de anúncio e de revitalização da fé, oásis de repouso e de contemplação”, disse.
É portanto grande a responsabilidade de quem acolhe em Fátima.
“É necessário que os agentes turísticos e comerciais não sejam dominados apenas por interesses económicos, mas estejam conscientes da função humana, social, cultural e evangelizadora que desempenham”, sublinhou.
Para D. António, que elencou oito fatores necessários ao bom acolhimento, “exige-se uma oportuna convergência de esforços humanos e uma adequada consciência dos papéis e das responsabilidades por parte de todos os protagonistas envolvidos”.
A “atenção respeitosa, na cordialidade, no diálogo respeitador da sensibilidade e da cultura dos visitantes”, “o aspeto humanizador e evangelizador do acolhimento”, a valorização das “visitas aos lugares religiosos de valor artístico ou histórico”, são três desses fatores diferenciadores, que devem atuar lado a lado, considera o prelado, com a “competência profissional” e com a colaboração entre todos para que Fátima tenha um “ambiente saudável, acolhedor, fraterno, limpo e digno de tudo”.
D. António recomendou ainda guias-turísticos “adequadamente formados e subsídios informativos bem cuidados” e que exista “colaboração recíproca entre o Santuário e todos os agentes e demais entidades e interessados neste sector do turismo religioso”.
Um último fator foi apresentado como necessário para “fazer de Fátima um lugar de beleza, de fé e de paz”: o “conhecimento fundamental da mensagem de Fátima por parte de todos os cristãos empenhados nesta atividade”.
A Vigararia de Fátima, que promoveu este encontro no Hotel D. Gonçalo, integra as paróquias de Atouguia, Fátima, Santa Catarina da Serra e São Mamede. 
Palestra de D.António Marto
LeopolDina Simões
 
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