01 de novembro, 2020

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“Em cada um dos santos e das santas encontramos os traços do rosto de Cristo”, considera o Pe. Carlos Cabecinhas

As relíquias dos Santos Pastorinhos, Francisco e Jacinta Marto, foram veneradas na celebração da Solenidade de Todos os Santos na Basílica da Santíssima Trindade

 

Esta manhã, na Basílica da Santíssima Trindade, as relíquias dos Santos Pastorinhos, Francisco e Jacinta Marto, foram veneradas na celebração da Solenidade de Todos os Santos. Esta eucaristia foi presidida pelo Pe. Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, e que considera que neste dia se celebra “a multidão incontável dos que nos precederam na fé em Jesus Cristo e se encontram já junto de Deus”.

“Hoje celebramos a santidade, não como um conceito ou como uma abstração, mas com o rosto concreto de tantos que, nas suas vidas, se tornaram uma imagem viva de Jesus Cristo”, explicou.

Esta Solenidade de Todos os Santos “é a grande festa da Igreja peregrina na terra, a que todos nós pertencemos, e que se une à Igreja que vive já na glória, a Jerusalém celeste, que nos era descrita na primeira leitura e que está figurada no enorme painel desta Basílica da Santíssima Trindade”.

O reitor do Santuário de Fátima lembrou que neste dia cada um é convidado a proclamar “as maravilhas de Cristo nos seus servos” (SC 111), os santos, “e a senti-los como um permanente desafio a também nós procurarmos ser santos, porque este é o grande desafio da celebração deste dia”.

“A santidade não é um privilégio reservado a alguns eleitos, é a vocação de todo o cristão, sentir-se chamado a ser santo”, alertou.

O sacerdote recordou o Papa Francisco na Exortação Apostólica sobre o chamamento de todos à santidade «Alegrai-vos e exultai»”, que considera que ser santo é “não nos resignarmos com uma vida medíocre, superficial e indecisa”.

Neste sentido é comum alimentar “ideias erradas do que são os santos”.

“Super-homens e mulheres, diferentes de nós, que realizam milagres, é como tantas vezes idealizamos e ser santos não é nada disso, precisamos de aprender o que significa a santidade com aqueles que o Papa Francisco chama santos «ao pé da porta», aquelas pessoas que, com os seus defeitos e fragilidades, procuram viver como «amigos de Deus», em comunhão com Ele e em conformidade com a Sua vontade, seguindo o caminho indicado por Cristo nas bem-aventuranças, e é este desafio que o Evangelho hoje nos deixa”, esclareceu.

As bem-aventuranças são “uma proclamação paradoxal, que aponta para a primazia de Deus: bem-aventurados, felizes, são os pobres, os humildes, os que choram, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz, os perseguidos por amor da justiça... porque Deus é a sua riqueza, o seu consolo, o seu refúgio, a fonte da sua alegria e bem-aventurança”.

“Os santos são aqueles que souberam confiar as suas vidas a Deus; aqueles que, mesmo no meio das lágrimas, das dificuldades e das incompreensões, procuraram sempre em Deus a sua força, confiaram na Sua presença e Lhe entregaram a vida”, explicou o Pe. Carlos Cabecinhas, que recordou o facto das bem-aventuranças apresentarem “o retrato fiel de Cristo, da sua vida, das suas atitudes”.

Ao escutar as bem-aventuranças, “sentimos ressoar o convite de Jesus”, que viveu a pobreza “como plena confiança em Deus seu Pai, foi humilde, misericordioso, puro de coração, foi pacífico e pacificador, amou a justiça, e sofreu perseguição”.

“Podemos dizer que em cada um dos santos e das santas encontramos os traços do rosto de Cristo, ser santo é imitar Jesus Cristo e viver de acordo com a Sua vontade”, reiterou.

Esta Solenidade de Todos os Santos recorda “que Fátima é «escola de santidade»”. “No centro da mensagem de Fátima encontramos o primado de Deus, de que nos falam as bem-aventuranças, como caminho de santidade”, considera, recordando os protagonistas de Fátima, os Pastorinhos, onde é possível “encontrar não apenas o enorme desejo de serem santos, mas igualmente o esforço diário por serem humildes, justos, misericordiosos, pacíficos, puros de coração... como Jesus Cristo”.

O Pe. Carlos Cabecinhas concluiu a reflexão, falando do facto de celebrar a Solenidade de Todos os Santos em Fátima, “é acolher o  convite a darmos graças a Deus por tantos frutos de santidade que, ao longo destes mais de cem anos, têm brotado do acolhimento da mensagem de Fátima; é desafio a seguirmos o exemplo dos Pastorinhos no desejo de santidade, e em ano de centenário da morte de Santa Jacinta, ecoa o seu exemplo de Santidade”.

Francisco e Jacinta Marto foram proclamados santos em Fátima, pelo Papa Francisco a 13 de maio de 2017.

A partir de hoje, dia 01 de novembro, entra em vigor o horário de inverno no Santuário de Fátima, com alterações que se prolongarão até à Páscoa e serão sentidas no programa celebrativo.

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