07 de abril, 2011
Num artigo com o título “A oração no núcleo da mensagem de Fátima”, o Reitor do Santuário de Fátima lembra que tanto as aparições do Anjo como as de Nossa Senhora, em 1916 e 1917, respectivamente, acentuam a centralidade da oração na mensagem de Fátima. Em editorial, datado de 13 de Abril, o Reitor alerta que, tal como acontecia na época das aparições, também actualmente os cristãos apagam a dimensão orante da sua vida. O risco continua portanto o mesmo: “o perigo de reduzir a fé cristã a um conjunto de valores, a religião a um agir em âmbito social, a Igreja a uma sociedade organizada em torno a uma figura marcante da história”. “Estávamos e continuamos a estar num período em que se esvanece a dimensão orante da vida dos cristãos, por se diluir a sua fé em Deus, a sua esperança em Deus e a sua caridade inspirada no amor de Deus. Era necessário advertir o mundo para o perigo iminente de ver eclipsar-se Deus, de substituir a fé transcendente por convicções e seguranças terrenas, de se perder o sentido do permanente e eterno em favor da afirmação do transitório e subjectivo”, escreve. O padre Virgílio Antunes recorda também: “Jesus explica aos discípulos que a oração alimenta a esperança, enquanto abre a um mundo de possibilidades que não se fundam nas forças humanas, mas se alicerçam no poder e na misericórdia de Deus. Há momentos na vida em que nenhuma segurança humana é suficiente para manter a esperança das pessoas e em que somente uma confiança fundada em Deus tem capacidade para nos aguentar”. No mesmo texto editorial, escrito para evocar a primeira aparição do Anjo aos Três Pastorinhos, é ainda sublinhado que “a melhor síntese de toda a oração de uma vida de fé, de esperança e de amor é a adoração". A 31 de Março, Fátima evocou aparição do Anjo Na noite de 31 de Março, a primeira aparição do Anjo aos videntes e a sua mensagem foram lembradas em Fátima com uma celebração evocativa que se realizou pela primeira vez. A noite de oração e meditação iniciou na Capelinha das Aparições, onde várias centenas de peregrinos se concentraram para, em procissão, rumarem à Loca do Anjo, nos Valinhos, lugar da primeira aparição, em 1916. Durante o caminho foram recitados dois rosários e realizada a Via-Sacra. Nos rosários rezou-se sobretudo por um mundo que seja sinal de “uma fé viva, uma esperança indefectível e de uma caridade ardente”, que tenha a graça de adorar a Deus. Pediu-se ainda a Nossa Senhora para que os corações das pessoas se abram “aos desígnios amorosos dos Corações de Jesus e Maria”. Nas meditações foi lembrado o testemunho de vida dos videntes. Na Via-Sacra, os doentes, os sós, os abandonados, e todos os que sofrem foram motivo de especial oração. Junto da Loca foi lido o extracto das Memórias da Irmã Lúcia referente a esta primeira aparição. Seguiu-se depois um momento de oração, onde foi lida a oração que o Anjo ensinou aos Videntes e uma outra baseada nesta mas da autoria da Irmã Lúcia. Na meditação, o Reitor do Santuário lembrou a força deste local como “lugar que convida à esperança” e a adorar o amor eterno de Deus. Lembrou também o motivo desta evocação: “Pretende-se que as pessoas possam ter um conhecimento mais directo sobre a história e a mensagem do Anjo”. LeopolDina Simões |