10 de abril, 2023

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“É preciso mostrar outra face da Igreja que os jovens não estão a ver neste momento”, afirma Cristiana Lopes

A jovem da diocese de Leiria-Fátima é uma das responsáveis do Comité Diocesano da Jornada Mundial da Juventude, que tem como patronos os Santos Francisco e Jacinta Marto

 

O lema da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é mariano e uma das dioceses mais próximas de Lisboa, onde decorrerá a Jornada de 1 a 6 de agosto é Leiria-Fátima, o lugar que o Papa visitará cumprindo a tradição de se deslocar ao Santuário Mariano mais relevante do país que acolhe o acontecimento católico de jovens com maior expressão. Por isso, perguntar à pastoral juvenil de Leiria-Fátima como está a encarar este período é saber o que está a ser preparado desde o acolhimento ao acompanhamento dos mais novos, seja no grupo que representará a diocese em Lisboa seja na receção de grupos nos dias das dioceses.

Cristiana Lopes é um dos rostos do Comité Organizador Diocesano da JMJ e garante que a expetativa é alta.

“Faremos o melhor que pudermos, cientes de que proporcionaremos a primeira experiência a muitos dos jovens que virão a Fátima e que o farão pela primeira vez” refere a jovem numa conversa que pode ser ouvida na integra no podcast #fatimanoseculoXXI, disponível em www.fatima.pt/podcast e nas plataformas Itunes e Spotify.

“Vai ser extraordinário proporcionar Fátima aos jovens; mostrar-lhes o que é que este lugar tem de tão especial que fez com que Nossa Senhora tivesse aparecido a três crianças e elas terem aderido aos seus pedidos” acrescenta lembrando que “toda essa história que é contada no acontecimento e na Mensagem de Fátima é extraordinária”.

“Tudo isto desperta muita curiosidade nos jovens que sabendo que existe Fátima têm pouca informação sobre a Mensagem de humildade que estas crianças deixaram”, sublinha Cristiana Lopes.

“Elas ensinam-nos que temos a possibilidade de fazer mais pelo outro, desde logo a partir da nossa oração, mas também a partir da nossa ação”, frisa a jovem: “Ser colo para os outros ou levar os outros até ao colo de Nossa Senhora... Será fundamental”.

Por isso, é que o Comité Organizador Diocesano de Leiria-Fátima escolheu os dois primeiros santos de Fátima como seus patronos.

“Eles são os patronos diocesanos da Jornada porque são um exemplo de humildade e proximidade” refere, lembrando que muitas das propostas que estão a ser desenvolvidas, por exemplo nos itinerários de peregrinação, têm os pastorinhos como protagonistas.

“A experiência de peregrinação a pé vai ser uma experiência muito interessante e pode ser um dos pontos altos que estas propostas têm” salienta.

“Os caminhos serão acompanhados por personagens diferentes- Nossa Senhora, o Anjo, os Pastorinhos- e através das suas palavras vamos proporcionando um conhecimento da mensagem”, revela ao anunciar que a diocese se preparar para acolher inúmeros grupos, muitos deles com ritos diferentes e, até nas famílias de acolhimento há pessoas fora da religião católica.

“Este diálogo é fundamental” refere lembrando que o próprio Papa tem pedido que o encontro propicie também frutos no diálogo inter-religioso.

A jovem de Leiria-Fátima reflete ainda sobre o “day after”. 

“Esta mobilização de jovens também mostrará que a Igreja é para os jovens”, sobretudo para “aqueles que se querem comprometer”.

“Em Leiria Fátima decidimos que íamos propor aos nossos diocesanos que vão á Jornada num único grupo; tomamos esta decisão por uma questão pastoral: estar próximo e criarmos uma relação com eles para que, após as jornadas, possamos continuar o trabalho conjunto”, sublinha.

“Os jovens têm lugar para Deus” afirma, desde que consigamos “dar testemunho”.

“Sempre que acontece um retiro, um convívio fraterno, ou os encontros shemá, os jovens saem com o coração a arder. Isso já significa que eles querem mais. Temos de saber acompanhar para que não se perca o fogo que têm no coração e potenciá-lo”.

“Há tanta distração, há tanto scroll no instagram; se calhar o que estamos a precisar é saber habitar esse espaço e tornar-nos relevantes aí, junto dos jovens”, acrescenta.

“Cada um tem de refletir para si próprio que testemunho está a ser. Vendo a Igreja como um todo, e aquilo que a comunicação social diz da Igreja, se calhar muitos jovens pensam que isto da Igreja não é para eles e  pode fazer com que eles não venham. Cabe-nos a nós mudar isso em cada momento e em cada ambiente”, conclui.

 

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