03 de maio, 2023

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"É preciso encontrar uma nova pedagogia para ensinar as crianças a rezar o terço"- Cardeal António Marto

O bispo emérito de Leiria-Fátima refletiu sobre a carta apostólica "O rosário da Virgem Maria", escrita pelo Papa São João Paulo II

A oração do rosário "desfaz a polarização atual" na sociedade e é "um exercício de pacificação" afirmou esta noite o cardeal António Marto numa reflexão sobre a carta apostólica "O rosário da Virgem Maria", tema da primeira visita temática à exposição temporário do Santuário "Rosarium: Alegria e Luz, Dor e Glória- o rosário como caminho para a paz".

"O poder da oração do Rosário  envolve-nos a todos nesta grande causa que é a paz, convocando-nos para uma terapia que cura a cultura da agressividade e da violência e concorre para a pacificação de cada um de nós", afirmou o bispo emérito de Leiria-Fátima.

"A oração, e a do Rosário em particular, desfaz a polarização atual que invade a nossa sociedade" enfatizou ao sublinhar que esta oração "é um exercício de pacificação e favorece a caridade".

O prelado, que inaugurou as visitas temáticas à exposição temporária do Santuário de Fátima, que habitualmente ocorrem entre maio e outubro, apresentando e desenvolvendo aspectos particulares da exposição, propôs ao auditório uma reflexão sobre a carta apostólica publicada por ocasião do 25º aniversário do pontificado de João Paulo II e que introduziu na oração do Rosário os mistérios luminosos, que apresentam episódios relativos aos anos da vida pública de Jesus, quando anuncia o Evangelho do Reino.

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D. António Marto recordou a predileção que São João Paulo II tinha por esta oração a partir da qual afirmava que o povo cristão se colocava na escola de Maria e teceu uma breve história do Rosário que começou a ser impulsionado nos mosteiros e que foi valorizada a partir de Pio V, com importantes sublinhados dos Papas Leão XIII, Pio XII, Paulo VI, João Paulo II e, depois deste, com Bento XVI e com o Papa Francisco.

"Meditar o Rosário é entregar-se a Cristo e à sua mâe" enfatizou o cardeal português realçando que a "finalidade última desta oração é levar-nos à configuração com Cristo", possuindo duas dimensões "a paz e a família". A este propósito o prelado apontou a necessidade de se encontrar uma pedagogia nova que ensine as crianças a rezar o terço e a gostarem de o fazer", disse lembrando que se trata de uma oração terapêutica para as famílias.

"O terço tem uma função terapêutica na família e faz-nos frecordar a presença de Deus e de Nossa Senhora no seio da familia" recordando a importância desta oração em Fátima diante desse pedido insisitente da mensageira celeste aos três Pastorinhos para que rezassem o terço todos os dias.

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Esta iniciativa, que se realiza na primeira quarta-feira do mês, entre maio e outubro, pretende proporcionar uma experiência mais enriquecedora resultante da interpretação dos conteúdos desenvolvidos nas exposições temporárias e, segundo os registos, ao longo dos últimos cinco anos passaram por estas visitas temáticas mais de 2500 pessoas. 

Esta exposição em concreto, inaugurada no principio de dezembro, já foi visitada por 55.545 pessoas.

A 7 de junho, Purificação Reis, Presidente da ACISO – Associação Empresarial Ourém-Fátima irá abordar o tema dos “Terços e Rosários: as mãos que os fazem no território de Fátima”. A 5 de julho, Ana Bonifácio, arquiteta e artista plástica, vai conversar sobre “Salterium: sobre a criação, sobre a execução e sobre a exposição”. A 6 de Setembro “In Paradisum: sobre a criação, sobre a execução e sobre a exposição”, será a temática da conversa com Ana Lima-Netto, arquiteta e artista plástica. A última visita temática, será com a artista plástica Joana Vasconcelos, sobre “Suspensão: sobre a criação, sobre a execução e sobre a exposição”. 

A exposição percorre os quatro mistérios que se meditam no Rosário, através de uma narrativa que convida à contemplação desta oração mariana, que é uma das dimensões mais estruturantes da mensagem de Fátima. O itinerário começa, por isso, com a projeção do pedido que a Senhora do Rosário fez aos Pastorinhos para que rezassem o Terço todos os dias para alcançar a paz. A terminar o primeiro núcleo é apresentada uma obra de arte contemporânea que apresenta 150 terços oferecidos por peregrinos anónimos a Nossa Senhora de Fátima.

O segundo núcleo da exposição interpreta e contempla os mistérios do Rosário. Os subnúcleos que apresentam os mistérios da alegria, da luz, da dor e da glória, são dispostos à volta de um monumental Rosário, situado no centro do espaço, e que serve de peça âncora sob a qual os visitantes meditam as contas de cada mistério.

Cada subnúcleo apresenta um Terço que pertenceu aos Pastorinhos de Fátima e, sob o fundo de um painel que mostra fotos de pormenor das mãos de peregrino a rezar o Terço, são dispostas, lado a lado, uma peça de arte antiga e contemporânea, suscitando interpretações no diálogo que se estabelece entre ambas.

No terceiro núcleo, que tem como título “Entre o céu e a terra”, é exposta a obra “Suspensão”, que Joana Vasconcelos fez por ocasião do centenário das Aparições de Fátima, e que apresenta um monumental Rosário, iluminado, em que a cruz está disposta sobre uma reprodução de “Homem de Vitrúvio”, de Leonardo da Vinci.

A exposição tem entrada livre e pode ser visitada no Convivium de Santo Agostinho, piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.

 

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