15 de maio, 2013

Com o 15.º tomo da Documentação Crítica de Fátima, conclui-se a primeira fase da edição dos documentos relacionados com os acontecimentos de Fátima, em 1917, a evolução do Santuário e a expansão da mensagem, em Portugal e no mundo, desde 1917 a 1930. Este projeto, já presente no pensamento dos bispos da diocese restaurada de Leiria, D. José Alves Correia da Silva (1920-1957) e D. João Pereira Venâncio (1958-1972, +1985), e reiniciado em 1985, por D. Alberto Cosme do Amaral (1972-1993, +2007), com o patrocínio científico da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP), através do Centro de Estudos de História Religiosa, e de uma Comissão Científica. O projeto começou a concretizar-se, em 1992, com a edição do primeiro volume, Interrogatórios aos videntes (1917); e em 1999, do segundo volume, Processo Canónico Diocesano (1922-1930). Seguiram-se 12 tomos, em três volumes, correspondentes a três períodos cronológicos: vol. III (Das aparições ao Processo Canónico Diocesano, 1917-1922), em três tomos; vol. IV (Do início do Processo Canónico Diocesano à criação da capelania, 1922-1927), em quatro tomos; vol. V (Da criação da Capelania à Carta pastoral de D. José, 1927-1930), em seis tomos. 
 
No tomo sexto do volume V, edita-se a documentação do quadrimestre de 1 de setembro a 31 de dezembro de 1930, que tem o seu auge na Carta Pastoral do Bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, de 13 de outubro de 1930, em que ele declarou “como dignas de crédito as visões das crianças na Cova da Iria, freguesia de Fátima, desta Diocese, nos dias 13 de maio a outubro de 1917”, e permitiu “oficialmente o culto de Nossa Senhora de Fátima”. 
 
A introdução deste tomo é do Padre Doutor David Sampaio Barbosa, da UCP, Polo de Lisboa, atual presidente da Comissão Científica. Ao todo, são 273 documentos: 41 cartas, 5 documentos oficiais, 222 artigos de imprensa, 4 notas e um testemunho, em 483 páginas. 
 
Nos 15 tomos, em 8.217 páginas, são editados 3.811 documentos, segundo os seguintes tipos: 1.086 cartas, 4 livros ou opúsculos; 2 memórias; 62 notas; 2.322 artigos de imprensa; 66 testemunhos; 211 documentos oficiais; 33 fotografias e 25 interrogatórios.  
 
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A Comissão do Centenário das Aparições de Fátima(COCAF) solicitou à Comissão Científica que organizasse um tomo com uma seleção de documentos de 1917 a 1930, em língua portuguesa: 138 documentos e um anexo, segundo as seguintes tipologias: 53 cartas; 25 artigos de imprensa; 24 ofícios; 19 testemunhos; 13 interrogatórios; 3 notas; 1 livro. Ao todo 656 páginas. A Introdução é do Padre Doutor Adélio Fernando Abreu, da UCP, Polo do Porto. A partir desta edição portuguesa, está a proceder-se já à tradução para inglês e italiano, de modo a proporcionar aos investigadores de língua não portuguesa um resumo de toda a documentação editada. 
 
Documentação Crítica de Fátima, vol. V (Da criação da Capelania à Carta Pastoral de D. José), tomo 6 (1 de setembro a 31 de dezembro de 1930), Fátima: Santuário de Fátima, 2013, 483 páginas.
Documentação Crítica de Fátima, Seleção de Documentos (1917-1930), Fátima: Santuário de Fátima, 2013, 656 páginas. 
 
 
 
DAS INTRODUÇÕES DOS DOIS TOMOS DA DCF EDITADOS EM 2013
 
“Chegamos ao fim do projeto que, ao longo de 21 anos, uma comissão científica programou, refletiu e fez estudo sobre a documentação existente sobre Fátima. Fê-lo de forma crítica, nada ocultando do que, no arquivo do Santuário se encontrava ou noutros acervos documentais não pertencentes ao Santuário. A informação da imprensa foi também cotejada; deu-se igual atenção a todo o tipo de publicação que sobre os acontecimentos de Fátima se fizera. A comissão científica que pelo projeto se responsabilizou […] não foi sempre a mesma; com o correr dos anos, circunstâncias várias, determinaram a recomposição desse grupo de trabalho. Os critérios orientadores, desde a constituição da primeira comissão até àúltima, mantiveram-se. Nada se fez por encomenda. Trabalhou-se sempre com muita liberdade; às mais variadas sensibilidades religiosas, e até de propostas metodológicas, acabou por prevalecer a metodologia que melhor nos conduziu ao texto final mais objetivo. A delicadeza do projeto impôs a todos seriedade, reflexão, estudo e método científico, por forma a referir a centralidade da mensagem de Fátima e a receção que à mesma se foi fazendo nas primeiras décadas após os acontecimentos da Cova da Iria. […] Quis a comissão científica disponibilizar à comunidade científica um instrumento de trabalho que se prestará a ulterior pesquisas e sínteses sobre as mais variadas temáticas que a documentação científica a isso induzirá. Fátima desde 1917 tem feito o seu percurso. A mensagem de Fátima e a receção que dela se tem feito tem configurado devoções, jeitos de peregrinar e formas de celebrar. Esse dinamismo continua imparável. O fenómeno em si, por essas e outras razões, concita interesse e convoca o mundo da devoção e da cultura a interessar-se pela Cova da Iria. […]
 
Quis-se colocar ao alcance do leitor e estudioso mais um subsídio que apenas propõe e possibilita ter em mão textos documentais, com tratamento crítico, suficientemente aberto a outras leituras e a outras compreensões. O ritmo de trabalho que a comissão científica assumiu foi só possível graças ao saber, competência e colaboração profícua dos responsáveis pelo Serviço de Estudos e Difusão do Santuário de Fátima. Neste fim dum primeiro percurso, creio ser de justiça reconhecer a abertura mental e a disponibilização de meios que os responsáveis do Santuário sempre manifestaram. Tudo fizeram para que esta comissão científica, de forma isenta, prestasse um bom serviço a Fátima, à cultura e, sensibilizada pelo mundo da fé envolvente, se questionasse sobre os acontecimentos de Fátima e a figura do peregrino – o grande caracterizador da receção dinâmica da mensagem de Fátima.
 
DAVID SAMPAIO BARBOSA, Introdução a Documentação Crítica de Fátima, vol. V (Da criação da Capelania à Carta Pastoral de D. José), tomo 6 (1 de setembro a 31 de dezembro de 1930), Fátima: Santuário de Fátima, 2013, p. 9-10).
 
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“Em 13 de outubro de 1930, D. José Alves Correia da Silva, bispo de Leiria, depois de considerado o relatório da comissão que constituiu em 1922 para organizar o processo canónico, declarou dignas de crédito as aparições de Fátima de 1917 e permitiu oficialmente o culto a Nossa Senhora de Fátima. Era o termo de um processo de análise das aparições marianas, ocorridas de maio a outubro daquele ano, na Cova da Iria, freguesia de Fátima, concelho de Vila Nova de Ourém, a três crianças: Jacinta Marto, de sete anos de idade, seu irmão Francisco Marto, de nove anos, e a prima de ambos, Lúcia de Jesus, de dez anos. A esta problemática e a este período corresponde a seleção documental que agora se publica”. 
 
ADÉLIO FERNANDO ABREU, Introdução a Documentação Crítica de Fátima: Seleção de Documentos (1917-1930), Fátima: Santuário de Fátima, 2013, p. 3.  Nesta introdução, p. 3-25, o autor contextualiza os acontecimentos que contribuíram para a sua produção, justifica a publicação do volume e a sua organização e apresenta as linhas fundamentais da documentação, aqui dada à estampa, a partir da Documentação Crítica de Fátima, publicada entre 1992 e 2013. 
 
Cónego Luciano Cristino,
diretor do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário de Fátima
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