13 de novembro, 2022
Documentação Crítica de Fátima
Remonta aos anos 60 do século XX, designadamente ao tempo da celebração do Cinquentenário das Aparições, a intenção de trabalhar as fontes de Fátima de uma forma científica, editando os documentos fundacionais relativos às Aparições. Para essa tarefa foi encarregado Joaquín María Alonso (1913-1981), mariólogo que se dedicou à recolha e a uma primeira leitura em ordem à edição dessas fontes. Sucedeu a Alonso nesta função Luciano Coelho Cristino (1938-), diretor do Serviço de Estudos e Difusão do Santuário de Fátima, que, anos mais tarde, no contexto de diferentes comissões científicas, preparou e fixou os textos originais em ordem à sua edição crítica. A edição das fontes de Fátima datadas de entre 1917 (ano das Aparições) e 1930 (ano do reconhecimento das Aparições) ocorre entre 1992 e 2013 e sai com a chancela editorial do Santuário de Fátima e com o patrocínio científico do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa. A coleção é composta por 16 volumes, sendo um deles dedicado à seleção dos documentos considerados mais relevantes. Em 2016, foi publicada pela Pontifícia Academia Mariana Internacionalis a tradução italiana do volume de seleção de documentos e, em 2019, o Santuário publicou a tradução inglesa do mesmo volume. Fazem parte desta magna edição os interrogatórios realizados aos videntes, o processo canónico diocesano que terminou na declaração das Aparições como dignas de crédito, documentação sobre a receção do fenómeno por parte de crentes e não crentes e sobre a atuação das autoridades civis e religiosas. Os 16 volumes da edição portuguesa publicam 3777 documentos (entre fotografias, documentação de caráter epistolar, financeiro, simples anotações, textos pastorais e notícias), aos quais acrescem algumas dezenas de documentos publicados em apêndice. Marco Daniel Duarte Departamento de Estudos do Santuário de Fátima |