22 de agosto, 2021

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“Dizermo-nos cristãos e depois não acolhermos as atitudes de Jesus é enganarmo-nos a nós próprios”, afirma o padre Carlos Cabecinhas

Missa dominical no Recinto de Oração do Santuário de Fátima contou com a presença de vários grupos de peregrinos

 

O padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, presidiu à Missa dominical no Recinto de Oração. Esta celebração contou com a presença de vários grupos de peregrinos.

Tomando como ponto de partida a liturgia deste dia, o sacerdote lembrou que a vida “é feita de escolhas, de opções e há aquelas escolhas do dia a dia, de pouca importância, mas há também as opções que determinam o rumo da nossa vida e a palavra de Deus fala-nos sobretudo destas opções mais importantes”.

No Evangelho, “a multidão esperava de Jesus pão em abundância, queria uma solução fácil e cómoda para os seus problemas, mas em vez disso, Jesus convida a identificarem-se com Ele e a segui-l’O até ao dom da própria vida”, e como consequência “muitas das pessoas que o seguiam afastaram-se de Jesus pois não estavam dispostos a aceitar as propostas de Jesus, achavam-n'O demasiado exigente, sentiam que seguir Jesus poderia ser incómodo e difícil”.

Porém, Jesus questionou os doze Apóstolos, se também iriam embora, ao que Pedro respondeu “Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus”.

“A mesma exigência de uma escolha por Deus e pela sua vontade é apresentada aos israelitas por Josué, quando entravam na terra prometida, conforme escutávamos na primeira leitura, também ali era uma questão de opção”, explicou o reitor, afirmando que “uns e outros escolheram não o caminho mais fácil, mas o caminho da vida plena, que só Deus pode oferecer”.

“Sabemos quão instáveis podem ser estas opções e quantas vezes estes, que assim optaram, se esqueceram das opções tomadas”, reiterou o padre Carlos Cabecinhas.

As palavras de Jesus “são palavras duras para os nossos ouvidos” e as atitudes a que nos convida são “muito exigentes” e “é fácil sentirmos a tentação de atenuar essa exigência, como é fácil sentirmo-nos tentados a acalmar a nossa consciência com algumas práticas cristãs, mas vivendo depois na prática como se Deus não existisse, sem que os valores cristãos encontrem qualquer tradução nos nossos atos”.

A Palavra de Deus, vem recordar que “ser cristão não é um nome que se use, sem consequências, é uma opção por Jesus, pela Sua vontade”, alertou o sacerdote, explicando que esta opção tem necessariamente “reflexos na nossa vida e concretização nos nossos atos, atitudes e escolhas”.

“Dizermo-nos cristãos e depois não acolhermos as atitudes de Jesus é enganarmo-nos a nós próprios”, afirmou.

Como os Apóstolos que escolheram seguir-Lo, “também nós somos convidados a procurar em Jesus Cristo a orientação para o nosso agir e o sentido para a nossa vida, também nós somos desafiados à coerência entre a fé que professamos e o modo como vivemos”.

A mensagem de Fátima no seu centro “é convite à conversão, é desafio a fazermos as opções a que Deus nos chama, é apelo veemente a optarmos por Deus e pela Sua vontade e a deixarmo-nos guiar por Ele, e neste esforço, sabemos que não estamos sós pois Nossa Senhora acompanha-nos com o seu auxílio materno”, concluiu.

Esta celebração foi transmitida pelos meios de comunicação social e digital do Santuário de Fátima.        

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