02 de junho, 2016

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Diretor do Museu diocesano de Santarém sublinha importância da escultura do Cristo de Mont´Irás para compreensão da história da diocese

Pe Joaquim Ganhão orientou segunda visita temática à exposição temporária “Terra e Céu- Peregrinos e Santos de Fátima”

 

Realizou-se esta quarta feira a segunda visita temática à exposição temporária “Terra e Céu- Peregrinos e Santos de Fátima”, que se encontra patente ao público no Convivium de Santo Agostinho, no piso inferior da Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima.

A visita, centrada na escultura do Cristo de Mont´Irás, uma peculiar obra artística do século XIV, foi orientada pelo diretor do Museu Diocesano de Santarém e Presidente da Comissão Diocesana dos Bens Culturais da Igreja, Pe. Joaquim Ganhão e pela conservadora do Museu Diocesano de Santarém, Eva Raquel Neves.

Devido à forma pouco comum, a religiosidade popular atribuiu a esta peça uma explicação milagrosa, conhecida como o milagre da pastorinha de Santarém, “um dos quatro elementos fundamentais para a compreensão da história e recuperação da memória colectiva da diocese e do povo desta região”, salientou o Pe Joaquim Ganhão, que na ocasião recuperou a narrativa do historiador Veríssimo Serrão a propósito deste episódio.

O sacerdote destacou que nesta lenda se consegue ler “toda uma teologia da conversão” assente na Cruz “como a única esperança para a humanidade”.

Depois de uma primeira intervenção junto à escultura, a visita prosseguiu com uma explicação tecnicamente mais detalhada no que respeita à data da peça, às suas especificidades e ao enquadramento teológico, feitos pela conservadora do Museu Diocesano de Santarém, Eva Raquel Neves.

A Imagem de Cristo respeita a “anatomia pouco natural do gótico, num tratamento peninsular, com destaque para o alongamento exagerado do tronco, das mãos e do saio, o traçado ritmado das costelas, o ventre saliente, e as pernas unidas, sem separação escultórica”.

A cruz, por sua vez, “é tardia, apenas orlada a ouro e com um resplendor e remates em volutas entalhadas, ambos dourados”.

Esta visita temática foi a segunda de um conjunto de seis visitas temáticas que o Santuário propõe a esta exposição temporária, nas primeiras quartas feiras de cada mês, com entrada livre.

As próximas visitas realizam-se a 6 de julho – “A Última Ceia”, de Joaquim Correia: o cartão, a prova e a tapeçaria; a 3 de agosto – Fama de Santidade: registos biográficos inscritos nos caminhos de Fátima; a 7 de setembro – Os pés dos peregrinos e as mãos que deles cuidam e a 5 de outubro – Na primeira pessoa: as obras explicadas pelos seus autores.

Além das visitas temáticas o Santuário organiza também visitas guiadas a esta mesma exposição aos sábados de manhã e de tarde.

Estas visitas semanais, aos sábados, têm como objetivo primordial “contribuir ainda mais para qualificar a visita ao Santuário de Fátima, colocando ao serviço do peregrino guias que possibilitem uma experiência enriquecedora e complementar à experiência orante e celebrativa vivida em Fátima”, explicou à sala de imprensa do Santuário o diretor de Serviço de Estudos e Difusão, Marco Daniel Duarte.

“O Santuário de Fátima é cada vez mais procurado por pessoas com cultura elevada, peregrinos que já se habituaram a encontrar aqui espaços de reflexão construídos a partir de linguagens contemporâneas usadas para transmitir os conteúdos da fé, da história e mensagem de Fátima” refere o responsável pelo Serviço de Estudos e Difusão.

A exposição temporária do Santuário de Fátima - “Terra e Céu: peregrinos e santos de Fátima”-, patente ao público até dia 31 de outubro,  recebeu até à Páscoa 51 109 visitantes, uma média de 12 700 visitantes por mês.

A exposição está organizada em seis núcleos: “A luz de Cristo”, recebida pelo Batismo; “Os pés dos peregrinos”; “O alimento da jornada: a palavra e o pão repartidos; subir aos céus de Fátima: os Santos da Colunata do Santuário” e “Os Santos da Cova da Iria: Fátima, lugar de Santidade” e, finalmente, “ Cristo, prémio e coroa da vida”.

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