21 de fevereiro, 2014
Deus precisa da colaboração humana para o seu projecto de misericórdia Na Missa a que presidiu a 20 de fevereiro no Santuário de Fátima, dia da festa litúrgica dos beatos Francisco e Jacinta Marto, o bispo de Leiria-Fátima exortou os cristãos a colaborarem no projeto misericordioso de Deus para a Humanidade e confiou a sua diocese aos dois pequenos videntes. “Deus entra na nossa vida quando menos pensamos, com propostas que nos deixam estupefactos, mas que são sempre propostas de amor e de misericórdia”, daí que, afirmou D. António Marto, seja necessária “uma maior disponibilidade para acolher o amor misericordioso de Deus, capaz de renovar os nossos corações e o mundo”. A exemplo dos Pastorinhos de Fátima, os cristãos são convidados a “abrir o coração à universalidade do amor”, com vista à construção da “civilização do amor e da paz”. “Devemos mostrar que vivemos no mundo como cidadãos dignos do Evangelho de Cristo, e isto pode inspirar mesmo a vida social e política, pode ajudar a descobrir o espírito de entrega e de doação pelo bem-comum, o espírito de serviço, de diálogo e de humildade, para se construir algo diverso de uma luta de poder e de jogos de interesses, como às vezes nos é dado a perceber”, disse. Para D. António Marto, nas aparições do Anjo da Paz e de Maria, em 1916-1917, em Fátima, Deus, “de uma forma que surpreende”, mostrou que “queria alargar o seu amor ao mundo, num momento em que os povos estavam divididos com guerras inauditas”. Hoje, como então, “a misericórdia de Deus quer ser oferecida para trazer a consolação e a paz a uma humanidade ferida”, daí que, para o bispo de Leiria-Fátima, seja importante a colaboração humana com Deus, para que Deus realize o seu “projeto de misericórdia e de salvação”. No dia em que se celebrava a festa litúrgica dos beatos Francisco e Jacinta Marto, numa celebração muito participada também por crianças, o bispo de Leiria-Fátima, falou sobre os dois videntes como “ícone vivo, imagem viva, de como nos deixarmos envolver no amor de Deus pelo mundo”. Na Cova da Iria, a colaboração com o projeto misericordioso de Deus, disse D. António Marto, “começou com três [Lúcia, Francisco e Jacinta], depois, por irradiação do seu contágio, são milhões, e nós fazemos parte desse número”. "Estamos todos na mesma barca, tem de haver gente que salve a barca deste mundo, para que seja salvo!”, exclamou. D. António Marto falou sobre a “devoção e fervor” com que se tinha pessoalmente preparado para vir presidir às celebrações da festa dos beatos de Fátima; pretendeu, disse, “sentir-se particularmente unido aos Pastorinhos lá no Céu, para confiar a minha diocese, com as suas necessidades, à sua intercessão”. Dirigindo-se às crianças presentes na Missa, que, no final da celebração, receberam a bênção do bispo, – participava um grande grupo de crianças do Externato de S. Domingos, instituição de ensino de Fátima –, explicou-lhes: “Hoje celebramos uma festa muito querida e sentida pelo nosso povo que tem sempre afeto pelas crianças, é a Festa dos Pastorinhos, dos pequenitos como vós, que se deixaram atrair pelo amor terno e paterno de Deus. (…) Por isso, esta festa também é vossa!”. LeopolDina Simões |