13 de agosto, 2020
Diocese de Pyongyang vai ser consagrada a Nossa Senhora de FátimaIniciativa do Cardeal Sul Coreano Andrew Yeom foi anunciada numa celebração no passado dia 25 de junho
A diocese de Pyongyang, na capital da Coreia do Norte, vai ser consagrada a Nossa Senhora de Fátima, anunciou o cardeal Andrew Yeom, arcebispo de Seul, numa cerimónia na Catedral de Myeongdong, em Seul, no dia 25 de junho, durante a qual recordou o início da guerra da Coreia, há 70 anos e rezou pela reconciliação do povo coreano. Citado num comunicado da Fundação AIS |ACN Portugal, Andrew Yeom Soo-jung salientou a importância da paz e da concórdia na península coreana, lembrando os cerca de 3 milhões de mortos da guerra que eclodiu a 25 de junho de 1950, além da tragédia que se abateu sobre os refugiados, o drama das famílias separadas e a perseguição aos cristãos pelo regime da Coreia do Norte. Segundo o cardeal, a Igreja Católica tem estado particularmente empenhada no processo de paz na península coreana. Sinal disso é a celebração de uma missa diária pela paz na Coreia do Sul desde dezembro do ano passado até ao próximo dia 28 de novembro. Duzentos e trinta fiéis participaram da missa em Seul, respeitando as medidas de segurança contra o contágio da Covid-19. O cardeal Yeom Soo-jung exortou todas as partes a perdoar: “Quando a política do perdão se difunde, a justiça torna-se mais humana e a paz mais duradoura”. O arcebispo de Seul rezou para que todos os líderes políticos “possam ir além dos interesses pessoais, partidários e nacionais” e se comprometam com a paz, olhando para o bem comum das Coreias do Norte e do Sul. Numa mensagem recente por ocasião deste aniversário, o responsável pelo Comité de Reconciliação da Conferência Episcopal Coreana, D. Lee Ki-heon, voltou a pedir um tratado de paz para encerrar definitivamente a guerra, um dos conflitos mais sangrentos da história depois das duas guerras mundiais, e para a desnuclearização completa da península. Um tratado que parecia próximo após a “Declaração de Panmunjom” assinada em abril de 2018 pelo presidente sul-coreano Moon Jae-in e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, mas que no momento parece um objetivo ainda distante. “Passados setenta anos, chegou a hora de superar o ódio ideológico que se opôs às partes e impediu que ambos os países crescessem e se desenvolvessem livremente”, escreve o prelado, pedindo o restabelecimento das ligações regulares entre os dois países, como “a ferrovia inter-coreana”. O cardeal sul-coreano, Andrew Yeom, presidiu à Peregrinação Internacional Aniversária de outubro de 2019, na Cova da Iria, dois anos depois da Virgem Peregrina de Fátima ter estado dois meses na Coreia do Sul. O Santuário da Paz de Fátima, localizado perto da fronteira entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, acolheu, de 22 a 30 de agosto de 2017, uma novena pela paz na Península. Após este período, a Virgem Peregrina passou por mais 13 dioceses. Estima-se que, nestes 50 dias em que a imagem da Senhora de Fátima esteve no país, cerca de 55.500 peregrinos a tenham acompanhado. A imagem da Virgem Peregrina já tinha estado na Coreia do Sul em 1978, aquando da peregrinação à volta do mundo.
(Fátima Luz e Paz, Ano 18, N.º 65, 13 de agosto de 2020) |