12 de fevereiro, 2015
No dia 11 de fevereiro celebrou-se em Fátima o dia Mundial do doente sob o tema “Santificados em Cristo”, tema do Santuário para o corrente ano pastoral. Pelas 14:00 recitou-se o Rosário na Capelinha das Aparições, tendo presentes, de modo especial, todos os doentes e aqueles que deles se ocupam. Após a recitação do Rosário, os presentes, dirigiram-se para a Basílica da Santíssima Trindade, onde teve lugar uma breve conferência do padre José Cruz, capelão hospitalar do hospital CUF e do hospital dos Capuchos, ambos em Lisboa. O padre José Cruz centrou a sua conferência sobretudo na mensagem do Santo Padre para este 23.º Dia Mundial dos Doentes, que tem como tema «Sapientia cordis. “Eu era os olhos do cego e servia de pés para o coxo” (Job 29, 15)». No seu entender, aqueles que muitas vezes dizemos não terem uma qualidade de vida, têm algo muito melhor e maior: “uma qualidade de amor, que é pura, genuína e não quer nada em troca.” Referindo-se à sabedoria do coração, de que fala o Papa Francisco, disse que “sabedoria do coração é sermos capazes de nos aproximarmos daqueles de quem cuidamos com uma caridade genuína, verdadeira. Que nos faz sentir encontrados, profundamente amados, aconchegados”. Também não é mau, segundo o capelão hospitalar, deixar que alguém nos cuide, antes pelo contrário, é bom. Aos presentes fez o apelo de olharem para o tempo da doença, não como um tempo perdido mas como o tempo da dádiva: “Talvez quando não estavam doentes não tinham tempo de rezar o terço, agora rezam, sabe-se lá quantos”. Ao terminar a sua conferência afirmou aos doentes: “Vós tendes saúde! Uma vez que quem ama a Deus e se sente profundamente amado por Ele, tem um sentido para a vida e quem tem um sentido para a vida tem saúde espiritual”. O sacerdote uniu a sabedoria do coração à santificação em Cristo, ao referir que viver a sabedoria de coração é nada mais, nada menos do que viver a caridade, isto é, ser santificados em Cristo, deixar que Cristo viva em nós. A seu ver, “Maria é o coração da sabedoria porque por ela veio um sim simples e puro que permitiu a nossa aliança com Deus”. Após a conferência, o padre Manuel Antunes, diretor do Serviço de Doentes (SEDO) do Santuário de Fátima, preparou alguns dos presentes para receberem a Santa Unção na Missa que se seguiu. “A Santa Unção, dom concedido por Deus, anima o doente na sua peregrinação; é onde o doente vai buscar a consolação e o conforto, (…) deve ser recebido com confiança e amor”, afirmou o sacerdote. O padre Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, presidiu à Eucaristia em que foi conferido o sacramento da Unção dos Enfermos a alguns dos presentes. Entre os concelebrantes esteve o padre José Manuel Pereira de Almeida, coordenador nacional da Pastoral da Saúde em Portugal. Na sua homilia, o reitor salientou o facto de Deus não nos abandonar no nosso sofrimento, antes pelo contrário, Ele próprio se fez sofrimento para nos acompanhar, para salientar esta ideia, referiu as palavras do Papa Bento XVI, aquando da sua peregrinação a Fátima: “cada um de vós tem tal valor para Deus, que, em Jesus Cristo, Ele mesmo assumiu a nossa natureza frágil e partilha o nosso sofrimento”. A Unção dos Enfermos “é gesto misericordioso de Jesus que continua a debruçar-se sobre nós, nas situações de sofrimento, para nos curar e consolar, para nos dar ânimo e força”, referiu. Ao mencionar a visita de Maria a sua prima Isabel, convidou os presentes “à ação de graças, a dizer a Deus obrigado pelas coisas boas que nos vai concedendo, por aqueles que põe no nosso caminho e que nos ajudam”. Referiu também a importância do tempo gasto para cuidar de alguém, ao lembrar as palavras do Papa Francisco para este dia: “a caridade precisa de tempo” e esse não é nunca tempo perdido, mas antes um “tempo santo”, pleno de sentido”. No final da Eucaristia foi distribuída aos presentes uma pagela com a oração do Papa Francisco para o Dia Mundial do Doente e uma outra oração, também para este dia, do padre José Cruz. Sandra Dantas Pagela com a oração do Doente |