30 de janeiro, 2014

 
Sob o tema escolhido pelo Papa Francisco, “Fé e caridade: ‘Também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos’ ”, toda a Igreja celebrou, a 11 de fevereiro, o Dia Mundial do Doente.
O programa no Santuário de Fátima iniciou com a recitação do Rosário, às 14:00, na Capelinha das Aparições. Apesar do mau tempo que se fazia sentir, com muita chuva e frio, foram muitos os fiéis que participaram nesta oração.
“Numa sociedade que não sabe lidar com o sofrimento”, rezou-se por uma maior atenção aos doentes, mantidos afastados, esquecidos ou distantes da vida familiar. Foi, por isso, realçada a necessidade da promoção da dignidade de quem sofre, como pessoa e filho de Deus.
A Maria rogou-se que “ampare os doentes no seu caminho com o Seu amor de Mãe” para que, por intercessão divina, os doentes “recebam da cruz de Cristo toda a esperança e coragem de que necessitam”.
Dar a vida pelos irmãos
O momento seguinte teve lugar na Basílica da Santíssima Trindade e foi mais participado. Estariam cerca de 400 pessoas. O padre José Manuel Pereira de Almeida, coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, apresentou uma reflexão teológica sobre os significados da doença e do mistério do sofrimento; apoiou a sua meditação em vários textos da Sagrada Escritura.
O sacerdote do patriarcado de Lisboa, que também é médico, escolheu a proximidade como a grande exortação para este 22.º Dia Mundial do Doente.
“Ser próximo é a gente aproximar-se do outro e tratá-lo como irmão. O bem é aquele que podemos realizar nas circunstâncias da nossa vida”, afirmou o sacerdote, que vincou que “não são necessários muitos gestos heroicos, mas os humanamente possíveis, para nos tornarmos cada vez mais humanos”.
Ser plenamente humano, referiu, é “sermos como Jesus, visto pela Tradição como o que passou fazendo o bem, o Bom Samaritano da humanidade”. Assim, a aproximação ao irmão doente deve ser “ir”, “porque ‘ir’ é o primeiro movimento para sermos e vivermos como Jesus; ir ao encontro porque o outro precisa de ajuda, não porque eu preciso; é ir com Jesus e como Jesus ao pobre, ao doente, ao nu, ao fraco, ao preso”.
Mesmo parecendo um paradoxo, afirmou o coordenador da Pastoral da saúde em Portugal, a pessoa que se aproxima encontra Jesus no doente: “os meus irmãos doentes que aqui se encontram são a imagem e o lugar em que Jesus se mostra presente”.
Dar a vida, afirmou, “parece uma coisa radical, um exagero, mas todos sabemos o que é dar atenção, ou dar tempo, ou dar um sorriso”, “não é preciso uma coisa extraordinária, dar acolhimento, dar ouvidos, dar bom clima, um bom conselho, dar a vida é fazer viver à nossa volta”, concluiu.

Santa Unção, conforto e consolação
Após a conferência, o padre Manuel Antunes, diretor do Serviço de Doentes (SEDO) do Santuário de Fátima, preparou alguns dos presentes para receberem a Santa Unção na Missa que se seguiu. “A Santa Unção, dom concedido por Deus, anima o doente na sua peregrinação; é onde o doente vai buscar a consolação e o conforto, (…) deve ser recebido com confiança e amor”, afirmou o sacerdote,que explicou que “pode receber a Santa Unção toda a pessoa batizada que é doente, que vai fazer viagem ou operação de certo risco, ou quem tem mais de 70 anos, desde que esteja em estado de graça”.
Seguiu-se a celebração da Eucaristia onde foi ministrada a Santa Unção. Presidiu o reitor do Santuário de Fátima. “A celebração do Dia Mundial do Doente vem recordar-nos, em cada ano, que o nosso sofrimento não é estranho a Deus”, explicou o padre Carlos Cabecinhas.
“Se a doença e o sofrimento são realidades sempre presentes nas nossas vidas, a que não conseguimos fugir e que nos fazem tomar consciência da nossa fragilidade, sabemos porém que Deus não nos abandona no nosso sofrimento”, afirmou.
Ao reiterar as palavras do Papa Francisco na sua mensagem para este dia, o reitor lembrou que também Maria “porque é Mãe de Cristo, nosso Salvador, e nossa Mãe, com amor, vem em nosso socorro, sobretudo nos momentos de dificuldade”.
“Por isso, os doentes a ela recorrem com frequência, para receber a saúde e a força por sua intercessão”, concluiu.
Como recordação da participação nesta jornada, foi distribuída uma pagela com a seguinte oração: “Senhor Jesus, Bom Samaritano da humanidade, queremos dar-vos graças pelo vosso amor. Ajudai-nos a viver este nosso tempo como caminho para Vos seguir, aprendendo convosco, a ‘dar a vida pelos nossos irmãos’. Amém”.
LeopolDina Simões



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O Santuário de Fátima prepara para a tarde de 11 de fevereiro, Dia Mundial do Doente, um programa especialmente direcionado para os irmãos doentes, os quais convida à participação, mediante as possibilidades de cada um.

Pelas 14:00 será recitado o Rosário, na Capelinha das Aparições; seguir-se-á, às 15:00 a apresentação de uma conferência, na Basílica da Santíssima Trindade, pelo padre José Manuel Pereira de Almeida, coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde.

Em termos celebrativos, às 15:30 terá lugar a preparação da unção dos doentes, seguida, às 16:15, da celebração da Missa, com unção dos doentes, também na Basílica da Santíssima Trindade.

Em palavras à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, o coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde revelou que na sua conferência lembrará o apelo que o tema pastoral do Santuário - “Envolvidos no amor de Deus pelo mundo” – propõe aos peregrinos como atitude de amor vivido “com Jesus e como Jesus sobre a terra”.

No XXII Dia Mundial do Doente, este ano com o tema proposto pelo Papa “Fé e caridade: também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1 Jo 3, 16)”, o padre José Manuel Pereira de Almeida lembrará que cabe a todos, “como discípulos de Jesus e tal como ele, dar a vida pelos nossos irmãos», sobretudo os mais débeis.

“O exemplo do Bom Samaritano é claro acerca do sentido de proximidade: ser próximo é aproximarmo-nos dos outros e tratá-los como irmãos. Jesus é o Bom Samaritano da humanidade”, sublinha.

O sacerdote que coordena da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde desde final de 2013 antecipa que sua conferência passará também pela reflexão sobre a terceira parábola do capítulo 25 do evangelho segundo S. Mateus, em que são recordados os “pequeninos”, isto é, os mais débeis e porventura mais abandonados.

“Esta parábola abre-nos os olhos (fé) e o coração (caridade) para reconhecermos o Senhor naqueles que se encontram com fome ou com sede, que vêm de fora ou não têm roupa, que estão presos ou doentes. Ele encontra-se no pobre, no fraco, no excluído”, refere o padre José Manuel Pereira de Almeida.



LeopolDina Simões
 Programa
14:00 - ROSÁRIO, na Capelinha.
15:00 - CONFERÊNCIA, na Basílica da Santíssima Trindade, pelo padre José Manuel Pereira de Almeida, coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde. 
15:30 - Preparação da unção dos doentes.
16:15 - MISSA, com unção dos doentes, na Basílica da Santíssima Trindade.

 
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