Dia Mundial do Doente deixa apelo à humanização dos cuidados de saúde

Dia Mundial do Doente deixa apelo à humanização dos cuidados de saúde

Neste 11 de fevereiro, o Jubileu dos Doentes e Profissionais de Saúde juntou no Santuário de Fátima peregrinos de várias dioceses do país.

O 33.º Dia Mundial do Doente, que se assinala neste 11 de fevereiro, está a ser celebrado no Santuário de Fátima com um jubileu dedicado aos que sofrem com a doença e aos profissionais da saúde.

A Missa deste dia juntou, a meio da manhã, na Basílica da Santíssima Trindade, vários grupos de peregrinos provenientes das dioceses de: Leiria-Fátima, de Portalegre-Castelo Branco, de Santarém e do patriarcado de Lisboa. A presidir esteve D. António Luciano, bispo de Viseu, que apelou à “humanização dos cuidados de saúde” e rejeitou a “cultura do descarte e da indiferença”.

“Um doente não é um objeto, é sempre um filho e uma filha muito querido e amado por Deus. Por isso, nós queremos a vida e condenamos a eutanásia, a alegria do serviço como um dom gratuito e o indicador apontado para o ser voluntário”, afirmou o bispo de Viseu, ao definir o voluntariado como “um amigo desinteressado”, que promove a “cultura de presença e gratuidade”.

A par do papel do voluntário, o presidente da celebração - que já foi enfermeiro - destacou de igual modo o apoio essencial garantido pelos profissionais da saúde, capelães, e familiares dos doentes, apresentando o cuidado espiritual e humano dos que sofrem como uma responsabilidade de todos, através de uma resposta que deve ser coordenada e compassiva.

“Cada profissional deve proporcionar os melhores cuidados e oferecer as melhores práticas para aliviar o sofrimento e permitir a cura. Neste contexto, a Pastoral da Saúde deve promover o cuidado espiritual dos doentes, privilegiar o encontro, a escuta, o acompanhamento, a presença, o humanismo, a evangelização e a oração”, concretizou.

“No mistério da dor floresce a fé e o amor que curam”

Numa reflexão alicerçada na esperança, neste Ano Santo a ela dedicada, D. António Luciano perspetivou a dor como espaço de “participação no mistério pascal de Nosso Senhor Jesus Cristo” e de amor.

“Na escola do sofrimento e da cruz, a esperança ensina-nos que a vida é frágil e vulnerável, mas preciosa. No mistério da dor floresce a fé e o amor que curam”, sintetizou o bispo de Viseu, ao apresentar Jesus como “Médico Divino”, que cura física e espiritualmente, através da salvação no sacrifício.

Neste dia que a liturgia católica celebra a memória da Virgem Santa Maria de Lourdes, o presidente da celebração apresentou a Mãe de Deus como modelo de serviço e esperança, ao lembrar a primeira aparição de Nossa Senhora em Lourdes, na qual Nossa Senhora expressou à “pequena Bernardette, pobre e doente”, a “ternura e a bondade do nosso Deus”.

Após a homilia, os peregrinos que participam no jubileu deste dia puderam receber a Unção dos Doentes, num momento que se estendeu por cerca de 20 minutos, por forma a também dedicar algum tempo de escuta àqueles que sofrem com a doença.

A concelebrar estiveram responsáveis das quatro entidades que prepararam conjuntamente este Jubileu dos Doentes e Profissionais de Saúde: o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, o padre Miguel Ângelo, diretor da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, o padre Pedro Viva, do Serviço de Pastoral da Saúde da diocese de Leiria-Fátima, e o padre Daniel Mendes, assistente nacional do Movimento da Mensagem de Fátima.

Após o almoço, a programação do dia seguiu na Basílica da Santíssima Trindade, com uma catequese. O encontro concluiu-se com a recitação do Rosário e a despedida, momentos que, devido à chuva, ocorreram naquela basílica e não na Capelinha das Aparições, como inicialmente previsto.

O Dia Mundial do Doente, celebrado pela Igreja Católica neste dia 11 de fevereiro, foi instituído pelo Papa João Paulo II em 1992, para promover a solidariedade e o cuidado pelos doentes.

Na mensagem para este 33.º Dia Mundial do Doente, o Papa Francisco destaca a proximidade, o dom da esperança e a partilha como dimensões essenciais para a vivência da esperança cristã do sofrimento.

NOTA: Notícia atualizada às 17h40, com a informação do cumprimento do programa da tarde.