25 de agosto, 2019
“Deus não quer cristãos de etiqueta ou de fachada, para quem a fé é apenas um adorno”, afirmou D. António MartoCardeal presidiu à eucaristia dominical no Recinto de Oração, na qual participaram 10 grupos de peregrinos
O Cardeal D. António Marto, bispo da diocese de Leiria-Fátima presidiu à eucaristia dominical no Recinto de Oração do Santuário de Fátima. O prelado convidou os peregrinos presentes a fazerem uma reflexão sobre a liturgia deste domingo, e começou por lembrar a situação retratada no evangelho, em que alguém no meio do povo coloca uma questão: “são muitos ou poucos os que se salvam?”. “Jesus desloca a questão de outra forma para não nos deixar distrair do essencial, e o mais importante não é saber se são muitos ou se são poucos os que se salvam, o mais importante é saber o caminho que conduz à salvação e à verdadeira vida, e como nós hoje e aqui recebemos este fruto da salvação”, explicou. Jesus usa uma imagem “simples” para responder à questão: “procurai por entrar pela porta estreita que leva à vida”. D. António Marto questionou “Que porta é esta? Onde se encontra?”. Continuou remetendo que a imagem da porta “evoca imediatamente para a porta da nossa casa, do nosso lar, da nossa família, porque quando atravessamos essa porta entramos num ambiente familiar onde sentimos o calor do amor, da ternura e do acolhimento”. “É em casa, em família que sentimos segurança e proteção, e Jesus é a porta que nos introduz na família de Deus, onde sentimos o calor do amor e misericórdia de Deus muito próximo de nós”, acrescentou. O bispo de Leiria-Fátima disse que essa porta de Jesus “está sempre aberta a todos sem distinção e sem exclusão, e o Senhor espera-nos sempre à Sua porta, como um pai ou uma mãe que abre a porta da casa aos seus filhos”. Na liturgia, a porta apresentada é estreita, porque requer que “deixemos de fora aquilo que nos impede de entrar por ela, os nossos egoísmos, comodismos, orgulhos, atitudes soberbas, ressentimentos, ódios, rancores que se acumularam no nosso coração, a nossa indiferença para com os outros, as injustiças, as omissões de atenção, amor e solidariedade”. “É uma porta de misericórdia, uma porta da conversão, mesmo daquelas falsas seguranças onde por vezes apoiamos a nossa vida, que pensamos que asseguram a nossa salvação”, reiterou. D. António Marto alertou para o facto que “Deus não quer cristãos de etiqueta ou de fachada, para quem a fé é apenas um adorno, como quem traz algo na lapela”, Deus apela à “vida, à relação fraterna, em casa, nas obras de misericórdia, na promoção da justiça e bem comum”. Para esta celebração, fizeram-se anunciar nos serviços do Santuário cerca de 10 Grupos de peregrinos. |