11 de dezembro, 2006

O Santuário de Fátima celebrou em 2006 o 90.º aniversário das aparições do Anjo aos três Pastorinhos de Aljustrel, ocorridas durante o ano de 1916.
 De entre as diversas iniciativas que tiveram como referência a figura do Anjo de Fátima, mensageiro da paz e dos desígnios divinos de misericórdia, destaca-se o Congresso Internacional “Figuras do Anjo revisitadas”, que decorre no Santuário de 10 a 12 de Outubro.
CONCLUSÃO DO CONGRESSO
A referência dos humanos a figuras angélicas não é de hoje nem é algo específico do cristianismo. Praticamente todas as culturas e, em especial, todas as religiões possuem elementos desse género. O próprio judaísmo e o cristianismo receberam dessas culturas e dessas religiões inspiração para o acolhimento, no seu seio, da referência a anjos, como seres celestes, que habitam junto de Deus e que se tornam mensageiros para os seres humanos, seja transportando palavras do próprio Deus, seja pela sua pura presença, como seres espirituais e adoradores de Deus ou como seres protectores dos sujeitos e dos povos.
Na história do ocidente, encontramos o caso particular de uma fase cultural, a que costumamos chamar modernidade, que pretendeu reduzir o nosso mundo à dimensão do visível e do explicável, pretendendo desse modo terminar com a referência a Deus e, por extensão, aos anjos. Paradoxalmente, nos últimos anos, temos verificado que, mesmo que ainda estejamos sob os efeitos dessa modernidade, o interesse das pessoas, sobretudo dos jovens, pelas figuras angélicas tem aumentado notoriamente. É claro que este regresso dos anjos ao nosso imaginário cultural é muito diversificado e exige uma análise cuidada, pois pode ser simplesmente um regresso de irracionalidade, que comportará sempre elementos de violência, mesmo que esta esteja muitas vezes encoberta sob aparência pacificadora.
Por isso, se a teologia e a própria Igreja, há décadas atrás, poderiam relegar este assunto para segundo plano, pois não estava no horizonte das pessoas – a não ser em restos de certa religiosidade popular – neste momento não podem ignorar o assunto. E, dada a complexidade e mesmo confusão das práticas actuais relativas aos anjos – e aos demónios – estamos perante um desafio árduo, quanto à sua clarificação.
Assim, 90 anos depois das aparições do anjo em Fátima, a questão dos anjos parece estar mais viva do que nunca, e não só nem talvez sobretudo em Fátima. Como Fátima não pretende olhar para si mesma, mas sim para as mulheres e os homens que habitam o nosso mundo e a quem se dirige a mensagem aqui anunciada, resolveu a reitoria deste santuário desafiar cientistas, pensadores, teólogos e artistas, assim como todos os interessados, a entrar na aventura de repensar as figuras angélicas e os seus enigmas.
Este congresso pretendeu lançar algumas ideias, em ordem a esse trabalho. Para isso, não se limitou a recorrer à tradição da reflexão cristã sobre os anjos, mas tentou enquadrá-la na cultura contemporânea, sobretudo a partir de análises sociológicas e de análise de muitas manifestações artísticas actuais. Os participantes neste congresso manifestaram-se entusiasmados com o potencial reflexivo e pragmático que um tema destes pode conter nos tempos que correm, considerando terem prestando, com os estudos aqui desenvolvidos e a desenvolver futuramente, um humilde mas importante serviço à leitura crítica da nossa vida social, em Portugal e para além fronteiras. O volume das actas, a publicar, poderá tornar-se num texto de referência para quem procurar esclarecimento sobre o assunto.
                                                                        Prof. Doutor João Duque
 
ARQUIVO:

Figuras dos Anjos analisadas a partir de várias perspectivas
Decorre em Fátima até 12 de Outubro, o Congresso Internacional “Figuras do Anjo revisitadas”, uma iniciativa integrada nas celebrações dos 90 anos das Aparições de Fátima (1916 – aparições do Anjo; 1917 – aparições de Nossa Senhora), na qual estão inscritas cerca de 300 pessoas.
Esta manhã, dia 10 de Outubro, na sessão de abertura, o Reitor do Santuário explicou a pertinência do tema proposto à reflexão dos congressistas. “O tema dos Anjos é um tema original de todos os tempos, é o tema do substrato da humanidade. (…) Não podemos prescindir desta temática que Fátima veio renovar de maneira poderosa”, afirmou.
No momento seguinte, o presidente da Comissão Científica, João Duque, explicou os desafios do Congresso: “Este congresso, sendo um congresso teológico, recebe o desafio interdisciplinar a partir da filosofia, da sociologia e da arte. Não que cada uma destas áreas da cultura humana não seja importante pelo que diz e articula, em si mesma. Mas, nessa sua autonomia irrecusável, também levanta problemas, aos quais a teologia, como reflexão da fé situada culturalmente, nunca poderá fechar-se”.
João Duque considera que a angelologia se trata “de uma área teológica actualmente bastante desprezada. O que não será propriamente de estranhar, dada a sua dificuldade e os problemas que levanta. Já muitos padres da Igreja assumiam essa dificuldade. (…) Dadas todas estas circunstâncias – internas e externas à teologia e à vida eclesial – está mais do que justificado o desafio a uma reflexão contemporânea, necessariamente interdisciplinar, sobre o significado dos anjos na vida dos humanos, seja em perspectiva tipicamente teológica, seja em perspectivas outras. Por isso é mais que oportuna – sobretudo culturalmente, mas também para a vida de fé – a iniciativa que as comemorações da aparição do anjo em Fátima inspiraram”.
D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima, também se congratulou com a realização do congresso, com um tema “interessante, por aprofundar tudo aquilo que aconteceu aqui em Fátima”, “um aprofundamento da mensagem que daqui ecoou e ressoou para todo o mundo”. “A meu ver, as Aparições de Fátima compreendem três ciclos interligados: as aparições do Anjo, o ciclo preparatório; o ciclo central quando a mensagem foi confiada aos três videntes, e o ciclo complementar e interpretativo, com as aparições de Tui e Pontevedra”, disse.
Para D. António Marto, a figura angélica, esteve “votada ao esquecimento, se não mesmo ao desprezo. (…) Mas, quando parecia que a angelologia estava em vias de extinção, quase a ser feito o funeral, (…), acontece que o que estava reprimido irrompeu como que em forma de vingança”.
Presente também na sessão inaugural, o presidente da autarquia  Municipal de Ourém, David Catarino regozijou-se com a iniciativa. “É um regozijo para a Câmara quando por vermos que Fátima é também um espaço adequado para a reflexão sobre diversíssimos temas e realidades da sociedade”, afirmou.
Informação de Arquivo:

 “Figuras do Anjo revisitadas”
O Santuário de Fátima celebra este ano o 90.º aniversário das aparições do Anjo aos três Pastorinhos de Aljustrel, ocorridas durante o ano de 1916.
 De entre as diversas iniciativas que tiveram como referência a figura do Anjo de Fátima, mensageiro da paz e dos desígnios divinos de misericórdia, destaca-se o Congresso Internacional “Figuras do Anjo revisitadas”, que decorrerá no Santuário de 10 a 12 de Outubro.
As inscrições para participação continuam abertas e devem ser efectuadas junto de:
Secretariado do Congresso “Figuras do Anjo revisitadas”
Santuário de Fátima, Apartado 31, 2496-908 Fátima / Portugal
[email protected] /Tel.: 249 539 600 /Fax: 249 539 605

Em entrevista efectuada através da Sala de Imprensa do Santuário, o presidente da Comissão Científica do Congresso, João Duque, Doutorado em Teologia Fundamental, com uma tese sobre a relação entre a Teologia e a Filosofia da Arte de Hans-Georg Gadamer, fala sobre a iniciativa.
«Os anjos são importantes para a humanidade dos humanos»

- Quais as expectativas que tem em relação a este congresso?
João Duque –
Dado que não é frequente – em todo o mundo – abordar em congresso este tema, com a amplitude de perspectivas com que vai ser feito, penso que poderá ser um grande contributo para uma actualíssima reflexão pluridisciplinar sobre este difícil tema. A qualidade dos intervenientes vai garantir isso. Se, para além disso, a reflexão viesse a ter impacto na purificação e orientação da devoção aos anjos, então o objectivo seria atingido em pleno. Espero que assim venha a ser.
- Porque escolheu «“Jacob e o Anjo” ou o outro olhar sobre a modernidade» para título da sua conferência neste congresso (no dia 11 de Outubro, pelas 15h10)?
João Duque –
Como é sabido, a luta entre Jacob e o Anjo (ou um varão, ou o próprio Deus), narrada no livro dos Génesis, é um episódio altamente enigmático, mas também muito significativo. A pergunta que me coloco, e que impulsionou o título e impulsionará a comunicação, é se essa luta não é o paradigma de toda a luta do ser humano consigo mesmo, com o seu destino, com o seu sentido, com algo que o supere. Se assim for, essa luta é o paradigma de uma fase específica da história, que denominamos modernidade e que afectou o ocidente nos últimos séculos. Não será a pretensa expulsão de Deus do nosso ambiente social uma das manifestações ambíguas dessa luta humana? E não será que, desse modo, Deus continuará connosco, de modo estranho, na medida em que com ele lutamos? E não será essa luta a única à altura da dignidade humana? Não será o pior para a humanidade o esquecimento disso tudo, na banalização do bem-estar quotidiano, que nem sequer luta com Deus? Ou com o seu enviado, o anjo? A conhecida obra teatral de José Régio, precisamente intitulada «Jacob e o Anjo» é muito expressiva a esse respeito e pode representar o drama de toda a humanidade, que se tornou mais agudo sobretudo na modernidade europeia.
Penso que a abordagem deste tema pode dar à reflexão sobre os anjos uma espessura humana que a distancie de divagações ilusórias e até alienantes, que apenas seria um refúgio caloroso, para evitar o verdadeiro combate da vida – o que travamos com o apelo de Deus, que é incómodo e desinstalador.

- Mesmo dentro da Igreja, há leituras diferentes sobre a realidade dos Anjos. Qual a explicação que encontra para estas discordâncias?
João Duque –
Seria de esperar. Grande parte das ideias que possuímos a esse respeito provém da literatura chamada apocalíptica, bíblica e apócrifa. Ora, essa literatura é altamente simbólica. Por isso, a sua interpretação é difícil e permite muitas diferenciações. Desde os primeiros séculos que muitos padres da Igreja admitiam nada saber ao certo sobre o anjos. Isso convida, evidentemente, a que as interpretações dessas «figuras» varie muito, desde a afirmação clara da sua existência como sujeitos pessoais, até a sua dissolução em manifestações de Deus ou projecções do ser humano. Em todas essas leituras haverá limites, mas também algo de verdadeiro.
- Considera que o verdadeiro carisma do anjo é o de ser mensageiro da verdade/vontade divina, para ajudar à construção do Reino de Deus?
João Duque –
Esse é um elemento importante, com muita relação à Escritura e, para a nossa história humana, um dos aspectos mais salientes do «carisma angélico». De qualquer modo, um outro elemento não deverá ser descurado: trata-se da consideração dos anjos como «corte celeste», cuja função é a eterna glória de Deus. Ora, se a finalidade de toda a criatura será essa, nos anjos encontramos personificado aquilo que, embora de modo diferente, pois somos humanos, todos os humanos esperamos ser um dia. Isso é importante, pois marca o sentido das nossas existências. E quando uma sociedade e uma cultura perdem esse sentido do horizonte, acaba por se perder e se destruir nos inúmeros negócios do dia-a-dia, afundando-se na sua auto-suficiência e tornando-se cada vez mais desumana. Por isso, os anjos são importantes para a humanidade dos humanos.

“Há que fazer regressar os anjos à terra”
Em outra  entrevista à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima, Frei Isidro Lamelas, ministro provincial dos Franciscanos e membro da Comissão Científica deste Congresso, fala-nos sobre esta iniciativa que pretende repensar, em registo das ciências humanas, da arte e da teologia, o possível significado actual da referência a figuras angélicas.

- Como define a figura dos anjos? Qual o verdadeiro carisma do anjo, o de mensageiro?
P. Isidro Lamelas:
A nossa humilde e frágil natureza, mesmo depois desse evento radical da vinda de Deus ao mundo na pessoa de Jesus, continua a sentir-se demasiado distante de Deus. Necessitamos, por isso, de mediadores, não porque Deus esteja realmente distante, mas porque não suportamos a sua ausência.  Os anjos continuam a ser, sob as mais diversas configurações, os intermediários que Deus envia em cada tempo para estar presente e intervir na nossa história, pessoal e universal. A salvação que Deus é para os homens, comporta, de facto, não apenas uma dimensão egocêntrica, antropocêntrica, nacional ou mesmo geocêntrica.  Deus é Senhor de toda a criação, e a sua salvação assume contornos cósmicos. Ora, também a este nível, os anjos assumem, segundo a longa tradição cristã e pré-cristã, um papel fundamental, enquanto emissários e servidores de Deus.  Por isso,  não há mal nenhum com continuarmos a falar do "meu anjo", ou do "anjo de Portugal", pois é exactamente a multiplicidade de circunstâncias que leva Deus a encontrar a mensagem e o mensageiro adequado. Há, porém, uma dimensão da angelologia que não convém menosprezar: a Igreja primitiva viu nos anjos sobretudo o modelo da verdadeira liturgia. Isto é, os anjos não são apenas mensageiros, mas são também os nossos porta-vozes junto de Deus, no louvor e acção de graças e nas preces que dirigimos ao Pai do Céu.  Neles vemos já o melhor de nós mesmos ou aquilo que viremos a ser junto de Deus.    
- O que se lhe oferece dizer sobre a figura do “Anjo da Guarda”, a quem ensinamos as crianças a rezar, mesmo antes de lhes ensinarmos o Pai-nosso ou a Ave-Maria?
P. Isidro Lamelas: É comum ouvir-se dizer que “estamos num mundo perigoso”:
já não é perigoso atravessar um rio ou uma ponte, mas pode ser muito arriscado entrar num avião ou num comboio. Os terrorismos, as guerras, os vírus... tornaram esta nossa "casa comum" muito insegura e até inóspita. Por outro lado,  o crescente esquecimento de Deus leva muitos dos nossos contemporâneos a sentir-se sós ou mesmo "fora da sua casa".  Neste contexto, compreende-se que muitos sintam a necessidade de se voltar para os anjos, ou de recuperar o seu anjo pessoal, como se fosse o pouco que resta da profunda nostalgia de Deus em que hoje vivemos.  Porque não aproveitar esta sede da presença do mensageiro divino para catequizar as pessoas, no sentido de responder a esta sua necessidade profunda de se sentirem "bem acompanhadas"? Sabemos também, como os pais se preocupam tanto para que as suas crianças estejam “em boas mãos”. Sabemos também muito bem como, para o crescimento equilibrado da criança, é importante esta sentir-se segura e bem acompanhada. Porque não devolver o “anjo da guarda” às nossas crianças? Mas atenção! Não infantilizemos os "anjos", mesmo o "anjo da guarda"!  Não alimentemos a catequese piegas dos "anjinhos" que convencem mais os pais que os filhos! Houve o tempo em que os anjos não tinham asas, mas andavam calçados: há que fazer regressar os anjos à terra, fazê-los pisar os nossos caminhos.  Há que torná-los amigos fiéis e familiares. Tal aprendizagem faz-se, nomeadamente, através de orações simples, nem que seja recuperando as fórmulas antigas devidamente actualizadas.
Quais as expectativas que tem em relação a este congresso?
P. Isidro Lamelas:
Esperamos que o congresso desperte a atenção de muita gente, sobretudo dos cristãos que desejam informar-se e esclarecer a sua fé sobre um assunto tão rico. Além disso, o tema dos anjos está de volta. Longe de serem uma "espécie em vias de extinção", e embora a alguém menos atento o tema possa parecer mais museológico que actual, os anjos continuam a ser celebrados nas diferentes tradições religiosas e evocados nas múltiplas formas de expressão artística contemporâneas.   No contexto português, Fátima e o "Anjo de Portugal" exercem um particular fascínio, mas levantam também alguns problemas e desafios.  Ainda bem que a ocorrência 90º aniversário da aparição do Anjo em Fátima nos proporciona uma oportunidade de reflexão séria e plural sobre um assunto tão actual e relevante. 


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Programa:

10 de Outubro: Rumor de anjos

09h00 – Acolhimento
09h30 – Abertura do Congresso
10h30 – Intervalo
 
              Moderador: P. António Ramos
11h00 – Os anjos da sociedade pós-secular –Roberto Cipriani
12h00 – Debate
13h00 – Almoço
 
              Moderador: P. Cipriano Pacheco
14h30 – Painel: Presenças angélicas na arte contemporânea
                        14h40 – Literatura – Maria João Reynaud
                        15h00 – Cinema – Paulo Viveiros
                        15h20 – Artes Plásticas – Marta Wengorovius
                        15h40 – Música – Virgílio Melo
16h00 – Debate
16h40 – Intervalo
17h10 – Os anjos – figuras do «bricolage» religioso contemporâneo – Alfredo Teixeira
18h00 – Debate
18h30 – Encerramento dos trabalhos
19h00 – Eucaristia
21h00 – Serão Cultural
 

11 de Outubro: Percursos de angelologia teológica

Moderador: P. Isidro Lamelas
09h30 – Momento de Oração
09h45 – Introdução
09h50 – Figuras do anjo nas Escrituras judaico-cristãs – P. Tolentino Mendonça
10h40 – Debate
11h10 – Intervalo
11h40 – Tópicos da angelologia na tradição da Igreja Antiga – P. Basil Studer
12h30 – Debate
13h00 – Almoço
 
              Moderador: P. Silvestre Marques
15h00 – Introdução
15h10 – «Jacob e o Anjo» ou um outro olhar sobre a modernidade – João Duque
16h00 – Debate
16h30 – Intervalo
17h00 – Efeitos do anjo – perspectivas da angelologia para uma nova teologia da história – Mons. Pierangelo Sequeri
17h50 – Debate
18h20 – Fim dos trabalhos
19h00 – Eucaristia na Capela dos Santos Anjos
21h00 – Serão Cultural

12 de Outubro: O anjo na existência cristã

Moderador: P. João Teixeira
09h00 – Momento de Oração
09h15 – Introdução
Caminhos de um mensageiro errante – sobre incarnações do anjo
                        09h20 – O anjo entre liturgia e piedade popular – P. J. Silva Lima
                        09h50 – O anjo entre espiritualidade e esoterismo – P. Vasco Pinto Magalhães
                        10h20 – O anjo e a mística do quotidiano – Manuela Silva
10h50 – Debate
11h20 – Intervalo
11h40 – Os anjos em Fátima – Mons. Luciano Guerra
12h30 – Debate
12h50 – Encerramento do Congresso
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Programa Cultural
Duas exposições e um bailado são as propostas apresentadas
Por ocasião da realização do Congresso Internacional “Figuras do Anjo revisitadas”, que decorrerá no Santuário de Fátima de 10 a 12 de Outubro próximo, têm lugar em Fátima três iniciativas de carácter cultural sobre a temática dos Anjos, promovidas pelo Santuário com a colaboração de diversas entidades.
Recorde-se que o Santuário de Fátima comemora este ano o 90.º aniversário das Aparições do Anjo de Portugal a Lúcia, Francisco e Jacinta.

 
Exposição “Sou o Anjo da Paz”

No dia 9 de Outubro, pelas 16 horas, foi inaugurada, no Museu de Arte Sacra e Etnologia de Fátima (Rua Francisco Marto), a exposição “Sou o Anjo da paz”.
A cerimónia iniciou-se no auditório do Centro Missionário Allamano, com uma comunicação do Prof. Doutor Luís Casimiro (da Universidade do Porto) subordinada ao tema “Iconografia angélica”, seguindo-se, pelas 17h00, a abertura da exposição.
Promovida pelo Santuário de Fátima em parceria com a Comissão de Arte e Património da Diocese de Leiria-Fátima e o Museu Arte Sacra e Etnologia, a mostra é sobre iconografia angélica e estará patente ao público, na sala de exposições temporárias, até ao dia 1 de Abril de 2007. Poderá ser visitada diariamente, excepto às segundas-feiras, das 10h00 às 17h00. 
Em entrevista à Sala de Imprensa do Santuário, o director do Museu de Arte Sacra e Etnologia, Dr. Gonçalo Cardoso, mostra-se honrado em pertencer à organização e revela alguns pormenores sobre a exposição.
1 - Como foi recebida a proposta apresentada pelo Santuário, de o Museu de Arte Sacra e Etnologia acolher e colaborar na organização desta exposição?
Dr. Gonçalo Cardoso – Foi recebida com a maior das satisfações. Constitui, para nós, uma honra associarmo-nos a um programa do Santuário, tão diversificado e de grande qualidade, para celebrar os 90 Anos das Aparições de Fátima. As parcerias são normalmente muito positivas, conseguem-se unir vários esforços num só sentido que, certamente, terão resultados muito positivos. O Museu tem-se esforçado por partilhar a sua experiência e equipamentos museológicos na preparação da exposição mas, ao mesmo tempo, tem aprendido com outras experiências dos vários elementos da equipa coordenadora, e isso é muito saudável.           
2 – A selecção dos trabalhos foi baseada em que critérios? Quais os tipos de obras que poderemos ver expostas?
Dr. Gonçalo Cardoso – Pretende-se mostrar ao público o que existe de artístico e cultural na Diocese de Leiria-Fátima. É uma forma de valorizar o património diocesano, conservá-lo e mostrar muitas obras que não se encontram expostas ao culto. Estarão expostas várias esculturas, pinturas e alfaias litúrgicas.
3 - Como está a ser desenhada a exposição?
Dr. Gonçalo Cardoso – A mostra está dividida em três grandes núcleos: Anjos Mensageiros; Anjos Protectores; e Anjos Adoradores, contextualizadas com vários textos que apelam à meditação.

Exposição “Terna e Sublime Presença”
 Foi inaugurada na noite de 10 de Outubro a exposição “Terna e Sublime Presença”, na qual estão expostos os trabalhos seleccionados no concurso nacional promovido pelo Santuário de Fátima junto dos jovens artistas que frequentam os ensinos Secundário e Superior.
Na cerimónia de abertura da exposição, que estará patente ao público até 7 de Janeiro 2007, no Centro Pastoral Paulo VI, foram divulgados os seis trabalhos vencedores do concurso, e entregues os respectivos prémios.
Participaram neste concurso, que teve o intuito de despertar o interesse de jovens artistas pela arte religiosa, 72 artistas tendo sido seleccionados 34 trabalhos, colocados na referida exposição.
A anteceder a abertura e primeira visita guiada à mostra, Emília Nadal, presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes e presidente do júri do concurso, explicou os critérios de avaliação das obras, decorrentes em especial da intenção de valorizar a dimensão pedagógica da iniciativa.
“A grande maioria das obras destaca a presença pacificadora e de consolação, de anúncio e também de protecção que são atribuída aos anjos”, afirmou Emília Nadal que destacou ainda que nos trabalhos “as asas e as penas continuam a ser elementos constantes, simbolicamente associados à ideia de leveza”. Outros elementos predominantes, em especial nos trabalhos de pintura, são as representações de luz e do silêncio, e, nas esculturas, a suspensão das imagens.
Em termos de temas, a opção da maioria dos jovens foi a de representar algumas das aparições do Anjo em Fátima. Ainda assim outros trabalhos têm como tema outros anjos, como o da Guarda, os anjos músicos, o da sarça-ardente, entre outros.
No mesmo momento de abertura, Mons. Luciano Guerra, Reitor do Santuário, afirmou que a arte é uma necessidade para o homem, “porque o ser humano tem necessidade de exprimir os seus sentimentos, tem necessidade de comunicar com as pessoas”. “No Cristianismo, foi possível ter imagens porque Jesus era um homem, não só, mas era um homem”, disse.
“Estou batalhando, nos nossos tempos, para que os artistas, quando querem fazer uma representação, não se confundam com brincadeiras, com as ficções”, acrescentou.
 
De seguida apresenta-se a lista dos jovens vencedores deste concurso nacional, organizado em parceria com o Colégio de S. Miguel (Fátima).
1.º Prémio: Fabrício Veríssimo Cordeiro, 26 anos. Venceu com a escultura “Aparição aos Pastorinhos”
2.º Prémio: Maria Rão Freire Vecino Vieira, 21 anos. Pintura com o tema “Cahethel”.
3.º Prémio: Filipe Alberto da Silva, 22 anos. Pintura, com o tema ”Aparição do Anjo”.
 Ensino Secundário:
1. º - Sandra Isabel Mota, 18 anos. Pintura com o tema “Meu Deus Eu…”
 2.º - Nélia Rodrigues Carreira, 17 anos. Pintura, com o tema “Anjo – O Guia”.
3.º Nídia Rute Tomás Vieira, 17 anos, Pintura, com o tema “Reflexão”.
 
 Informação de Arquivo:    
No dia 10 de Outubro, pelas 21horas, será inaugurada, no Centro Pastoral Paulo VI, a exposição “Terna e Sublime Presença”. Esta mostra exibirá as obras seleccionadas do concurso de artes plásticas “A Figura dos Anjos”, levado a efeito pelo Santuário de Fátima junto das Escolas do Ensino Secundário e Superior com a respectiva área pedagógica.
Na abertura da exposição, Emília Nadal, presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes, fará uma comunicação sobre a “Figura dos Anjos”, seguida de uma visita à exposição, na presença do Bispo de Leiria-Fátima e do Reitor do Santuário de Fátima.
Este momento vai contar com a presença dos participantes no congresso internacional “Figuras dos Anjo revisitadas”.
Com entradas livres, “Terna e sublime presença” estará patente ao público até 7 de Janeiro de 2007.

Bailado “A solo com os Anjos”
Com entradas gratuitas, o espectáculo de dança contemporânea “A solo com os Anjos”; cuja estreia decorreu por ocasião das jornadas “Aljustrel e Valinhos, o outro pulmão do Santuário de Fátima”, em finais de Abril; sobe novamente ao palco no dia 11 de Outubro, às 21 horas, no anfiteatro do Centro Pastoral Paulo VI, por ocasião do congresso internacional “Figuras do Anjo revisitadas”.
«A solo com os anjos» é uma co-produção da companhia de dança contemporânea Vortice Dance com o Santuário de Fátima. Os directores artísticos e coreógrafos são Cláudia Martins e Rafael Carriço, proprietários da companhia de dança sedeada em Fátima.
Esta obra, nas palavras dos directores artísticos, pretende retratar «a relação entre o Homem e o Divino».
“No desenrolar da acção são sugeridos alguns dos mais belos e intensos momentos em que um anjo traz uma mensagem. É referido o momento da anunciação do anjo a Maria, de que dará à luz o filho de Deus e a ascensão de Jesus aos céus. Numa vertigem temporal, serão focadas outras aparições de anjos, mais próximas dos nossos tempos, como a do anjo que falou a três crianças em Fátima. Estas aparições são contextualizadas no tempo e na História. O impacto e as consequências por elas causados não só no dia a dia das pessoas, mas na História dos Homens, serão o mote de todo o trabalho. Dos maiores flagelos sociais que há memória, as duas grandes Guerras, serão retratadas, na coreografia, como momentos de guerra, de trevas, desencontro, em que todos anseiam por luz, hinos de amor e um retorno à confiança nos sentimentos puros”, explicam Cláudia Martins e Rafael Carriço.
 
 
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