16 de junho, 2023

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D. Rui Valério lembra que “a verdade, a justiça, e a integridade do ser humano, são pilares que hoje sucumbem sob o preso da opressão, da mentira, da corrupção e da injustiça”

Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança presidiu à missa inserida no programa da 40.ª Peregrinação Militar Nacional a Fátima

 

D. Rui Valério, bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, presidiu à missa inserida no programa da 40.ª Peregrinação Militar Nacional a Fátima. Esta peregrinação que começou ontem coma Via Sacra nos Valinhos, findou com uma celebração esta manhã, na Basílica da Santíssima Trindade.  

O Ordinário Castrese, na palavra dirigida aos militares e peregrinos presentes na eucaristia, falou de cansaço, pois “não há quem não sinta o peso do cansaço, e se sinta até oprimido pela constante presença da guerra na Ucrânia que já faz parte do nosso dia-a-dia, obrigando-nos a assistir ao vivo a situações que revelam até onde pode chegar a maldade do ser humano para com os seus semelhantes”.

“Assistimos à destruição de escolas, hospitais, teatros, lares e creches, agora somos confrontados com demolição de barragens com vista à aniquilação de um país e do futuro de um povo”, acrescentou, considerando que hoje é comum a opressão através da “desordem ética que chegou ao ponto de atingir algumas instituições”.

“Valores como a verdade, a justiça, e a integridade do ser humano, são pilares que hoje sucumbem sob o preso da opressão, da mentira, da corrupção e da injustiça”, alertou D. Rui Valério.

A crescente incerteza acerca da inteligência artificial, “constitui um desafio ao ser humano, e coloca em crise não a pessoa, mas a concessão de ser humano”.

“Jesus que nos conhece e nos ama, oferece-nos alívio e esperança, a partir do Seu Imaculado Coração, cuja solenidade hoje celebramos, e se exprime em três palavras: coragem, recordação e acordar”, disse.

Coragem que significa agir a partir do coração, “torna-nos aptos a agir com o mesmo poder e amor que Deus”.

“Se a força que brota das armas, que resulta dos calculismos políticos e dos poderes económicos redunda em guerra, discriminação e miséria, a força que brota do coração revela-se na paz e em projetos construtivos para a humanidade”, considera o Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança.

Recordar significa retornar ao coração, “e o coração de Jesus transporta-nos à recordação do que Ele fez por nós, a encarnação de um gesto e ação concreta, à semelhança do que pode acontecer hoje, os militares encarnam essa determinação naquilo que fazem, concretizam os sonhos da nossa gente”.

“Recordamos os que deram a vida por nós no decorrer da missão”, evocou o Ordinário Castrense.

Este lugar visitado por Maria, “compromete-nos na missão de lutar pela paz, os militares realizando a sua vocação, e todos os demais através da oração”.

“Que nos descubramos membros um exército, que tem como a principal arma a oração do rosário pela paz”, pediu ainda.

“Nossa Senhora aqui em Fátima acorda-nos para o amor, e não viver autocentrados no egoísmo, vivendo na dádiva e partilha de si mesmo”, disse o bispo, que afirmou ainda que “a nossa essência não reside no que fazemos, mas no que somos e isso jamais poderá ser reproduzido”.

A Peregrinação Militar a Fátima é um das iniciativas mais marcantes da vivência religiosa para as Forças Armadas e de Segurança, onde todos os anos se juntam militares, polícias e civis, bem como as suas respetivas famílias.

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