13 de setembro, 2019
D. Rui Valério desafiou peregrinos testemunhar Cristo pela alegriaNa Cova da Iria, o Bispo das Forças Armadas e de Segurança olhou para Nossa Senhora como “Mãe da Alegria”, que aponta para o Redentor que salva a humanidade da tristeza da escassez do amor.
Esta manhã, na homilia da Missa Internacional Aniversária de Setembro, D. Rui Valério exortou os peregrinos a dar testemunho vivo da alegria salvífica que Deus, através de uma concretização missionária do Evangelho na vida quotidiana. No final da celebração, o bispo de Leiria-Fátima lembrou os bombeiros portugueses e convidou a assembleia a rezar uma Avé-Maria pelos soldados da paz. A partir do relato da quinta Aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, na Cova da Iria, em que a Mãe do Céu “vem falar da alegria de Deus”, o presidente da celebração começou por constatar a esperança da presença incessante de “um Deus vivo, que conhece e experimenta o doce sabor da alegria que irrompe sempre que o ser humano se deixa resgatar e é salvo”. “A Boa Nova que Nossa Senhora trouxe e que proclamou precisamente neste lugar é que o mundo não está perdido. (…) Maria Santíssima é a Mensageira dessa alegria e da salvação do mundo. Foi-o aqui em Fátima, como o tinha sido quando visitou a sua prima Isabel para lhe comunicar a boa nova da iminente vinda do Redentor”, lembrou D. Rui Valério, ao olhar para Nossa Senhora como “Mãe da alegria”, também a partir do relato das Bodas de Caná, proclamado no Evangelho.
A alegria do amor de Deus, que dá sentido à vidaNuma interpretação teológica do episódio de Caná, o bispo das Forças Armadas e de Segurança apontou o vinho que Jesus ali oferece, a partir de água, como símbolo da “alegria do amor” de Deus, e as talhas de pedra vazias como “o coração e a vida das pessoas privadas de sentido e de razões de viver”. “O vazio indica a tristeza e nada esvazia tanto o coração humano como a escassez do amor”, reiterou o prelado, alertando para a “embriaguez do consumo” com que o ser humano tenta colmatar este vazio e apontando para o amor de Deus como resposta a este “consumismo afetivo e espiritual”. “A pessoa não se salva por intermédio das coisas efémeras. (…) Só o amor nos salva e nos preenche, construindo e reconstruindo a vida redimida a partir das ruínas em que tantas vezes nos encontramos. (…) E só Cristo, nosso Redentor, pode realizar essa obra de salvação”, disse, ao evocar a fundação da “nova Aliança fundada no amor” que Jesus institui com o seu povo, nas Bodas de Caná. D. Rui Valério, surante a Bênção dos Doentes. Na palavra dirigida aos doentes, Pedro Santa Marta, da Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima, perspetivou a vida como um Rosário, convidando os peregrinos a ser exemplo de “alegria e esperança na aceitação do sofrimento”.
Três caminhos para a alegria de DeusO presidente da Peregrinação Internacional Aniversária reforçou, depois, o “valor salvífico” dos sacrifícios dos Pastorinhos, fundado num “excesso de amor abundante”, para enumerar três ações para alcançar a alegria salvífica que Deus oferece à humanidade: acolher Maria no coração, sendo Sua morada; escutar a Palavra do Senhor, pondo-A em prática; e, a partir da comunhão irmãos, assumir a missão evangélica de testemunhar, na vida quotidiana, a alegria da comunhão com Cristo. “Seja esta a nossa proposta para o mundo: mostrar a nossa pessoal experiência de vida com Cristo, testemunhá-la na vida quotidiana para que todos os que observarem a nossa alegria e a forma como vivemos de amor se sintam atraídos e fascinados com a vida cristã que na Igreja transparece", concluiu. Na palavra dirigida aos doentes, durante o momento de Adoração ao Santíssimo Sacramento, Pedro Santa Marta, da Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima, perspetivou a vida como um Rosário, convidando os peregrinos a ser exemplo de “alegria e esperança na aceitação do sofrimento”. “Nem sempre Deus nos cura ou nos alivia. Não porque não goste de nós – porque Deus nunca nos abandona – mas porque, através desse sofrimento, nos oferece uma oportunidade para nos purificarmos ou, então, porque se quer servir de nós para ajudar os outros na sua conversão. E se o soubermos e quisermos aceitar, com alegria e muita esperança, estaremos a ser um instrumento de Deus na conversão dos pecadores, tal como Nossa Senhora aqui o pediu em Maio de 1917. (…) Que a nossa vida seja como um rosário: As contas serão as nossas boas ações, ligadas por uma corrente feita das nossas orações e do nosso amor a Deus e a quem nos rodeia”, afirmou o responsável pelos Servitas de Fátima”, disse o responsável dos Servitas de Fátima.
No final da celebração, o bispo de Leiria-Fátima lembrou os bombeiros portugueses e convidou a assembleia a rezar uma Avé-Maria pelos soldados da paz. D. António Marto agradeceu o esforço dos soldados da pazComo é habitual, a última palavra da celebração coube ao bispo de Leiria-Fátima, cardeal António Marto, que reforçou a tonalidade da alegria enunciada na homilia por D. Rui Valério, a quem agradeceu a presença e a mensagem “bela e calorosa”. “Deus alegra-se connosco, e a nossa alegria em Deus, no amor, na ternura, na misericórdia, no perdão e na vida nova que nos oferece. A alegria da qual Nossa Senhora fez eco aqui, em Fátima, aos Pastorinhos... Uma alegria que é um dom de Deus e que levamos no nosso coração para dar testemunho dela na vida quotidiana”, afirmou o cardeal português. No dia em que em que começam as aulas para muitas crianças, o bispo de Leiria-Fátima enviou uma bênção aos “pequenitos e pequenitas” para este início de ano letivo. Deixou também uma palavra de conforto aos doentes e uma mensagem aos peregrinos estrangeiros, que vieram à Cova da Iria provenientes de várias geografias do mundo. Por fim, D. António Marto lembrou em particular os bombeiros portugueses e o seu esforço no combate aos incêndios, convidando a assembleia a rezar uma Avé-Maria pelos soldados da paz. Além do cardeal D. António Marto, concelebraram a Missa Internacional Aniversária três bispos e 123 sacerdotes. |