13 de setembro, 2014

A partir do Santuário de Fátima, o bispo das Forças de Armada e de Segurança de Portugal lança um apelo que se junta a muitas outras vozes da Igreja e da sociedade: “pedimos a quem de direito, concretamente à ONU, que faça alguma coisa para acabar com este execrando genocídio, verdadeiro crime contra a humanidade”, nomeadamente, pelo “que está a acontecer aos cristãos do Iraque, da Síria, da Eritreia e de outros lugares do mundo”.
 
Para D. Manuel Linda, que preside à peregrinação internacional de setembro, que termina esta manhã, ainda que os “pessimismos doentios” sejam escusados, a realidade não pode ser ignorada.
 
“Olhamos à volta e vemos, mesmo da parte dos que se dizem cristãos, uma fé sem espiritualidade, desprezo dos sacramentos, ausência de oração familiar, prática religiosa meramente ocasional, perda do sentido do pecado, comportamentos contraditórios com a doutrina da fé, etc”, afirmou D. Manuel Linda, que descreveu também, em relação às “realidades terrenas”, “o culto do deus-dinheiro, o materialismo de vida, a violência estrutural, o pan-sexualismo, o desprezo da vida humana, a corrupção, as injustiças flagrantes, o individualismo feroz”.
 
Milhares de peregrinos, vindos dos mais diversos países do mundo, estiveram por estes dias na Cova da Iria; junto dos serviços de Santuário de Fátima, 55 grupos, oriundos de 15 países, anunciaram-se como participantes no programa de oração e de celebração realizado na manhã de hoje.
 
D. Manuel Linda falou aos peregrinos sobre as consequências de um mundo que quer viver sem Deus e interrogou: “Será que o Ocidente está à espera que outros, vindos de fora, lhe imponham outro Deus e outra cultura?”.
 
“Um homem entregue a si mesmo, sem referência a Deus, tem dificuldade em se promover, de se elevar. E torna-se capaz das piores baixezas. É que, sem um Pai comum, não há fraternidade de irmãos. Por isso, é capaz de massacrar, crucificar, fuzilar, degolar, ainda que seja em nome da religião, como está a acontecer aos cristãos do Iraque, Síria, Eritreia e de outros lugares do mundo”, acusou o prelado.
O bispo do Ordinariato Castrense referiu-se também à pouca atenção dos governantes relativamente ao sofrimento dos povos: “E os governantes ficam impávidos e serenos como se esta barbárie extrema não lhe dissesse respeito. Não! Um mundo que consente barbaridades é porque convive com elas e lhe tomou o gosto. Mas nós sentimo-nos chocados e indignados”.
 
Na homilia, D. Manuel Linda traçou, assim, um cenário pessimista para o mundo hodierno; sublinhou, no entanto, que “também há razões de esperança”: “Há muito otimismo e muita santidade no nosso mundo, tanto que já não nos choca, mas esse é que salvará o mundo”.
 
Na Missa a que presidira na Vigília de Oração de ontem, 12 de setembro, o prelado lançara um repto à santidade: “Caros peregrinos, a santidade é, hoje, produto raro no nosso mundo consumista e materialista. Por isso, é também o mais valioso. Nesta Peregrinação Aniversária, comprometamo-nos com ela.”
 
LeopolDina Simões
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