02 de fevereiro, 2025

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D. José Ornelas lança apelo à renovação da Igreja

No Dia do Consagrado, o bispo de Leiria-Fátima aludiu ao envelhecimento das congregações e pediu abertura e esperança para as mudanças que se estão a desenhar na Igreja.

 

Na celebração a que presidiu esta manhã no Santuário de Fátima, o bispo de Leiria-Fátima fez convergir as duas festas que a Igreja hoje assinala: a apresentação de Jesus no templo e o Dia do Consagrado.

Através da imagem de Jesus bebé, levado por Maria e José ao templo, D. José Ornelas lembrou que os filhos não são propriedade dos pais, mas sim “um dom de Deus que lhes é confiado para perpetuar o dinamismo da vida humana, da família que formaram e também das gerações que hão de vir”.

Aos pais compete cuidar, respeitar e deixar os filhos serem livres, porque pertencem a Deus que tem, para cada criança que nasce, “um desígnio único de vida e de futuro”, referiu.

“Isto é muito importante”, sublinhou D. José Ornelas, aludindo à tentação dominante dos pais de transporem para os filhos desejos e uma forma de ler o mundo. “É uma mentalidade que nós temos, também na Igreja e nas nossas instituições, de querermos fazer tudo segundo aquilo que sempre foi feito, de querermos que os filhos sejam exatamente iguais a nós. E isso é destruir a liberdade, a dignidade e também a possibilidade de inovação e de adaptação a novos mundos”.

Essa necessidade de abertura à mudança e ao que é novo, o bispo de Leiria-Fátima encontra-a na Igreja. Reconhece a perplexidade e as dúvidas de muitos perante as alterações que se encontram em curso, mas lança a pergunta: “Queremos envelhecer como gente resmungona, gente a olhar para trás e a dizer que antigamente é que era bom?”.

“A Igreja precisa de ser esta mãe que deixa que a sua alma, o seu coração, os seus sentimentos e a sua fé sejam de novo atravessados pela palavra de Deus que renova todas as coisas”, afirmou.

D. José Ornelas classificou este ponto de “particularmente importante para a vida consagrada”, onde abundam “os cabelos grisalhos”. “Os nossos jovens parece que estão longe”, constatou, “tínhamos os noviciados cheios, tínhamos gente para mandar em missão para todo o mundo, e agora parece que tudo está acabado”.

O presidente da celebração apelou a que este não seja apenas um momento de perplexidade, mas também de esperança. “É preciso, neste mundo, criar razões de esperança e o nosso testemunho de vida consagrada é um testemunho dessa esperança, de gente que sabe que Deus não desiste de nós e nós não desistimos de Deus e do seu projeto”, salientou.

“Não tenhamos medo da mudança. Jesus foi o homem da mudança, mas também o homem da comunhão, da compaixão, da vida, do futuro e da esperança. Porque Deus é maior do que todas as dificuldades que nós encontramos”, concluiu.

No final da celebração, D. José Ornelas pediu à assembleia um aplauso para os consagrados que se encontravam presentes na Basílica da Santíssima Trindade e que hoje renovaram os seus votos.

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