02 de fevereiro, 2019
D. António Marto incentiva consagrados a ser “Igreja em saída para ir ao encontro de todas as periferias humanas possíveis”Bispo da diocese de Leiria-Fátima presidiu esta manhã à celebração da Festa da Apresentação do Senhor no Santuário de Fátima
O Cardeal D. António Marto, Bispo da diocese de Leiria-Fátima, presidiu esta manhã à celebração da Festa da Apresentação do Senhor, na Basílica da Santíssima Trindade, no Santuário de Fátima. O prelado começou por lembrar o significado da festa que liturgicamente hoje a Igreja celebra, e disse que nesta Apresentação “é o próprio Deus a apresentar e a oferecer o Seu filho unigénito pelas mãos de Maria, Sua mãe”. A celebração foi precedida com uma procissão de velas que teve início na Capelinha das Aparições, e que pretendeu dar significado à “Igreja que encontra na fé Aquele que é a Luz de todos os homens”. “Hoje Jesus quer entrar na vida e no templo de cada um de nós, no coração e vida de cada um de nós, para aí acender á chama e ao fogo do amor, com o Seu Espirito”, explicou o Cardeal, afirmando ainda que “na entrega de Jesus, revela-se a oferta do amor misericordioso de Deus, que excede todo o cálculo e toda medida, Ele dá-se todo, e dá tudo para eliminar todas as distâncias e se fazer próximo de cada um, para assim oferecer o perdão e reestabelecer a comunhão”, e deste modo “vencer o ódio e a violência, curar as feridas do coração e da alma humana, dar vida nova, e trazer a paz”. D. António Marto considera que todos são chamados “a participar desta oferta”, com o mesmo apelo que Nossa Senhora fez aos Pastorinhos: «Quereis oferecer-vos a Deus? Para colaborar com a sua misericórdia em reparação do pecado do mundo». “Sim! Deus procura colaboradores para a transformação do mundo e procura respostas em cada um de nós, aqui e agora!”, reiterou o prelado, explicando esta necessidade com “o atual momento da história, tão perturbada, que hoje vivemos, o Sínodo dos Jovens, a próxima Jornada Mundial da Juventude em 2022 aqui em Portugal, o Ano Missionário que estamos a viver, fazem sobressair a vida consagrada como um dom precioso para a Igreja e para o mundo e alarga ainda mais o horizonte de missão”. “A missão profética da vida consagrada é a missão de quem entrega a sua vida ao Senhor, e que é capaz de despertar no mundo distraído a abertura do coração a Deus, à sua ternura e misericórdia, uma abertura à dimensão transcendente da vida, sem a qual a nossa sociedade corre o risco de perder o espírito humanista em relação ao drama dos refugiados, quando se lhes fecham todas as portas”, alertou. Segundo o bispo de Leiria-Fátima, “o espírito missionário da vida consagrada deve refletir e reflete o espirito de uma Igreja em saída para ir ao encontro de todas as periferias humanas possíveis, para levar a ternura e a misericórdia de Deus, para levar a luz, o calor e a alegria do Evangelho”. “Toda a pobreza material e espiritual, todo o abandono e toda a discriminação é sempre uma consequência da recusa de Deus e do Seu amor”, alertou dizendo ainda que apesar de não ser claro “nós vivemos num tempo fascinante para a vida consagrada, se esta vida não existisse, na sua grande diversidade e riqueza de carismas, a Igreja e o mundo seriam mais pobres”. Nesta celebração, estiveram ainda presentes o Prefeito da Congregação para a Educação Católica, Cardeal Giuseppe Versaldi e D. Rino Passigato, Núncio Apostólico para a República Portuguesa.
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