25 de outubro, 2008


 - O bom povo português não se inibe de professar as próprias convicções religiosas -
D. Alfio Rapisarda, em final de funções como representante diplomático da Santa Sé em Portugal, esteve esta manhã no Santuário de Fátima, onde se despediu de Nossa Senhora e dos peregrinos.  Núncio Apostólico em Portugal desde 12 de Outubro de 2002, D. Alfio presidiu à Missa das 12h30, na Capelinha das Aparições, ocasião em que falou aos peregrinos que participavam na celebração Eucarística e em que agradeceu a Nossa Senhora por ter sido chamado a trabalhar em Portugal.
“Hoje, no termo da minha estadia em Portugal, torno-me também eu, uma vez mais, peregrino e, com a oração nos lábios e a comoção no coração, agradeço a Nossa Senhora a graça que me foi concedida de ser Representante do Papa João Paulo II, primeiro, e do Papa Bento XVI, depois, neste país da Sua predilecção onde se dignou aparecer e onde continua a fazer sentir a Sua maternal presença, falando ao coração dos que A visitam com sentimentos filiais de devoção e de amor”, disse, durante a homilia.
“Há seis anos o Papa João Paulo II chamou-me para ser Seu Representante em Portugal e desde há seis anos que procuro fazer sentir a presença da Sua pessoa, tornando-me intérprete, o mais fielmente possível, do Seu interesse e da Sua solicitude por Portugal e pela Igreja que está em Portugal, e de maneira muito particular da Sua imensa devoção por Nossa Senhora e pelo Seu Santuário de Fátima”, recordou D. Rapisarda que, na mesma homilia, relembrou as aparições de 1917, os pontos principais da mensagem de Fátima e a primeira visita, em Maio de 1982, de “um peregrino especial, vestido de branco”, que “veio ajoelhar-se aqui diante de Nossa Senhora”.
“Foi a Ele (o Papa João Paulo II) que os três pastorinhos viram na aparição de 13 de Julho de 1917, na figura do Bispo vestido de branco que teria morrido se, como Ele mesmo confessou, não tivesse tido uma mão maternal a segurá-lo no limiar da morte”, recordou o Prelado que exortou os peregrinos a confiar em Nossa Senhora.
“Se Nossa Senhora é nossa Mãe, então merece toda a nossa confiança, não poderá fazer-nos duvidar do seu amor por nós, porque jamais nos abandonará. Não foi, porventura, a convicção do Seu amor por nós que moveu os nossos passos para este lugar sagrado, a parar diante da Sua doce imagem e a ficar com Ela? Viemos de diferentes lugares de Portugal e de outros países, cada um de nós transportando no ânimo o peso dos próprios problemas e das dificuldades que nos angustiam, para entregar a Nossa Senhora as nossas alegrias e as nossas penas, as nossas esperanças e as nossas frustrações, porque temos confiança n’Ela, porque acreditamos no seu amor por nós, porque estamos certos de que nos ouvirá e nos fará sentir a Sua palavra de conforto e de consolação”, afirmou ao grupo de peregrinos presentes na Capelinha.
Reiterando as palavras que a Irmã Lúcia escreveu nas suas Memórias – “Em Portugal conservar-se-á sempre o dogma da fé” – D. Rapisarda pediu aos cristãos, e em especial aos portugueses, que não se dispensem de continuar a “sermos fiéis ao testemunho de vida cristã que somos chamados a cultivar e a praticar. “Foi-me muito consolador verificar, e pude fazê-lo durante a minha permanência no País, como o bom povo português não se inibe de professar as próprias convicções religiosas, quer em privado, quer em púbico, profundamente enlaçado com as suas nobres tradições alimentadas pela seiva do Evangelho de Cristo”, disse no final da homilia que terminou com uma oração pelo mundo, para que “a fé cintile forte e penetre no fundo da alma de todos os povos da Europa e do mundo, para que todos possamos viver e sentir-nos filhos de Deus e de Nossa Senhora”.
D. Alfio Rapisarda completou, no dia 2 de Setembro, 75 anos de idade, o limite imposto pelo direito canónico para o exercício do cargo de Núncio Apostólico. Desempenhou sucessivamente diversas funções junto das Representações Pontifícias nas Honduras, no Brasil, na França, na Jugoslávia e no Líbano. Foi nomeado Núncio Apostólico na Bolívia a 22 de Abril de 1979, Pro-Núncio Apostólico no Zaire a 29 de Janeiro de 1985, Núncio Apostólico no Brasil a 2 de Junho de 1992 e de Portugal a 12 de Outubro de 2002.
 
(foto de arquivo)


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