12 de julho, 2015

 D. António Marto apela à paz e à consolação dos que sofrem a perseguição pela fé
Um grupo de monjas do mosteiro cristão em Qara, na Síria, em peregrinação à Cova da Iria, entregou recentemente ao Bispo de Leiria-Fátima, para oferta a Nossa Senhora de Fátima, três balas e um lenço trazidos da localidade síria de Maalula, símbolos materiais do triplo martírio perpetrado a 4 de setembro de 2013, por um grupo ligado à Al Qaeda.
O testemunho do ato de martírio, assinado por três das monjas após descrição da família dos mártires, foi lido na abertura da peregrinação mensal, esta tarde, 12 de julho, na Capelinha das Aparições, pelo Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, que apelou a que nesta peregrinação se tenham como intenções especiais a oração pela paz e a consolação e conforto dos que sofrem a perseguição pela fé.
Os jovens primos cristãos Sarkis Zaknem, de 19 anos de idade, Antoun Taalab, de 28, e o tio de ambos, Mikhail Taalab, foram executados à queima-roupa, em casa do tio, na localidade de Maalula, a 40 quilómetros da capital da Síria, Damasco, por não renegarem à sua  fé. Salvou-se a irmã de Antoun, Antoinete, que presenciou, escondida, o assassínio dos seus familiares e que foi quem descreveu o ataque perpetrado.
Após a leitura do texto escrito pelas religiosas, o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, mostrou aos peregrinos presentes na Capelinha das Aparições as três balas e o lenço oferecidos à “Rainha da Paz”.
Na mensagem lida por D. António Marto em que é descrito o cenário de terror em que foram assassinados os três cristãos, as monjas explicam o sentido da oferta feita a Nossa Senhora de Fátima: “[As balas e o lenço] são para oferecer à Rainha da Paz, para que sejam uma perpétua recordação da urgência da oração pelos cristãos do Médio Oriente, para que permaneçam fieis ao seu Batismo e para que, por essa fé, sejam verdadeiros guardiães dos lugares sagrados”.
As exéquias dos mártires foram celebradas em Damasco, a 10 de setembro de 2013, pelo patriarca da Igreja Greco-Católica Melquita, que anunciou que aquelas mortes foram motivadas por odium fidei (ódio à fé) e que, por isso, Sarkis, Antoun e Mikhail “podem ser considerados mártires da fé”.
Referindo-se ao testemunho acabado de ler por D. António Marto, D. Antonino Dias, bispo de Portalegre-Castelo Branco, que preside à peregrinação internacional de julho em Fátima, afirmou: “[O testemunho] fez-nos arrepiar, temos muito que rezar, temos muito que nos solidarizar, peçamos a Deus para que o sangue dos mártires seja semente de novos cristãos”.
LeopolDina Simões
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