27 de março, 2022

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Coroa preciosa de Nossa Senhora de Fátima em exposição em Vila Viçosa

Papa envia mensagem ao Congresso Internacional Mulher, Mãe e Rainha, que se realizou em Fátima esta semana, e pede aos portugueses para não perderem o “elo de ligação histórica” à figura de Maria

 

A Coroa preciosa da Imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que se venera na Capelinha das Aparições, está este domingo em Vila Viçosa, integrando a exposição  ‘Três Coroas, a mesma Padroeira’, uma iniciativa que encerra o Congresso Internacional “Mulher, Mãe e Rainha”, que decorreu em Fátima nos últimos três dias.

Juntamente com a Coroa preciosa de Fátima estão as coroas de Nossa Senhora do Sameiro, de Braga e de Nossa Senhora da Conceição, de Vila Viçosa, ”Três coroas da mesma Rainha de Portugal”, afirmou esta manhã o arcebispo de Braga, no final da Eucaristia a que presidiu o bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, na qualidade de Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

É a segunda vez, este ano, que a Coroa preciosa sai do Santuário, sem a Imagem, para integrar uma exposição. Em outubro,  a Coroa esteve exposta na Igreja de São Roque, em Lisboa, no âmbito da 1ª Bienal de Joalharia Contemporânea, onde se fez memória de uma peça de joalharia dos anos 40 do século XX cuja relevância extravasa o valor artístico e patrimonial.

A história desta coroa, que nos dias solenes é colocada na Imagem que se venera na Capelinha das Aparições, começa em 1942, quando um conjunto de mulheres portuguesas quis agradecer a Nossa Senhora de Fátima o facto de Portugal não ter entrado na Segunda Guerra Mundial, que ainda decorria. Decidiram então doar peças valiosas- colares, pulseiras, anéis, brincos e outras jóias- que serviriam para a construção de uma coroa que seria colocada na veneranda imagem.

A “coroação solene” viria a acontecer mais tarde, em 1946, já terminada a guerra. Naquela altura era o Papa Pio XII quem estava à frente da Igreja, mas as viagens apostólicas ainda eram uma ideia distante , por isso, o pontífice enviou um legado papal ao Santuário de Fátima em 1946 para ser ele, em nome do próprio Papa, a coroar solenemente a escultura.

A coroa viria quase a tornar-se, ela própria, um objeto de veneração depois do atentado contra João Paulo II em 1981. A bala que atingiu o Santo Padre, recebida por D. Alberto Cosme do Amaral das mãos do próprio Papa, em Roma, foi colocada na coroa de Nossa Senhora de Fátima oito anos depois do atentado na Praça de São Pedro. 

Em 2010, aquando visita ao Santuário, Bento XVI diante da imagem de Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições, afirmou que ela estava coroada com as jóias das alegrias e as balas das dores da humanidade.

Papa Francisco associa-se a evento e destaca ligação histórica de Portugal à figura de Maria

O Papa associou-se à celebração dos 375 anos de proclamação de Nossa Senhora da Conceição como padroeira de Portugal, pedindo que os católicos preservem a sua histórica ligação à figura de Maria.

“Porventura, não nasceu Portugal em territórios que então davam já pelo nome de Terra de Santa Maria? Pois bem, os filhos da Terra de Santa Maria hão de mostrar que nunca a esquecem”, referiu Francisco, numa mensagem lida no Santuário de Vila Viçosa (Arquidiocese de Évora) pelo seu núncio apostólico, D. Ivo Scapolo.

O texto convidou à confiança na intercessão da Virgem Maria para superar os desafios do presente e do futuro.

“Portugal, destes novos mundos ao mundo; deverás dar estes mundos a Deus”, escreveu o Papa.

O Papa pediu a todos os presentes que imitem o gesto de D. João IV e “não voltem a envergar a coroa do próprio reino, mas deixem aos pés de Maria as próprias seguranças”.

“De bom grado me uno a todos, encorajando-os nos seus sentimentos, propósitos e preces, para que, por Maria e com Maria, reine nos vossos corações a paz de Cristo”, acrescentou.

O Papa evocou a crise na Ucrânia e convidou a rezar, por intercessão de Maria, pela paz e a comunhão entre todos os seres humanos, “nestes dias tristes de guerra sem fim, com o rasto incomensurável de vítimas inocentes e a negação cruel dos princípios da fraternidade universal”.

 

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