15 de abril, 2022

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“Contemplar a cruz impede-nos cair na indiferença”, afirma Reitor do Santuário

Padre Carlos Cabecinhas presidiu à celebração da Paixão, com a Basílica da Santíssima Trindade repleta de fiéis

 

 

O Reitor do Santuário  de Fátima afirmou esta tarde, na celebração da Paixão do Senhor, que contemplar a cruz como árvore da vida, tal como nos é proposto neste dia, “impede-nos de cair na indiferença” e exorta-nos a uma atenção permanente ao próximo.

“Contemplar a cruz impede-nos de cair na indiferença diante do sofrimento dos que nos cercam, diante dos crucificados deste mundo, diante daqueles que, ao nosso lado, carregam penosamente a própria cruz, ansiando pela ajuda de um Cireneu compadecido” referiu o padre Carlos Cabecinhas durante a homilia desta celebração que voltou a contar com a participação expressiva de fiéis.

O sacerdote lembrou, no entanto, que não basta contemplar é preciso olhar para a cruz como “caminho de vida, sinal máximo do amor”.

“A vida de Jesus Cristo entregue por amor, na cruz, lembra-nos que a nossa própria vida só tem sentido se for vivida como doação e serviço”, esclareceu.

“A contemplação da Cruz e a consciência do grande amor de Deus por nós, que ela expressa, são chamamento permanente a percorrermos com Cristo esse mesmo caminho de entrega da própria vida a Deus e aos irmãos”.

E, exemplificou: “É fácil ficar sensibilizado diante das vítimas da atual guerra na Ucrânia e darmos uma ajuda pontual. Bem mais difícil é mantermos essa atitude de empatia e de ajuda concreta e efetiva. É fácil, num momento de entusiasmo, alinharmos em iniciativas altruístas; mais difícil é vivermos esta atenção constante aos outros, numa luta diária contra a indiferença diante do sofrimento e das dificuldades daqueles que nos cercam ou com quem contactamos. Mas é para aí que nos conduz a contemplação da cruz de Cristo, que Se entregou e deu a vida por nós”, concluiu.

“Deixemo-nos desafiar pelo exemplo de Jesus, fazendo da nossa vida uma oferta a Deus e aos outros, pois só uma vida entregue por amor é vida com sentido”afirmou o Reitor.

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A Paixão é uma das três principais celebrações do tríduo pascal, juntamente com a Missa da Ceia do Senhor e a Solene Vigília Pascal, completando assim os últimos dias da vida de Jesus na sua Paixão, Morte e Ressurreição.

Na celebração da Paixão, a Igreja Católica evoca a morte de Jesus, num dia de jejum para os fiéis, que não celebram a Missa, mas uma cerimónia com a apresentação e adoração da cruz.

A Paixão decorre durante a tarde, perto da hora em que se acredita que Jesus terá morrido, nas igrejas desnudadas desde a noite anterior.

Ao entrarem, em silêncio, os presidentes da celebração prostram-se, bem como os demais ministros, em sinal da morte de Cristo.

A parte inicial da celebração, a Liturgia da Palavra, tem um dos elementos mais antigos da Sexta-feira Santa, a grande oração universal, tradicionalmente com dez intenções – este ano, 11 (uma pela Paz na Ucrânia) – que procuram abranger todas as necessidades da humanidade.

Durante a celebração, e depois de proclamada e meditada a Palavra de Deus, os fiéis são convidados a adorar a cruz.

Esta noite no Recinto do Santuário será realizada ainda uma via-sacra no Recinto de Oração.

 

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