13 de fevereiro, 2009

Introdução
Paulo de Tarso e Francisco Marto, duas vidas em Cristo
O centenário de Francisco (nasceu a 11 de Junho de 1908 e faleceu a 04 de Abril de 1919) celebra-se coincidentemente no Ano Santo Paulino. Se reflectirmos atentamente, verificamos que se trata de um feliz encontro de vidas e de testemunhos. Podendo parecer ousado ou forçado, verificamos, no entanto, ser real a existência de um conjunto de convergências entre a vida do Apóstolo das Gentes, Paulo de Tarso, e o pequenino pastor de Fátima, Francisco Marto. De facto, o caminho da Fé recorta a vida dos verdadeiros cristãos em pormenores de rendilhado, tão coincidentes que demonstram a unidade de critérios e didácticas d’Aquele que é a única fonte da Santidade e o irrepetível “Oleiro dos Santos”.
Na vida do pequeno Francisco, como na vida de Paulo, houve um grande encontro com Deus, em Jesus Cristo. Monsenhor Luciano Guerra sintetizou com muita felicidade este encontro: «Que é, afinal, Deus! Francisco respondeu um dia à prima, com simplicidade, que viu Nosso Senhor “naquela luz que Nossa Senhora nos metia no peito”» . O encontro foi tão decisivo que a vida de Francisco se transformou num menino constantemente orante, saboreando a doçura do Amor de Deus em constantes momentos de contemplação e relacionamento com tal afecto nesse Amor, que d’Ele recebia toda a consolação e para O consolar e reparar era oferecida toda a sua vida. Esse Amor que encontrou tornou-se a razão de todo o seu viver.
É interessante verificarmos que, na descoberta de Deus, Francisco experimentou, sobretudo, a contemplação. Desde o princípio do seu encontro com o Mistério, a pedagogia da Mãe de Jesus fez com que ele visse, mas não ouvisse. Foi pelo olhar que ele interiorizou e percebeu a mensagem de Deus e foi esse olhar que ele aprofundou no carisma da contemplação que recebeu. Francisco Marto purificou os olhos e o coração na luz do Céu e na ajuda das explicações, sobretudo, da Irmã Lúcia e, como Paulo, passou a ver Cristo sempre presente na sua vida quotidiana e na Igreja, sobretudo, no Santo Padre e na Eucaristia.
Paulo purificou o seu olhar na luz do Céu com a ajuda de Ananias e quando as “escamas” da vida bassa do Homem Velho deram lugar ao olhar límpido e transparente do Homem Novo, dedicou incondicionalmente a sua vida a Cristo e ao Seu Evangelho, contagiando todos à sua volta, a fim de que fizessem a mesma descoberta e doação: «Sofre também tu juntamente comigo pelo Evangelho» (2 Tim 1, 8).
A Quarta Memória da Irmã Lúcia conta-nos que «na terceira aparição, o Francisco passou a ser o que menos se impressiono com a vista do inferno, embora lhe causasse também uma sensação bastante grande. O que mais o impressionava ou absorvia era Deus, a Santíssima Trindade, nessa luz imensa que nos penetrava no mais íntimo da alma. Depois dizia: “Nós estávamos a arder naquela luz que é Deus e não nos queimávamos. Como é Deus!!! Não se pode dizer! Isto sim, que a gente nunca pode dizer! Mas que pena Ele estar tão triste! Se eu O pudesse consolar!...”» . Este testemunho salienta a força e a beleza do encontro com Deus que Francisco viveu 13 de Julho de 1917. A grandeza da descoberta não cabia nas palavras, apenas o espanto e a contemplação: «Como é Deus!!!».
O Papa Bento XVI comentou com a costumada felicidade a descoberta interior que Paulo fez na sua experiência de estrada de Damasco: «A experiência de ser profundamente amado por Cristo tinha-lhe aberto os olhos sobre a verdade e sobre o caminho da existência humana; aquela experiência abarcava tudo. Paulo era livre como homem amado por Deus, era capaz de amar juntamente com Ele. Esse amor é agora a “lei” da sua vida. Ele fala e age movido pela responsabilidade do amor. Liberdade e responsabilidade estão aqui unidas de modo inseparável. Por estar na responsabilidade do amor, ele é livre; por ser alguém que ama, vive totalmente na responsabilidade deste amor e não assume a liberdade como pretexto para o arbítrio e para o egoísmo» .
Como é frequente afirmar-se entre os especialistas da cultura hebraica, como por exemplo, o Padre Romano Penna, «um judeu nunca se converte», no sentido de «abandonar o passado», mas «ao fazer-se cristão, anda para frente», como que desabrocha e atinge a plenitude da promessa, mantendo-se sempre judeu. Foi assim com Paulo de Tarso. Nele a grande paixão é Jesus Cristo, Aquele que o “conquistou” na estrada de Damasco. As suas Cartas nomeiam o nome de Deus quinhentas vezes e o de Nosso Senhor Jesus Cristo duzentas e oitenta e seis vezes. O seu encontro com Jesus Cristo foi profundíssimo e daí resultou uma grande volta no modo de compreender todo o Antigo Testamento. Esta “volta” é sempre obra do Espírito Santo pela Graça e não fruto de mera reflexão intelectual e académica.
Após a descoberta de Damasco, a pessoa de Jesus Ressuscitado é chave que abre o mistério e dá sentido às profecias bíblicas. É a força que escancara o coração de Paulo à luz e dessa “iluminação” apercebe-se que tudo é “lixo” perante Jesus Cristo, incluindo o seu passado e a sua estrutura mental. De toda a vida de Jesus, é a prova da cruz que melhor revela o seu mistério íntimo, o mistério do próprio homem, do mal, do mundo e da História. A encarnação do Verbo de Deus na História dos Homens, a Sua paixão, morte e sepultura fazem parte da descida de Deus e do seu abraço salvador a cada humano. Por isso, ele anuncia: «Nada mais sei, a não ser Jesus Cristo e Cristo crucificado». Paulo descobre nas “quedas” de Deus, ao encarnar e no ser sepultado, um Deus Comunidade de Pessoas, um Deus vivo que abre os braços a toda a Humanidade e não apenas ao Povo de Israel, um Deus tão próximo que se fez homem, igual a nós, em tudo, excepto no pecado.
Esta compreensão de Deus, como “Deus Doação” é totalmente nova. Para um Judeu, que vê Deus como um ser distante, solene, inefável e sempre triunfal, como o Deus das teofanias do Sinai, descobrir a encarnação, a paixão e a morte do Filho de Deus é algo de surpreendente e quase ilógico. Esta descoberta levou Paulo a fazer uma doação de si mesmo aos pagãos. Para ele, a santidade deixa de ser uma auto-construção, fruto do cumprimento rigoroso de prescrições da Lei mosaica e passa a ser um mergulho na humildade e na gratidão, no Amor que procede de Deus e que nos projecta a pessoa para fora de si, abrindo-o a Deus e aos outros. A este propósito, ensina Bento XVI: «Na Carta aos Gálatas ele deixou-nos uma profissão de fé muito pessoal, no qual abre o seu coração diante dos leitores de todos os tempos e revela qual é o estímulo mais íntimo da sua vida. “Vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2, 20). Tudo que Paulo faz, parte deste centro. A sua fé é a experiência do ser amado por Jesus de modo muito pessoal; é a consciência de que Cristo não enfrentou a morte por algo sem nome, mas por amor a ele, Paulo, e que, como Ressuscitado, continua a amá-lo, ou seja, que Cristo se entregou por ele. A sua fé consiste em ser conquistado pelo amor de Jesus Cristo, um amor que o comove no mais íntimo e o transforma. A sua fé não é uma teoria, uma opinião sobre Deus e sobre o mundo. A sua fé é o impacto do amor de Deus sobre o seu coração. E assim esta mesma fé é amor por Jesus Cristo» .
Francisco Marto experimentou também esta incondicional abertura da vida ao Mistério de Deus, unindo a adoração a Deus, a que ele chamava “consolar Nosso Senhor”, à oração pela Humanidade, a que ele chamou “converter os pecadores”. O seu amor ao recolhimento e à oração, a abertura da sua vida a Deus e aos irmãos surge com muita beleza e ternura na Quarta Memória da Irmã Lúcia, que citamos: «O Francisco era de poucas palavras; e para fazer a sua oração e oferecer os seus sacrifícios, gostava de se ocultar até da Jacinta e de mim. Não poucas vezes o íamos surpreender, de trás duma parede ou dum silvado, para onde, dissimuladamente, se tinha escapado, de joelhos, a rezar ou a pensar, como ele dizia, em Nosso Senhor, triste por causa de tantos pecados. Se lhe perguntava:
- Francisco, por que não me dizes para rezar contigo e mais a Jacinta?
- Gosto mais – respondia – de rezar sozinho para pensar e consolar a Nosso Senhor que está tão triste.
Um dia perguntei-lhe:
- Francisco, tu de que gostas mais: de consolar a Nosso Senhor ou converter os pecadores, para que não (vão) fossem mais almas para o inferno?
- Gostava mais de consolar Nosso Senhor. Não reparaste como Nossa Senhora, ainda no último mês, se pôs tão triste, quando disse que não ofendessem a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido? Eu queria consolar a Nosso Senhor e depois converter os pecadores, para que não O ofendessem mais» .
O sofrimento faz sempre parte da vida daqueles que decidem abraçar a Cruz, como Cristo. Os seguidores de Cristo vêm confirmando nas suas vidas o ensinamento de Cristo: «Se alguém quiser seguir-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida há-se perdê-la, mas quem quiser perder a sua vida por Minha causa, há-se encontrá-la» (Mt. 16, 25). Bento XVI faz-nos uma preciosa reflexão sobre esta dimensão da vida cristã, quando afirma: «O encargo do anúncio e o chamamento ao sofrimento por Cristo estão inseparavelmente juntos. O chamamento a tornar-se o mestre das nações é ao mesmo tempo e intrinsecamente um chamamento ao sofrimento na comunhão com Cristo, que nos redimiu mediante a sua Paixão. Num mundo no qual a mentira é poderosa, a verdade paga-se com o sofrimento. Quem quiser evitar o sofrimento, mantê-lo distante de si, mantém distante a própria vida e a sua grandeza; não pode ser servo da verdade nem pode servir a fé» .
O Papa apresenta-nos ainda a relação do Amor-Doação com o sofrimento e a relação destes com a Eucaristia: «Não há amor sem sofrimento, sem o sofrimento da renúncia de si mesmo, da transformação e da purificação do eu pela verdadeira lberdade. Onde não existe nada pelo qual vale a pena sofrer, até a própria vida perde valor. A Eucaristia, o centro do nosso ser cristãos, funda-se no sacrifício de Jesus por nós, nasceu no sofrimento do amor, que na Cruz atinge o seu ponto mais alto. Nós vivemos deste amor que se entrega. Este amor dá-nos a coragem e a força para sofrer com Cristo e por Ele neste mundo, sabendo que precisamente assim a nossa vida se torna grande, madura e verdadeira» .
O pequeno vidente de Fátima deixa-nos um eloquente testemunho desta vivência em seu sofrer. Ele soube fazer da sua doença, a oblação de si mesmo, abrindo-se e doando-se a Deus pela Humanidade: «Na doença, o Francisco mostrou-se sempre alegre e contente. Às vezes, perguntava-lhe:
- Sofres muito, Francisco?
- Bastante, mas não importa. Sofro para consolar a Nosso Senhor; e depois, daqui a pouco ou para o Céu!
- Lá, não te esqueças de pedir a Nossa Senhora que me leve para lá depressa.
- Isso não peço! Tu bem sabes que Ela não te quer lá ainda.
Nas vésperas de morrer, disse:
- Olha, estou muito mal; já me falta pouco para ir para o Céu.
- Então, vê lá: não te esqueças de lá pedir muito por os pecadores, por o Santo Padre, por mim e pela Jacinta.
- Sim, eu peço. Mas olha: essas coisas pede-as à Jacinta, que eu tenho medo de me esquecer, quando vir a Nosso Senhor! E depois antes O quero consolar» .
A Eucaristia aparece na vida de Francisco Marto como «Pão dos Fortes», pois na comunhão Eucarística ele encontrou a Fonte do Amor e aí ele reconheceu Aquele a quem entregava a sua vida e por quem ardia de amor: «Tinha-se confessado e o Senhor Prior tinha prometido trazer-lhe, no dia seguinte, a Sagrada Comunhão. Depois de comungar, no dia seguinte, dizia para a irmãzinha:
- Hoje sou mais feliz que tu, porque tenho dentro do meu peito a Jesus escondido. Eu vou para o Céu; mas lá vou pedir muito a Nosso Senhor e a Nossa Senhora que vos levem também para lá depressa» .
1. Cronologia biográfica de Francisco Marto, vidente de Fátima
1908
• 11 de Junho: Nasceu em Aljustrel - Fátima, Vila Nova de Ourém. Sendo seus pais, Manuel Pedro Marto e Olímpia de Jesus.
• 20 de Junho: Foi baptizado na Paróquia de Fátima.
1916
• Primavera, Verão e Outono: Aparição do Anjo na Loca do Cabeço e no Poço da casa de Lúcia, conjuntamente com sua irmã Jacinta Marto e prima Lúcia de Jesus.
1917
• 13 de Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro e Outubro: Aparição de Nossa Senhora do Rosário na Cova da Iria.
• 19 de Agosto: Aparição de Nossa Senhora do Rosário no lugar dos Valinhos.
1918
• 23 de Dezembro: Contraiu a gripe pneumónica.
1919
• 4 de Abril: Faleceu às 22 horas depois de se ter confessado e comungado com grande piedade.
• 5 de Abril: Foi sepultado no Cemitério de paroquial de Fátima.
• 28 de Abril: Foi enviado para o Patriarcado de Lisboa do processo paroquial, organizado pelo Pároco por do encargo do Arcebispo  Mitilene.
1952
• 17 de Fevereiro: Exumação dos restos mortais da sepultura que se encontravam no Cemitério Paroquial de Fátima.
• 13 de Março: Transladação dos restos mortais para a Basílica de Fátima, ficando sepultado no lado direito do transepto do referido Templo.
• 30 de Abril: Início do seu processo de Beatificação conjuntamente com sua irmã Jacinta Marto.
1979
• 3 de Agosto: Envio do processo de Beatificação para a Congregação da Causa dos Santos.
• 20 de Dezembro: Abertura do processo de Beatificação na Congregação para a Causa dos Santos.
1981
• Abril: A Congregação para a Causa dos Santos faz a proclamação da possibilidade das Virtudes Heróicas também por parte das crianças, e não só nos adultos, por isso poderão ser beatificadas crianças não mártires.
1989
• 13 de Maio: O Papa João Paulo II faz a proclamação das Virtudes Heróicas em Francisco e Jacinta Marto. Os Pastorinhos recebem o título de Veneráveis.
1999
• Abril: O decreto da Congregação para a Causa dos Santos sobre o milagre atribuído a Jacinta e Francisco, em favor de Maria Emília dos Santos, foi proclamado na presença do Papa João Paulo II.
2000
• 13 de Maio: O Papa João Paulo II beatificou em Fátima os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto. A sua festa ficou marcada por o dia 20 de Fevereiro, data do falecimento de Jacinta.
2004
• 17 de Novembro: Abertura oficial do processo de Canonização do Francisco e da Jacinta Marto pela Congregação para a Causa dos Santos.
2. Três Testemunhos: O Francisco era assim …
2.1. Irmã Lúcia
«O Francisco não parecia irmão da Jacinta senão nas feições do rosto e na prática da virtude. Não era, como ela, caprichoso e vivo; era, ao contrário, natural pacífico e condescendente.
Quando, nos nossos (jogos) e brincadeiras, algum se empe¬nhava em negar-lhe os seus direitos por ter ganhado, cedia sem resistência, limitando-se a dizer apenas:
- Pensas que ganhaste tu? Pois sim! A mim isso não me importa.
Não manifestava, como a Jacinta, a paixão pela dança; gos¬tava mais de tocar o pifarito, enquanto os outros dançavam.
Nos Jogos, era bastante animado, mas poucos gostavam de jogar com ele, porque perdia quase sempre. Eu mesma confesso que simpatizava pouco com ele, porque o seu natural pacífico excitava, por vezes, os nervos da minha demasiada vivacidade. Às vezes, pegava-lhe por um braço, obrigava-o a sentar-se no chão ou em alguma pedra, mandava-lhe que estivesse quieto e ele obedecia-me, como se eu tivesse uma grande autoridade. Depois, sentia pena, ia buscá-lo pela mão e vinha com o mesmo bom humor, como se nada tivesse acontecido. Se alguma das outras crianças porfiava em tirar-lhe alguma coisa que lhe per¬tencesse, dizia:
- Deixa lá! A mim que me importa?
Recordo que chegou, um dia, a minha casa com um lenço do bolso, com Nossa Senhora de Nazaré pintada, que dessa praia acabavam de lhe trazer. Mostrou-mo com grande alegria e toda aquela criançada o veio admirar. De mão em mão, a poucos ins¬tantes, o lenço desapareceu. Procurou-se, mas não se encontra¬va. Pouco depois, descobri-o no bolso dum outro pequeno. Quis-lho tirar, mas ele porfiava que era dele, que também lho tinham trazido da praia. Então, o Francisco, para acabar com a contenda, aproximou-se, dizendo:
- Deixa-o lá! A mim que me importa o lenço?
Parece-me que, se houvesse crescido, o seu defeito princi¬pal seria o de não-te-rales.
Quando, aos 7 anos, comecei a pastorear o meu rebanho, ele pareceu ficar indiferente. Lá ia, à noite, esperar-me com a sua irmãzinha, mas parecia ir mais para lhe fazer a vontade que por amizade. Iam esperar-me no pátio de meus Pais. E enquanto a Jacinta corria a meu encontro, logo que sentia os chocalhos do rebanho, ele esperava-me sentado nuns degraus de pedra que havia em frente da porta de casa. Depois, lá ia connosco, para a velha eira, a brincar, enquanto esperávamos que Nossa Senhora e os Anjos acendessem as Suas candeias. Animava-se também a contá-las, mas nada o encantava tanto como o lindo nascer e pôr-do-sol. Enquanto deste se avistava algum raio, não investi¬gava se já havia alguma candeia acesa.
- Nenhuma candeia é tão bonita como a de Nosso Senhor¬ - dizia ele a Jacinta que gostava mais da de Nossa Senhora, por¬que, dizia ela, não faz doer a vista.
 E entusiasmado seguia com a vista todos os raios que, dardejando nos vidros das casas das aldeias vizinhas ou nas go¬tas de água espalhadas nas árvores e matos da serra, (os) faziam brilhar como outras tantas estrelas, a seu ver mil vezes mais bonitas que as dos Anjos.(…) No que ele se entretinha mais, quando andávamos pelos montes, era, sentado no mais elevado penedo, a tocar  seu pífaro ou a cantar. (…) Nos jogos, tomava parte sempre que a isso o convidávamos, mas às vezes, manifestava pouco entusiasmo, dizendo: -vou, mas já sei que perco.»
2.2. Dr. Carlos de Azevedo Mendes
«O bem-aventurado Francisco nasceu em Aljustrel, pequena povoação da freguesia de Fátima, a 11 de Junho de 1908. Nove dias depois, a 20 de Junho, foi baptizado. Seus pais, Manuel Pedro Marto (1873-1957) e Olímpia de Jesus (1864-1956), eram cristãos piedosos, com a fé simples e sólida, que caracterizava a boa gente da serra. Em pleno período das aparições, a 7 de Setembro de 1917, o então jovem advogado, Dr. Carlos de Azevedo Mendes, após ter falado com o pastorinho, descreve-o assim numa carta: “Carapuça enterrada pela cabeça, jaleca muito curta, colete deixando ver a camisa, calças justas, enfim um homem em miniatura. Bela cara de rapaz! Olhar vivo e cara agarotada. Com ar desempenado responde às minhas perguntas”.» 
2.3. Dr. Luís António Vieira de Magalhães e Vasconcelos
Dois meses e algumas semanas mais tarde, após a última aparição, o Barão de Alvaiázere, Dr. Luís António Vieira de Magalhães e Vasconcelos, numa visita a Fátima, descreve-nos também o rapazinho: «Era uma criança de dez a doze anos trajando à moda do campo, bastante alegre e despreocupado, ao que parecia. Convidámos o pequeno a acompanhar-nos ao que ele se prontificou logo, saltando sorridente para o automóvel que nos conduzia. Fizemos-lhe várias perguntas mas ele sorria mais do que falava, mostrando-se muito deslumbrado com as várias peças do automóvel». 

3. O Segredo de Francisco – A sua Espiritualidade
3.1. Espiritualidade Trinitária
Francisco Marto frequentou a mais bela escola catequética, aquela que se absorve pela profundidade da experiência da oração. Foi no ano de 1916, que o Céu se preocupou em preparar Francisco Marto para a sua grande Missão. Através do Anjo, que Francisco foi introduzido na experiencia da adoração da trindade, repetindo as orações sempre trinitárias que o Anjo transmitiu aos pequenos pastorinhos, como urgente recado a uma humanidade ferida pela negação de Deus, nomeadamente na proclamação militante da revolução Bolchevique na Rússia, através da afirmação constitucional do Materialismo Dialéctico, pelo Consumismo Ateu.
A este propósito fiquemos com a síntese de José Jacinto Farias.
«A característica mais evidente da mística do pequeno pastor era decididamente trinitária. Ele sentia-se totalmente penetrado, até ao mais fundo do seu ser, pelo reflexo de luz que saía das mãos de Nossa Senhora, e esta luz era Deus. Ele dizia: gostei muito de ver o anjo! Gostei ainda mais de ver Nossa Senhora! Mas do que gostei mesmo foi daquela luz que nos penetrava no peito, na qual nos víamos como no melhor dos espelhos! E essa luz era Deus! Este é o nosso segredo: não o podemos dizer a ninguém!
Para o Francisco, o segredo estava todo aqui, nesta inefável experiência do sobrenatural, da qual não podiam falar por exceder todas as palavras!... Sentia-se tão profundamente tocado pelo mistério de Deus que a visão do inferno mesmo assim não o impressionou, e no fim já sentia, nos momentos finais da sua tão curta vida, totalmente esquecido e mergulhado no mistério de Deus, que não pensava em mais nada. Um dia respondeu a Lúcia, que lhe recomendava qualquer coisa para quando estivesse junto de Deus, dizendo que isso pedisse a Jacinta, que ele com certeza iria esquecer-se!...».
3.2. Espiritualidade Reparadora
Compreender Deus é mergulhar no Amor, podendo a mais eloquente prova desse mesmo Amor que é o Dar a Vida. Os pastorinhos foram convidados a dar a vida pela Humanidade à maneira de Cristo Redentor.
No contexto das violências externas que foram as duas guerras, nas quais se evidenciaram sinais iníquos de violência diabólica conta o Homem, as crianças simples de Fátima foram convidadas a ser sinais simples mas radicais do Amor que vence a morte. Em anos difíceis, entre estas duas guerras, eles dão a vida pela salvação da humanidade, oferecendo-se em sacrifício e reparação, são Holocausto de calor diferente, pela Luz e pelo Amor, capazes de quer a Paz. 
A reflexão de Jacinto Faria apela-nos a perceber este sinal que trespassado pelo sinal Pascal da Cruz nos leva até à força redentora de Cristo.
«A Irmã Lúcia testemunha nas Memórias até que ponto os pastorinhos interiorizaram a espiritual idade da reparação: Canso/ai o vosso Deus pedia-lhes o Anjo!... Aqui está uma característica essencial da teologia da reparação, e que constitui para muitos dos nossos contemporâneos o paradoxo, se não mesmo o escândalo de Fátima, mas que é, afinal, o escândalo e o paradoxo do cristianismo enquanto tal, que vive da inspiração do mistério da Cruz..., aquele divino morrer de Amor!...
Ora tudo isto aconteceu especialmente no Francisco. No princípio ele não viu, nem escutava, nem percebia nada do que se passava.
Depois, começou a ver, mas não ouvia; e, finalmente, acabou por ver e ouvir, e compreender tudo.
A partir da visão do Inferno, na aparição de 13 de Julho, começa a perfilar-se nele toda a sua identidade espiritual, concentrada na oração de silêncio, na adoração eucarística e na contemplação interiorizada do mistério da Santíssima Trindade.»
3.3. A Contemplação na vida de Francisco Marto
Mons. Luciano Guerra observa sobre Francisco Marto, que a ele nunca lhe foi dado ouvir as palavras dos Anjos ou de Nossa Senhora e sobre esta particularidade das aparições comenta: «O zagalete das aparições de Fátima acreditava no que a prima dizia ter ouvido. Fazia as orações e impunha-se os sacrifícios, tal como as suas companheiras faziam, em resposta às mensagens do Alto. Mas não lhe foi nunca dado ouvir, nem o Anjo nem Nossa Senhora. E não é que lhe faltasse interesse. O que soube, soube-o por comunicação espontânea de Lúcia ou em resposta às suas várias interrogações» .
Este facto da “surdez” de Francisco Marto nas aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria interpela-nos e interroga-nos. O mesmo articulista comenta estas interrogações a partir da extraordinária capacidade de olhar interior com que Francisco Marto foi contemplado por Deus: «Foi assim porque não era necessário? Foi assim porque Deus tinhas motivos arcanos para isso. Talvez porque ao Francisco tivesse dado um olhar especialmente atento e penetrante. Não ouvindo mas vendo muito longe e muito fundo, o Francisco foi agraciado pela vista. Ao ponto de mais depressa que as suas companheiras ter conseguido ver o essencial» . Vale a pena determo-nos no Mistério da Luz que encheu de tanta felicidade a uma criança que não ouviu a voz do céu, mas que apenas viu e foi nesse ver que ele parou, escutou e compreendeu.
Bento XVI disse aos nossos Bispos durante a sua última visita Ad Sacra Limina Apostolorum que nos devemos aproximar diariamente da Mãe de Cristo, Mestra tão insigne e com atitude humilde de almas que precisam de aprender a lição, recolhermos os sinais que o Céu nos oferece na vida dos pastorinhos. O Santo Padre diz mesmo: «Apraz-me pensar em Fátima como escola de fé, com a Virgem Maria como Mestra, lá ergueu ela a sua cátedra para ensinar aos pequenos videntes – e depois às multidões – a arte de orar, crer, e amar» .
Se nos detivermos na oração de Francisco Marto descobrimos o sábio caminho, consagrado por séculos de experiência, a que tradicionalmente chamamos Lectio Divina. Usa-se o termo clássico por ser preciso, com uma história concreta, que se refere a uma prática concreta. «É uma expressão que recebemos dos nossos antepassados como uma boa herança» . Trata-se de uma leitura-escuta orante da Palavra de Deus. É um exercício ordenado e metódico de escuta pessoal da Palavra de Deus. Por isso, é evidente que descobrimos os passos da Lectio Divina de modo metafórico na vida do pequeno Francisco, todavia como o verdadeiro caminho de oração é comum a todos os que rezam verdadeiramente, também em Francisco estão presentes os passos da Lectio Divina. Fazemos este itinerário novamente com a ajuda da Quarta Memória da Irmã Lúcia.
3.3.1. Statio (Preparação)
 A primeira atitude de quem vai viver a Lectio Divina é deter-se, fazer uma paragem e criar um ponto de partida. Por isso, é necessário escolher um lugar apropriado, libertarmos a mente e o coração, as mãos e todo o ser de tudo o que incomoda e distrai. Pedir a luz e a força e fechar a porta das distracções. Isto fazia Francisco: «De vez em quando, afastava-se de nós dissimuladamente. Quando lhe dávamos pela falta, punhamo-nos à sua procura, chamando por ele. Lá nos respondia, detrás duma paredita ou de algum arbusto ou silvado, onde estava de joelhos a rezar» .
3.3.2. Lectio (Leitura)
 Normalmente dizemos que «a Deus falamos, quando rezamos, a Deus escutamos quando lemos as suas palavras» , concretizando o ensinamento de São Gregório Magno: «Aprende a conhecer o coração de Deus nas palavras de Deus».
 Francisco não ouvia a voz do Anjo nem ou de Nossa Senhora, porém ouviu de outro modo o apelo de Deus à santidade: «Gostei muito de ver o Anjo, mas gostei ainda mais de ver a Nosso Senhor, naquela luz que Nossa Senhora nos meteu no peito. Gosto tanto de Deus! Mas Ele está tão triste, por causa de tantos pecados! Nós nunca havemos de fazer nenhum» .
3.3.3. Meditatio (Meditação)
 À leitura da Palavra de Deus segue-se a meditação que, no dizer de Santa Teresa de Ávila, «significa o discorrer muito com o entendimento», pois ensina São Gregório Magno, as coisas que lemos são «as coisas que cremos que sucederam historicamente, mas que agora se têm que actualizar em nós misticamente» como Nossa Senhora, que «guardava todas estas coisas no seu coração».
 Podemos comparar a meditação à água, que penetra lentamente na terra; à levedura que fermenta toda a massa; ao espelho em que nos vemos e conhecemos; à espada que, por vezes, nos fere e faz doer por dentro. Em Francisco, encontramos estes momentos de profunda meditação. Vejamos: «Eu sentia que Deus estava em mim, mas não sabia como era! E prostrando-se por terra permaneceu por largo tempo, com a sua Irmã, repetindo a oração do Anjo: Santíssima Trindade…etc.»  e «Estou a pensar em Deus que está tão triste, por causa de tantos Pecados! Se eu fosse capaz de Lhe dar alegria» .
3.3.4. Oratio (Oração)
 A oração são as nossas palavras no diálogo com Deus. Podem ser pedido de perdão, súplica e intercessão, acção de graças e Oração Eucarística. A oração deve ser sempre encontro e diálogo e nunca idealismo, superficialidade ou intimismo. Encontramos Francisco Marto muitas vezes em oração:
«- Olha, tu vai à escola. Eu fico aqui na Igreja, junto de Jesus escondido. Não me vale a pena aprender a ler; daqui a pouco vou para o Céu. Quando voltares, vem por cá chamar-me.
 O Santíssimo estava, então, à entrada da Igreja, do lado esquerdo. Metia-se entre a pia baptismal e o altar e aí o encontrava, quando voltava. Depois que adoeceu, dizia-me, às vezes, quando, a caminho da escola, passava por sua casa:
 - Olha: vai à Igreja e dá muitas saudades minhas a Jesus escondido. Do que tenho mais pena é de não poder já ir a estar uns bocados com Jesus escondido» .
3.3.5. Contemplatio (Contemplação)
 São Paulo exprime a sua experiência contemplativa aos cristãos de Éfeso dizendo: «Dobro os joelhos diante do Pai… para ser capaz de compreender na companhia de todos os crentes, qual é a largura e o comprimento, a altura e a profundidade do amor de Cristo, um amor que ultrapassa todo o conhecimento e que enche da própria plenitude de Deus» . Santa Teresa de Jesus exorta à contemplação e nessa exortação oferece-nos várias “pistas” para a compreendermos: «Não vos peço agora que penseis n’Ele, nem que inventeis muitos conceitos, nem que façais grandes e delicadas considerações com o vosso entendimento; só vos peço que olheis para Ele». Porém, contemplar também é questão de ser olhado, por isso, quando «o Padre Kolvenbach afirmou que rezava com ícones, alguém lhe perguntou se olhava para eles. O jesuíta respondeu: “Não. Eles é que olham para mim”» .
Francisco era naturalmente «pacífico e condescendente, nada o enchia tanto como o lindo nascer e pôr-do-sol» e «no que ele se entretinha mais, quando andava pelos montes, era, sentado no mais elevado penedo, tocar o seu pífaro ou a cantar». Fiquemos com um dos momentos de rara beleza na vida de Francisco, pelo qual ele evidencia a sua felicidade por poder contemplar: «Poucos dias depois da primeira aparição de Nossa Senhora, ao chegar à pastagem, subiu-se a um elevado penedo e disse-nos:
 - Vocês não venham para aqui; deixem-me estar sozinho.
 - Está bem.
E pus-me, com a Jacinta, atrás das borboletas que apanhávamos, para logo fazer o sacrifício de deixar fugir, e nem mais do Francisco nos lembrou Chegada a hora da merenda, demos pela sua falta, e lá fui a chamá-lo:
 - Francisco, não queres vir a merendar?
 - Não. Comam vocês.
 - E a rezar o terço?
 - A rezar, depois vou. Torna-me a chamar.
 Quando voltei a chamá-lo, disse-me:
 - Venham vocês a rezar pró pé de mim.
 Subimos para o cimo do penedo, onde mal cabíamos os três de joelhos, e perguntei-lhe:
 - Mas, o que estás aqui a fazer tanto tempo?
 - Estou a pensar em Deus que está tão triste, por causa de tantos Pecados! Se eu fosse capaz de Lhe dar alegria» .
3.3.6. Discretio (Discernimento)
Discernimento é a capacidade de escolher segundo Cristo e como Cristo. É, no fundo, a capacidade de concretizar a vontade de Deus. Para isso, é necessário o discernimento pessoal, pois cada ser humano é único e irrepetível e original.
Também encontramos na vida de Francisco momentos de discernimento:«Ao som do animado descante, foram-se juntando as vizinhas; e, ao terminar, pediram uma nova repetição. Mas o Francisco aproximou-se de mim e disse-me:
- Não cantemos mais isso. Nosso Senhor decerto agora não gosta que cantemos essas coisas.
E lá nos escapámos como pudemos, por entre a outra criançada, para o nosso poço predilecto» .
3.3.7. Collatio (Intercomunicação)
Este é o momento da partilha, quando a Palavra se faz pão partilhado entre todos. São Gregório Magno ensinava: «Sei realmente que, muitas vezes, quando me encontrei no meio dos meus irmãos, passei a compreender muitas das coisas da Escritura cujo sentido não conseguia alcançar».
Lúcia conta, na sua Quarta Memória e referindo-se ao Francisco, que «um dia perguntaram-me se Nossa Senhora nos tinha mandado rezar por os pecadores. Eu respondi que não. Logo que pôde, enquanto interrogam a Jacinta, chamou-me e disse-me:
 - Tu agora mentiste. Como é que disseste que Nossa Senhora não nos mandou rezar por os pecadores? Então Ela não nos mandou rezar por os pecadores?!
 - Por os pecadores, não. Mandou-nos rezar por a paz, para acabar a guerra. Por os pecadores, mandou-nos fazer sacrifícios.
 - Ah! É verdade. Já estava a pensar que tinhas mentido» .
 Este texto mostra como Francisco ajudou a fazer-se luz sobre a vontade do Céu acerca da Mensagem de Fátima.
3.3.8. Actio (Resposta)
Quando a Palavra de Deus habita em nós, habilitamo-nos a sermos nós próprios “palavra-sinal” do Amor de Deus, que se quer comunicar através de nós. Quase sempre esta resposta nos leva a estar com os irmãos. A Lectio Divina faz em nós a experiência do fogo, pois, na forja, o ferro em contacto o fogo fica da cor do fogo. Também nós, através da Lectio Divina tornamo-nos presença e sinal de Deus para os irmãos.
Lúcia conta-nos que, quando se via perplexo e com dúvidas, o Francisco passava à acção e dizia-lhe:
« - Mas como é que tu podes pensar que é o demónio? Não viste Nossa Senhora e Deus naquela luz tão grande? Como é que nós vamos ir sem ti, se tu é que tens de falar?
Depois da ceia, já noite, voltou ainda a minha casa, chamou-me à velha eira e disse-me:
- Olha, tu amanhã vais?
- Não vou; já te disse que não volto mais.
- Mas que tristeza! Por que é que tu agora pensas assim? Não vês que não pode ser o demónio? Deus já está tão triste com tantos pecados e, agora, se tu não vais, fica ainda mais triste! Anda, vai!
- Já te disse que não vou; escusas de m pedir.
E meti-me bruscamente em casa.
Passados alguns dias, dizia-me:
- Credo! Aquela noite não dormi nada; passei-a toda a chorar e a rezar; para que Nossa Senhora te fizesse ir» .
Conclusão
Concluímos este trabalho, referindo que não encontramos a Lectio Divina no Beato Francisco Marto de tal modo estruturado que apareça na sequência dos oito momentos clássicos da Lectio Divina, porém, na oração e nas vivências do pastorinho, encontram-se espalhados os diversos momentos desta tradicional oração da Igreja.
O percurso que fizemos não pretende ser um exercício de erudição, mas uma verificação que nos deixa a interrogação inquietante sobre qual o lugar de Deus em nossas vidas. Este lugar adivinha-se também pelo espaço que a oração encontra em nós.
Terminamos esta reflexão com as palavras que o Sr. Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, proferiu na tomada de posse do novo reitor do Santuário de Fátima, no passado dia 25 de Janeiro de 2008: «A grande lição de Fátima é que a oração é sempre a arma mais forte, mesmo no campo da história, para a conversão dos corações e a paz entre os povos.
“Fátima é uma fonte que Deus abriu no mundo e que continua a brotar para dessedentar corações e fecundar histórias! [João Paulo II].
O Santuário, de facto, dilata o coração do homem à medida do coração de Cristo, a exemplo do coração de Maria, através de um olhar universal. A universalidade caracteriza a autêntica espiritualidade católica e o santuário educa a sair dos limites das atitudes egoístas, das próprias estreitezas mentais e esforça-se por promover uma corresponsabilidade global, um afecto universal típico dos cristãos maduros e da própria Mensagem da Senhora; esforça-se por abrir os corações às dimensões do mundo. Como foi dito pelo profeta: "O meu templo chamar-se-á casa de oração para todos os povos" [Is 56,7].» 

Padre Francisco José Senra Coelho
Assistente Diocesano do Movimento da Mensagem de Fátima em Évora
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