05 de dezembro, 2008

 
Os 800 participantes no XXI Encontro Nacional da Pastoral da Saúde debruçaram-se sobre dimensão terapêutica da Espiritualidade. Temos consciência que vivemos numa época em que em que a procura espiritual conhece, na cultura, múltiplas formas de expressão, algumas religiosas e organizadas, outras marcadas pelo individualismo.
Não ignoramos que, ao escolhermos olhar o fenómeno do sofrimento, que tantos procuram esconder como se não fizesse parte da condição humana, definimos para nós próprios o desafio de descobrir caminhos de esperança que correspondam às muitas angústias dos nossos contemporâneos. Por isso ousamos propor a vivência de uma espiritualidade saudável que, concretamente no que respeita à prestação de cuidados de saúde, exige a cooperação entre o Estado, a Igreja Católica e os demais Credos. A nossa tradição bimilenar e a nossa experiência actual obriga-nos a afirmar que, quer se defina religiosamente quer não, a Espiritualidade é parte integrante da humanização dos cuidados e que é vã a procura de qualidade em saúde que ignore este imperativo ético, decorrente de uma sã antropologia. 1. Às instâncias de formação da Igreja, nomeadamente as Escolas de Teologia e Pastoral, como os Seminários Maiores, pedimos uma atenção redobrada para esta dimensão terapêutica da espiritualidade, uma vez que cada vez mais o interlocutor da evangelização é o homem que sofre. Particular exigência deve ser dada à formação dos Pastores e demais Agentes Pastorais, quando estes assumam especificamente o cuidado dos doentes. 2. Também às Faculdades e Escolas Superiores que formam Profissionais de Saúde, pedimos que, nos seus currículos, permitam aos estudantes adquirirem uma noção integral da pessoa humana em que não seja escamoteada a dimensão espiritual, também quando esta se define religiosa. 3. Às Comunidades Cristãs, sobretudo às Paróquias, lembramos que as pessoas doentes, idosas ou deficientes também são membros da comunidade, chamados a participar na sua vida, o que coloca o desafio da sua integração plena e, simultaneamente, o da solicitude pastoral adequada, competente e continuada para com o mais debilitados. Para além das formas de apoio domiciliário material, acompanhá-los também espiritualmente e com qualidade, é um dever dos Párocos e de toda a Comunidade. A vivência de uma espiritualidade saudável, radicada no Evangelho, para quem tem saúde, como para quem está doente, depende deste encontro, que constitui sinal evangelizador de importância fundamental, no contexto da sociedade em que vivemos. 4. Às Instituições prestadoras de cuidados de saúde é posto de forma muito particular o desafio de concretizar a dimensão terapêutica da espiritualidade, pedida até pela consciência crescente da dimensão holística dos cuidados, inspirada numa consideração integral da pessoa humana. Com este crescimento nos congratulamos e vemos nele a abertura do espaço para os desenvolvimentos que a esperada nova regulamentação da Assistência Espiritual e Religiosa Hospitalar tornará necessários. A sua aplicação, que alargará conceitos de acompanhamento e confirmará a pertença dos agentes pastorais dos vários credos às equipas de saúde, constitui um processo oportuno para darmos as mãos a fim de concretizar o que nos une: oferecer às pessoas doentes o melhor serviço possível. Apelo A todos os Profissionais de Saúde, entre os quais Capelães e Assistentes Espirituais, e a todos os Voluntários neste mundo do sofrimento e da esperança, dirigimos com simplicidade um apelo final, em nome da humanidade daqueles de quem cuidamos: está nas nossas mãos ir ao seu encontro olhando-os na inteireza do seu ser pessoa, o que inclui o reconhecimento consequente da sua identidade espiritual e religiosa. Somos responsáveis por mais saúde e melhor saúde e, por isso, chamados a compreender que faz parte da nossa competência ou serviço voluntário, o apoio espiritual a oferecer a toda a pessoa doente. Fátima, 5 de Dezembro de 2008
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