15 de setembro, 2019

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Compaixão de Santa Jacinta Marto apresentada como resposta ao “gelo da indiferença”

Na Missa deste domingo, o Vice-reitor do Santuário de Fátima alertou para o perigo da indiferença, da passividade e da neutralidade

 

Na homilia da Missa deste XXIV Domingo do Tempo Comum, o Vice-reitor do Santuário de Fátima, padre Vítor Coutinho, alertou para o perigo da indiferença, da passividade e da neutralidade e exortou os peregrinos presentes no Recinto de Oração a serem “expressão do coração de Deus”, tomando o exemplo de compaixão de Santa Jacinta Marto.

A partir da 1ª Leitura da Liturgia deste domingo, o sacerdote salientou a indignação de Deus perante o abandono das convicções do Povo de Israel, para contestar a ideia hipotética de um Deus “indiferente ao que vivemos”, que não se “comove com as escolhas” dos Homens e que segue os critérios humanos de uma “justiça matematicamente rigorosa para castigar o mal e premiar o bem”.

“A Deus importa se a nossa vida tem o sucesso que interessa”, declarou o presidente da celebração, ao apresentar, a partir das parábolas do Evangelho de Lucas, uma caracterização de um Deus: “que sofre com aquilo que lhe é querido; que procura, incansavelmente, aqueles que se afastaram; que espera, pacientemente, sem desistir dos que ama; que perdoa para lá daquilo que é razoável e que faz festa sem medida”.

Perante esta caracterização de um Deus que não é indiferente, e deduzindo a “semelhança humana com o coração deste Deus”, o padre Vítor Coutinho alertou para o perigo da indiferença, da passividade e da neutralidade com que o Homem se habituou a olhar para as realidades negativas que o rodeiam, nomeando-as: “o sofrimento e a desgraça alheia, a que não reagimos, por não podermos solucionar; o mal que os outros fazem e que não nos diz respeito; relações que se estragaram e que preferimos ignorar; modelos de vida errados, que não questionamos e opções injustas de sociedade, a que não nos opomos”.

“Habituamo-nos a viver com alguma indiferença, sem nos deixarmos comover nem irritar demasiado… Com a desculpa de sermos tolerantes, construímos muros de indiferença, para que as escolhas dos outros, boas ou más, não nos incomodem, mesmo que ponham em causa valores que nos são importantes. Para sermos neutrais, não nos importamos que outros destruam o que há de bom na vida e nas nossas sociedades, e porque sabemos que não temos resposta para todas as misérias humanas, nem sequer deixamos que o nosso coração se perturbe com as desgraças alheias.”

Na conclusão, o presidente da celebração tomou o “belo exemplo” de Santa Jacinto Marto, na sua comoção pela “maldade do mundo” – a partir da qual desenvolveu uma “compaixão profunda pelo sofrimento humano e pelos pecadores” –, para apelar os peregrinos a serem “expressão do coração de Deus: um coração que se importa com cada Ser humano e que nunca desiste de nós”.

“Com esta criança, aprendamos a comovermo-nos e a ter uma compaixão que destrua o gelo da indiferença”, exortou o sacerdote.

Participaram na celebração os cerca de 50 peregrinos que integram, desde ontem, a V Peregrinação da Comunidade Surda em Portugal à Cova da Iria, que continua durante a tarde com uma saudação a Nossa Senhora, na Capelinha das Aparições, às 14h30; Missa, às 15h00, na Basílica da Santíssima Trindade, com interpretação em Língua Gestual Portuguesa, e uma Visita acompanhada à Exposição Temporária Capela Múndi.

Nos serviços do Santuário fizeram-se anunciar grupos de peregrinos provenientes de várias dioceses do país e também do estrangeiro: Espanha; Itália; França; Alemanha; Polónia; Holanda; Irlanda; Eslováquia; República Checa; Estados Unidos da América; Peru; Coreia do Sul e Singapura.

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