28 de setembro, 2019

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Ciclo de visitas temáticas à exposição temporária Capela-Múndi encerra com “A museologia e a missão cultural da Igreja”

Visita será conduzida pelo especialista em História da Arte, Artur Goulart, no próximo dia 2 de outubro, às 21h15

 

A última visita temática à exposição temporária comemorativa do centenário da construção da Capelinha das Aparições ‘Capela-Múndi’, agendada para dia 2 de outubro, às 21h15, vai ter como tema “A museologia e a missão cultural da Igreja” e será conduzida por Artur Goulart, poeta, historiador e antigo diretor do Museu de Évora.

A exposição temporária ‘Capela-Múndi’ foi visitada por mais de 254 mil visitantes, um recorde anual em relação à última exposição temporária, sublinha o diretor do Museu do Santuário de Fátima e comissário da exposição, Marco Daniel Duarte.

Este número representa um acréscimo de 23% no número de visitantes à exposição temporária em relação à última mostra, que assinalava o Milagre do Sol, que esteve patente entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017, ano do Centenário das Aparições.

“Parece-nos que o número traduz o interesse cada vez maior que os peregrinos demonstram pela via da beleza que, nos espaços museológicos, se mostra muito favorável para a exposição de conteúdos”, considera Marco Daniel Duarte, enaltecendo a temática que “se mostrou um desafio em fazer uma exposição a partir de um edifício com tão pouco espólio, mas, ao mesmo tempo, com tanto para contar”.

O comissário da exposição conta que os visitantes ficaram sobretudo “surpreendidos pela narrativa que fala de um dos lugares mais importantes do catolicismo atual e que cruza elementos históricos com a linguagem poética".

“A exposição Capela-Múndi superou as expectativas que o Santuário de Fátima tinha sobre a forma de a museologia comunicar com os diferentes públicos que nos visitam, tendo sido também muito bem aceite junto da comunidade científica e académica, que a considerou um feliz exemplo na Museologia de Religião”, referiu Marco Daniel Duarte, em declarações à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima.

Recorde-se que a esta exposição esteve associada uma programação cultural e científica que procurou “abordar temáticas muito importantes para o Santuário de Fátima e para a cultura religiosa, sobretudo a partir das visitas temáticas que, na primeira quarta-feira de cada mês, entre os meses de maio e outubro, aconteceram. Tal como noutras iniciativas do Santuário de Fátima, também esta exposição tem sido lugar para a reflexão e transmissão de conhecimento a partir das vozes mais abalizadas, nas diferentes áreas do saber”.

“As visitas que todos os dias proporcionámos aos peregrinos, através do investimento que o Santuário fez ao nível da equipa dos Serviços Educativos, levaram a que a exposição se visse descodificada, o que permitiu que os conteúdos ali apresentados contribuissem para o bem estar espiritual dos visitantes de Fátima”, concluiu o diretor do Museu do Santuário de Fátima.

Esta exposição, composta por nove núcleos, está patente ao público desde 1 de dezembro de 2018 e pode ser visitada diariamente, entre as 09h00 e as 18h00, até ao dia 15 de outubro.  Na primeira quarta feira de cada mês, entre maio e outubro, foram realizadas visitas temáticas, com um orador convidado.

Esta última visita será conduzida pelo especialista em História da Arte, Artur Goulart. Natural dos Açores, completou o curso de Teologia no Seminário de Angra e licenciou-se em Arqueologia no Pontifício Istituto di Archeologia Cristiana, em Roma, Itália, tendo também concluído o "Corso di Cultura sull? Arte Ravennate e Bizantine", da Universidade de Bolonha.

Entre 1962 e 1972, foi professor no Seminário de Angra e trabalhou no Museu de Évora entre de 1968 e 1973, primeiro como Técnico Superior e depois como diretor. Das suas inúmeras atividades destacam-se a inventariação do acervo artístico do Museu de Évora, bem como a investigação bibliográfica e o estudo de obras de arte e material arqueológico.

Esta exposição temporária assenta numa aturada pesquisa histórica que procura ler a Capelinha das Aparições como um dos mais importantes ícones do Santuário de Fátima.

O objetivo é levar os peregrinos a percorrer este espaço expositivo procurando dar-lhes chaves de leitura sobre como uma pequena capela branca se pode tornar no centro das atenções de uma boa parte da humanidade.

Por ter sido construída a partir de um desejo que os Pastorinhos de Fátima asseguram ter sido transmitido pela Virgem Maria e através da iniciativa popular, este pequeno templo de traça vernacular é considerado o coração do Santuário de Fátima e é ao seu redor que têm lugar as mais íntimas manifestações de fé dos peregrinos da Cova da Iria.

Na primeira visita temática, que aconteceu no início do mês de maio, o diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra estabeleceu uma relação entre obra literária setecentista “História Trágico-Marítima”, que inspirou a pintura homónima de Vieira da Silva, e a mensagem de Fátima. A segunda aconteceu a 5 de junho, foi orientada por Fernando António Batista Pereira e teve como tema "Imagens e histórias de devoção" - A propósito de Agnus Dei, de Josefa d’Ayala. Os «Aspetos da iconografia mariana» foram o mote da terceira visita temática à exposição temporária "Capela-Múndi", a 3 de julho.

A 7 de agosto, o "Correio de Nossa Senhora" - A propósito das mensagens dos peregrinos à Virgem de Fátima foi conduzida por André Melícias, coordenador do Serviço de Arquivo (Departamento de Estudos) do Santuário de Fátima. A 4 de setembro, com o tema "Agradecer através da imagem: ex-votos portugueses da Época Moderna" - A propósito dos ex-votos à Virgem de Fátima, foi orientada por Isabel Drumond Braga, Professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Historiadora da Época Moderna.

Esta visita temática é de entrada gratuita e contará ainda com a apresentação de um catálogo referente a esta exposição, para memória futura, catálogo que integrará a Coleção Arte e Património da linha editorial do Santuário de Fátima.

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